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Projeto de Antônio Gomide sobre utilização de pesquisas acadêmicas em Políticas Públicas anima professores
Um projeto que tramita nas comissões da Assembleia Legislativa de Goiás tem movimentado a comunidade acadêmica do Estado. Apresentado pelo deputado Antônio Gomide (PT) o projeto de nº 158/19 prevê que, ao menos 30% de todo o volume de produção científica produzida por universidades públicas goianas, incluindo de bolsistas da Fapeg, seja dedicado a temas relacionados a resolução de problemas das cidades do Estado.
A ideia, segundo o projeto, é que o resultado dos trabalhos de mestres e doutores em Goiás possam ser aproveitados na criação de políticas públicas que atendam às principais demandas do Estado, a partir das cidades. Desta forma, haveria um benefício duplo: o pesquisador teria a chance de direcionar seu objeto de estudo para um tema inserido dentro de uma realidade e a cidade terá a chance de receber este conhecimento como uma diretriz de atuação em busca das soluções dos problemas.
O anúncio animou coordenadores de cursos em diversas áreas uma vez que a demanda dos autores destes trabalhos é justamente ver a sua aplicação na prática.
Para o reitor da UFG, Edward Madureira, o trabalho da universidade ainda é pouco aproveitado pela comunidade e este cenário pode ser mudado. Durante um evento de comemoração dos 50 anos do Instituto de Ciências Biológicas da UFG, o reitor comentou a importância em se “fazer o esforço de aproximação cada vez maior da Academia com o dia a dia das pessoas”.
Ponte
Para o diretor do ICB, Gustavo Pedrino, o projeto vem a calhar. “Precisamos sair das cercas da UFG e chegar perto da comunidade”, disse. Pedrino reconhece que há uma grande concentração de conhecimento dentro das universidades, mas que precisa chegar até as pessoas. “Precisamos de alguém que faça esta ponte e é isto que este projeto representa, ele tem a importância para criar esta ligação”, destaca.
“É preciso tirar os trabalhos das prateleiras e levar até as comunidades, até as cidades”, destaca o autor da proposta. Antônio Gomide. Para ele, o aproveitamento dos estudos é a chave para melhorar cenários das cidades em Goiás. “A boa produção intelectual e científica da UEG, da UFG, por exemplo, guarda respostas para muitas demandas que temos hoje em que prefeitos contratam consultorias, pesquisas até de outros estados quando podemos aproveitar os nossos professores, mestres e doutores”, avalia.
Chance
Formando em História pela UEG, campus Anápolis, Paulo Henriques pretende ingressar nos cursos de extensão na pesquisa sobre as relações sociais no combate à violência, e vê no projeto a grande oportunidade que estudantes como ele tem pela frente: a chance de ver uma ideia ser trabalhada cientificamente e se tornar uma ação governamental.
“É o que todo pesquisador, seja de genética ou de comportamento humano, quer: a chance de ver algo seu acontecer. A violência no Brasil e em Goiás tem chamado a atenção e quero montar um grupo de estudo para descobrir as raízes disto. Só assim, creio que podemos achar soluções que fujam o poder reativo do Estado em revidar”, defende Paulo Henriques.