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Prefeitura de Aparecida implanta programa que facilita leitura para deficientes visuais nos moldes da Alego

04 de Fevereiro de 2020 às 12:00
Crédito: Ruber Couto
Prefeitura de Aparecida implanta programa que facilita leitura para deficientes visuais nos moldes da Alego
Entrega de dispositivo de leitura para deficientes visuais
Legislativo goiano marca presença na entrega de dispositivos com tecnologia assistiva adquiridos pela Prefeitura de Aparecida de Goiânia. O equipamento visa proporcionar o acesso de deficientes visuais aos conteúdos escritos.

O Legislativo goiano marcou presença na manhã desta terça-feira, 4, durante a entrega de cinco dispositivos com tecnologia assistiva adquiridos pela Prefeitura de Aparecida de Goiânia. O equipamento visa proporcionar o acesso das pessoas com deficiência visual ou dificuldade de leitura aos conteúdos escritos.

O dispositivo foi apresentado ao chefe do Executivo daquele município, prefeito Gustavo Mendanha (MDB), pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), por meio da Diretoria de Planejamento Estratégico. O diretor do departamento, André Ariza ressaltou a importância do momento, já que o Legislativo goiano foi o primeiro a nível nacional a adquirir o equipamento de visão artificial dentro do projeto “Leitura para todos”, uma iniciativa da Mesa Diretora da Alego, presidida pelo deputado Lissauer Vieira (PSB).

Ariza relembrou que após conhecer o equipamento, com tecnologia israelense, apresentou-o à Prefeitura de Aparecida. “O prefeito Gustavo foi inovador, comprou a ideia, determinou para a secretária a aquisição e agora estão entregando os equipamentos. O que vai servir de modelo para outras prefeituras”, completou.

Ao se pronunciar na solenidade de entrega dos dispositivos, Mendanha relembrou uma situação que ocorreu com seu avô, o que fez com que esse perdesse a visão. “Com isso, nós netos passamos a fazer a leitura da Bíblia para ele”, relembra ao apontar a importância do equipamento para pessoas cegas ou com visão reduzida. André nos apresentou o equipamento como solução para promover a inclusão e acesso à literatura”, contou. Gustavo ainda comemorou a satisfação em poder fazer a entrega dos dispositivos.

Gustavo ressaltou importância do equipamento para facilitar o dia a dia das pessoas com visão limitada, além de reiterar que se trata de uma ferramenta de inclusão social. “Espero que outros prefeitos sigam nosso exemplo.”

A secretária de Educação do município, Valéria Petersen, chefe da pasta responsável pela aquisição do equipamento, falou do quanto estava satisfeita ao poder proporcionar aos portadores de deficiência visual do município, o acesso à tecnologia. Os dispositivos, inicialmente, foram entregues às escolas municipais Caraíbas, Santa Cecília, Ari Caetano, Francisco Rafael e à biblioteca central. Conforme Petersen, atualmente são 16 alunos cegos, do 6º ao 9º ano, em Aparecida, que serão beneficiados pela ferramenta.

Iniciativa pioneira

No caso da Alego, Ariza lembrou que o programa “Leitura para Todos” foi lançado no ano passado, para tornar acessível o uso do equipamento para ser utilizado na sala de leitura da Escola do Legislativo. A princípio, serão atendidos servidores e a Associação dos Deficientes Visuais do Estado de Goiás (Adveg), instituição com a qual a Assembleia formalizou um termo de cooperação técnica a fim de o intercâmbio de informações e experiências entre elas.

Ariza ressalta ainda que, além de ser pioneira em Goiás na implementação do projeto, a Assembleia quer incentivar os municípios goianos a aderirem à iniciativa “A nossa finalidade é resgatar a cultura da leitura e, também contribuir ainda mais para a inclusão do deficiente visual na sociedade. Um dos nossos objetivos é sensibilizar os deputados para que, por meio das emendas parlamentares, levem o dispositivo às bibliotecas públicas do estado”, pontou.

Aprovação

Ao testar o equipamento durante demonstração da utilização do dispositivo, o professor de braile da rede municipal José Francisco Ribeiro ressaltou que o aparelho proporciona maior autonomia e independência para a pessoa com deficiência visual. “Os óculos vieram para nos ajudar, mas o braile não será substituído”, reitera ao frisar que o dispositivo será importante para possibilitar o acesso a livros que não estejam em braile.

Loyane Emília Moura, mãe do adolescente João Lucas Moura Coli, de 14 anos, comemorou a aquisição para a rede pública. Para ela, o momento é de emoção, já que o filho terá acesso à oportunidade de obter mais conhecimento e desenvolvimento. Ansioso por causa da novidade, o jovem comemorou e afirmou que poderá ter maior facilidade nos estudos da tabuada e da disciplina de Língua Portuguesa.

Tecnologia israelense  

Diretor da Mais Autonomia, Doron Sadka falou sobre o OrCam MyEye 2.0, nome técnico dos óculos recém-adquiridos. Além de ressaltar a importância da tecnologia a favor de proporcionar acesso a informação às pessoas com deficiência visual, disse que a empresa tem trabalhado na constante atualização dela,  a fim de proporcionar cada vez mais acesso às pessoas com problemas visuais.

Ronilson Silva, representante comercial da Mais Autonomia, empresa responsável pela venda dos dispositivos em Goiás, reafirmou que com o equipamento, além de proporcionar maior autonomia às pessoas com deficiência visual, representa maior acesso à tecnologia. O dispositivo é portátil para proporcional visão artificial, a fim de permitir que pessoas com deficiência visual compreendam textos, identifiquem objetos e reconheçam faces por meio de feedback de áudio, que descreve aquilo que o usuário não consegue ver.

A empresa israelense tem o objetivo de auxiliar pessoas com deficiência visual, déficit de atenção e dislexia. O equipamento consiste em uma pequena câmera acoplada às hastes dos óculos, possui reconhecimento automático em tempo real de códigos de barras, cores e cédulas de dinheiro, além de informar a hora sempre que o usuário fizer o gesto de olhar para pulso, como se estivesse com um relógio.

O equipamento lê textos em qualquer superfície, como tela de celular e jornais, e funciona totalmente off-line, ou seja, não precisa estar conectado à internet. O dispositivo custa, em média, R$ 19.900 no Brasil.

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