Orientações sobre como proceder em caso de contato com pessoa contaminada com covid-19 é tema de campanha
A campanha Saúde na Real, lançada nas redes sociais da Assembleia Legislativa, no começo da pandemia provocada pelo novo coronavírus, traz na postagem dessa semana, uma situação comum nesse período: você se encontra com uma pessoa e depois descobre que ela testou positivo para o vírus. O que fazer? E é essa pergunta que a postagem dessa semana responde.
A primeira coisa a se observar é se o contato com o paciente com covid-19 foi por 15 minutos ou mais e a uma distância menor de 1,8 metro; além disso, se ele estava sem máscara. Se todas as respostas forem positivas, você também deve ficar em isolamento por 10 a 14 dias (período máximo de incubação). Um médico deve avaliar o tipo de contato para verificar a necessidade de testes diagnóstico e acompanhamento.
Se a orientação for pela realização de testes, a primeira coisa que é preciso saber é que existem dois tipos principais de testes: o RT-PCR, que serve para diagnosticar se a pessoa está com vírus ativo, multiplicando-se no período da testagem; e o teste sorológico, que indica se já houve contato com o vírus. O PCR é o teste em que uma espécie de cotonete bem comprido é inserido no nariz e na garganta para coletar um pouco de secreção. No sorológico, coleta-se um pouquinho do sangue e se procura anticorpos, substâncias que só são produzidas quando já se está em uma fase mais avançada da doença (mais de 14 dias da infecção) ou mesmo se a pessoa já passou por ela tempos atrás. Lembrando que quando entramos em contato com alguém infectado e somos contaminados, o vírus começa a se reproduzir em nosso corpo, e leva alguns dias até que ele exista em quantidade suficiente para ser detectado no teste. Esse tempo, em média, é de quatro a seis dias depois do contato com alguém que tenha o Sars-CoV-2. Sabendo disso, sempre temos de calcular esse período para, aí sim, fazer o teste PCR.
Outro exame possível a ser realizado na primeira semana de sintomas é o teste de antígeno, que é mais barato, rápido e não precisa ser feito em laboratório. Porém, sua sensibilidade é inferior à do RT-PCR, principalmente nos pacientes assintomáticos e com carga viral baixa. Assim, esse exame negativo não exclui o diagnóstico da doença.
Segundo a última atualização feita pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) das recomendações sobre a covid-19, todos os pacientes com suspeita clínica e os com doença confirmada (exame RT-PCR de nasofaringe positivo) devem ficar 10 dias em isolamento respiratório familiar, isto é, devem ficar preferencialmente sozinhos no quarto, afastados de familiares e amigos.
Pacientes com covid-19 grave, que são os que se internam em UTIs e/ou os imunossuprimidos poderão ter a duração do isolamento respiratório prolongado por até 20 dias, analisando-se cada caso isoladamente.
Conforme orientação da SBI, existem seis “regras de ouro” para a prevenção da covid-19, que devem ser praticadas todo dia, o dia todo, porque reduzem drasticamente o risco de alguém ser infectado. São elas:
• Usar máscara;
• Manter o distanciamento físico de 1,5 metro;
• Fazer a higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool gel a 70%;
• Não participar de aglomerações, como reuniões, festas de confraternização em bares e restaurantes;
• Manter ambientes ventilados/arejados;
• Manter o paciente com sintomas de “resfriado ou gripe” em isolamento respiratório, pois ele pode ter covid-19.
A Sociedade Brasileira de Infectologia também não recomenda tratamento precoce com medicamentos para covid-19 com nenhum medicamento (cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, corticoide, zinco, vitaminas, anticoagulante, ozônio por via retal, dióxido de cloro) porque os estudos clínicos com grupo de controle existentes até o momento, não mostraram benefício no uso desses fármacos. Além disso, alguns desses medicamentos podem causar efeitos colaterais.