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Reconhecimento

22 de Setembro de 2021 às 09:27
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Reconhecimento
Dia Nacional do Atleta Paralímpico
A data tem como objetivo dar maior visibilidade e valorizar as conquistas dos atletas paralímpicos, que têm feito história em competições, como nos Jogos de Tóquio deste ano e são uma verdadeira inspiração.

Com o intuito de dar mais visibilidade, na luta pelos direitos da pessoa com deficiência, no campo educacional, trabalho, acessibilidade, direito e acesso aos bens e serviços, foi instituído o Dia Nacional do Atleta Paralímpico, comemorado em 22 de setembro. Entretanto, não é apenas um dia que marca a data. “Essa semana de setembro é importante, porque temos o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, o Dia Nacional do Surdo, e o Dia Nacional da Libras”, pontua o secretário Nacional de Paradesporto do Ministério da Cidadania, Agtônio Guedes. 

Para o secretário, a data é importante para o paratleta, porque é um dia de reconhecimento, já que normalmente ele só é lembrado após um evento paralímpico. “O atleta é forjado no dia a dia, cotidianamente, para participar da Paralimpíada, que é resultado de 4, 8 ou 16 anos de treinamento, ter esse dia é importante”, explica o secretário nacional. 

Outro ponto importante salientado pelo secretário trata da conquista da medalha de bronze pela equipe de vôlei sentado, durante os Jogos Paralímpicos deste ano, em Tóquio. “A conquista foi importante para ratificarmos a posição alcançada no Rio. A colocação desse ano já é a segunda medalha de bronze do vôlei sentado feminino. Em 2016, tínhamos quatro atletas da equipa Adape, de Aparecida de Goiânia, agora temos cinco. “Essa conquista foi importante para o Brasil, colocando o país como potência mundial para a modalidade, com duas medalhas”, avalia Agtônio. Para ele, a conquista do bronze vem “coroar o trabalho que acontece há 17 anos, realizado por mim, enquanto treinador”, comemora.

Para Guedes, a conquista de medalhas é a maior visibilidade perante as pessoas que não praticam atividades esportivas. “É importante que estas possam ver os atletas se desenvolvendo na prática esportiva de alta performance e possam se inspirar nos resultados alcançados”, orienta. 

O secretário ressalta, também, a importância da prática esportiva para qualquer pessoa para manutenção da vida e da saúde, e a diminuição de doenças. “Ao investir na prática esportiva, o que o setor público investe diminui a necessidade de investimento em saúde, para tratar doenças”, insiste ao salientar que, uma pessoa com deficiência se enquadra em todos os aspectos no que tange à necessidade de maior foco na prática de esportes. “A pessoa com deficiência, na vida diária, tem menor possibilidade de movimentação, e se não fizer prática esportiva, vai ter sérios problemas a curto prazo”, acentua Guedes. 

Superação, conquista e reconhecimento

“No momento em que meus planos eram de trabalhar com educação física, ser uma personal, me tornei deficiente. Tive que tentar achar naquele novo mundo uma maneira de viver”, afirma a atleta Nurya Almeida que, no dia da formatura, sofreu um acidente de carro, quando se dirigia para a festa comemorativa. Exemplo de superação, conquista e reconhecimento com medalha de bronze, a atleta de alto rendimento carrega com orgulho o símbolo da vitória nos Jogos Paralímpicos de Tóquio e, também, do Rio de Janeiro, em 2016. 

Graduada em educação física, aos 22 anos, Nurya teve um encontro com a fatalidade no dia da formatura, há oito anos, e foi lá o início de uma nova rota na jornada que a levou à modalidade paralímpica. “Sempre gostei de esporte. Desde criança, todo lugar que tinha uma quadra, sempre ficava louca para jogar bola e brincar”, relembra. “Até hoje, sempre que tenho oportunidade gosto de brincar. E foi daí que tirei forças para sair da situação”, conta.  

Nurya afirma que sempre sorri de tudo na vida, inclusive quando caía durante as sessões de fisioterapia, que foram essenciais para melhoria das suas condições físicas. Ela conta que teve a oportunidade de voltar à atividade física como atleta, quando um vendedor de uma loja em que foi comprar uma órtese, lhe falou sobre a modalidade vôlei sentado. “Ele me falou a respeito da prática, e como sou muito curiosa, nem consegui esperar, já fui para o ginásio onde as meninas treinavam, e desde então, estou como atleta do vôlei sentado”. 

Caminho para as Paralimpíadas

Hoje, aos 30 anos, e com duas medalhas, Nurya relembra da ansiedade que cercava a equipe acerca da participação nos Jogos de Tóquio. “Desde o início, não sabíamos se iria acontecer ou não, foi uma situação complicada. A todo momento, saiam notícias de adiar ou cancelar. Ficamos preocupados", conta.

A jogadora afirma que foram várias as restrições, realização de diversos testes de covid-19, praticamente diários, além das viagens. “Tudo foi feito para garantir nossa segurança e saúde, para que cada atleta estivesse concentrado no que iria fazer, para que tudo seguisse normal, sem preocupação, com cuidados conosco e com as outras pessoas”.

Nurya relembra, também,  a conquista do primeiro bronze, no Rio. “Disseram que era porque estávamos competindo no país sede. Entretanto, com a vitória do outro lado do mundo, ficou provado que conseguimos pelo nosso trabalho. Isso mostra que estamos muito preparadas, temos realizado um trabalho com muita dedicação”. 

A medalhista ressalta, ainda, a importância de receber o conhecimento de amigos, familiares e governantes. “Eles estão vendo nosso trabalho, o que pode gerar, mais na frente, uma maior visibilidade. É muito importante porque pode gerar mais oportunidade para outros atletas”, garante. 

Responsabilidade social

Ao tratar da importância do Dia Nacional do Atleta Paralímpico, o deputado Thiago Albernaz (Cidadania), que também é presidente do Fórum Parlamentar do Terceiro Setor do Parlamento goiano, ressalta que o poder público, em Goiás, deve oferecer condições de treinamento e desenvolvimento dos paratletas. “Temos potencial para nos tornarmos referência nacional e mundial nos esportes paralímpicos, já estamos conseguindo com o empenho das entidades do terceiro setor, dos atletas e profissionais da área”, enuncia. 

Albernaz avalia ainda que, “tivemos grande avanço com o Pró-Atleta, aumento de investimentos das bolsas, e isso é uma vitória. Mas precisamos pensar, conjuntamente, em políticas públicas consistentes para levar o nome do nosso estado”, afirma. 

Sobre a conquista da equipe medalhista do vôlei sentado, o parlamentar comemora o título. “Elas são um orgulho para nosso estado. É a segunda medalha de bronze! É um peso e de uma importância indescritível, tanto por levar o nome de Goiás quanto por demonstrar nossa potência no esporte e, principalmente , como inspiração para os jovens”, salienta o presidente do fórum. 

Thiago ressalta também as importantes tratativas em andamento para incentivar os desportistas. “Temos conversado com a Adfego e demais instituições do terceiro setor, para fortalecer cada vez mais o trabalho realizado. Nos últimos anos, encaminhamos R$ 250 mil, em emendas, para reforma da infraestrutura de atendimento aos atletas. Vamos manter o diálogo para traçar  uma estratégia com foco em Paris, em 2024, e anos seguintes”, garante. 

“Os atletas que participaram dessa edição de Tóquio vão receber bolsa internacional, anunciada em nosso evento”, assinala o deputado. E prossegue ao afirmar que, “esperamos, junto com a Adfego, pensar em melhores políticas públicas, em locais de treinos, bem como em proporcionar condições de as instituições manterem os projetos esportivos. Essas devem ser nossas prioridades”, garante.

Reconhecimento

Na manhã do dia 14 de agosto, o Palácio das Esmeraldas, sede do Governo estadual, foi o cenário do Pódio Goiano, evento realizado em homenagem aos 16 atletas goianos e mais três profissionais integrantes da delegação goiana nas Paralimpíadas de Tóquio deste ano, que conquistaram medalhas de bronze para Goiás. 

Na ocasião, os paratletas foram homenageados pelo governador Ronaldo Caiado (DEM), que ostentou a medalha de uma das integrantes da equipe de vôlei sentado. O chefe do Executivo estadual salientou a importância de investir na área. “Estou sempre às ordens para melhorias na área, que sempre foi, para mim, de maior relevância”, afirmou. Além disso, o governador pontuou que a conquista representa dignidade e altivez. 

Por compreender a importância da medalha e título dos atletas, o governador convocou as equipes para que continuem a se esforçar, a fim de se tornarem referência no Brasil para chegarem às paralimpíadas de Paris, em 2024, com condições competitivas. Durante a solenidade, o governador anunciou já existir previsão orçamentária de recursos, a serem investidos em paratletas de destaque internacional, a fim de que elevem o nome de Goiás. “Me sinto orgulhoso desses jovens terem chegado ao pódio. Eles podem dizer: cheguei onde muitos pensaram que eu não poderia chegar”, frisou Caiado. E acrescentou, “vocês superaram, transmitam aos outros a motivação”.

 

Confira a lista dos paratletas homenageados

 

Adria Jesus da Silva - Vôlei sentado;

Andrey Muniz de Castro - Tiro com arco;

Carlos Alberto Soares - Ciclismo;

Hélcio Luiz Jaime - Tiro com arco;

Jani de Freitas Batista - Vôlei sentado;

Millena França dos Santos - Tênis de mesa;

Nurya Almeida - Vôlei sentado ;

Pâmela Pereira - Vôlei sentado;

Marcelo Machado Arantes, representante do médico Nilton Arantes Silva;

Rodrigo Parreira - Atletismo;

Camila Castro - Vôlei sentado, representada por Luis Henrique Pereira;

Henrique Junqueira - Tiro com arco e representante do técnico Gérson Aiala.

Agência Assembleia de Notícias
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