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Prevenir é preciso

13 de Outubro de 2021 às 09:00
Crédito: Seção de Publicidade
Prevenir é preciso
Dia Nacional de Prevenção da Obesidade
É preocupante o crescimento da obesidade no mundo, visto que os números estão em constante expansão. No Brasil, o IBGE estima que esse mal atinge 26,8% dos adultos e 6,7% dos adolescentes.

O Dia Nacional de Prevenção da Obesidade foi comemorado na última segunda-feira, 11 de outubro. A data foi estabelecida pela Lei Federal  nº 11.721/2008. Desde 1999, o tema já era debatido em campanha da Federação Latinoamericana de Obesidade. Na época, porém, comemorava-se o Dia Nacional de Combate à Obesidade. A mudança no enfoque tem um significado importante: prevenir a obesidade, mas sem endossar a gordofobia, expressão que resume um conjunto de práticas discriminatórias contra pessoas gordas.

A chamada ditadura da magreza é um mal contemporâneo. Ela prejudica a percepção que os indivíduos possuem sobre seus corpos e gera muitos transtornos físicos, emocionais e sociais. Esse é um problema grave e que precisa receber bastante atenção de toda a sociedade. Por outro lado, também é preocupante o crescimento da obesidade no mundo, visto que os números dessa enfermidade estão em constante expansão.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 604 milhões de adultos e 108 milhões de crianças apresentam diagnóstico de obesidade em todo o mundo. Já a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estimou que a obesidade atinge cerca de 26,8% dos adultos brasileiros e 6,7% dos adolescentes no país.

 A análise da série histórica demonstra que, nos últimos 17 anos, a obesidade na população adulta brasileira passou de 9,6% para 22,8% entre os homens; e de 14,5% para 30,2% entre as mulheres. Os dados reforçam a necessidade de políticas públicas e de um profundo debate social sobre o tema, a fim de estimular a prevenção e o tratamento da obesidade. 

Doença e tratamento

Embora o excesso de peso resulte de aspectos culturais como maus hábitos alimentares e sedentarismo, a obesidade vai muito além do simples sobrepeso. A OMS define que obesidade é o excesso de gordura corporal em quantidade que determine prejuízos à saúde. Esse quadro ocorre quando o Índice de Massa Corporal (IMC) é maior ou igual a 30 kg/m2, sendo que a faixa de peso considerada normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m2. 

Médico e professor, Cássio Oliveira é cirurgião do aparelho digestivo e doutor em Ciência e Gastroenterologia pela Universidade de São Paulo (USP). Ele relata que a cirurgia bariátrica é o principal procedimento para o tratamento da obesidade e dos problemas que ela causa, mas que há especificidades a serem observadas. “Existem tipos diferentes de cirurgia bariátrica, que variam de acordo com a necessidade de cada paciente. O profissional precisa ter cuidado e sensibilidade para tratar as situações de maneira individualizada e consciente das necessidades e dificuldades de cada contexto”, detalha Cássio.

A gastrectomia vertical, ou Sleeve, é um procedimento irreversível no qual é retirada uma parte do lado esquerdo do estômago do paciente. Já o Bypass Gástrico, ou derivação gástrica em Y de Roux, é uma cirurgia que remodela o estômago, diminuindo seu volume por meio de um desvio. Também existe o Duodenal Switch, que é recomendado para casos muito graves de obesidade associada a diabetes. “Esse modelo é restrito para casos graves porque é uma cirurgia com alta complexidade. Em casos mais leves de obesidade, a colocação de uma banda gástrica ajustável pode ser o mais recomendável”, opina o cirurgião.

O nutrólogo Arthur Rocha explica que a obesidade é uma doença multifatorial, ou seja, envolve questões nutricionais, fisiológicas, genéticas, psicológicas e ambientais. “A obesidade é uma doença crônica. Não tem cura, só tem controle. A pessoa tem que tratar pelo resto da vida. O tratamento exige que você conheça o funcionamento do seu organismo”, alerta o especialista.

Arthur também especifica os tipos de informações mais relevantes para o tratamento, que ele chama de emagrecimento inteligente: características do metabolismo, produção hormonal, funcionamento do intestino, níveis de ansiedade e estresse, qualidade do sono e existência ou não de compulsão por doces. “São diversos fatores que, se não forem bem avaliados, vão fazer com que o obeso volte ao peso inicial muito rapidamente”, esclarece o médico.

Atividade parlamentar

Na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), está em tramitação o projeto nº 6975/21, que institui a obesidade mórbida como doença crônica, para garantir acessibilidade e atendimento prioritário em Goiás. Proposta pelo deputado Iso Moreira (DEM), a matéria encontra-se na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ). 

Já na propositura nº 4666/21, o deputado Lucas Calil (PSD) busca regulamentar a veiculação de propaganda de produtos danosos à saúde infantil. O texto argumenta que a principal origem da obesidade infantil é “a má alimentação ocasionada pela ingestão de alimentos pobres em nutrientes, mas ricos em açúcares e gorduras”. 

O projeto nº 2149/19 também se preocupa com a obesidade entre crianças e jovens. A matéria, que encontra-se na Comissão de Educação, Cultura e Esporte, foi proposta pelo deputado Karlos Cabral (PDT). O texto sugere um monitoramento das medidas corporais dos alunos dos ensinos fundamental e médio. Conforme a proposta, o cadastro seria útil para triagem dos estudantes com desvios nutricionais ou risco de doenças crônicas. “A realização periódica destas medidas antropométricas também permitirá a verificação da eficiência de programas de prevenção e tratamento da obesidade que venham a ser implantados em nosso estado”, complementa o parlamentar na justificativa do projeto. 

Em 2018, por iniciativa do então deputado Simeyzon Silveira, tramitou na Alego o projeto nº 2263/18. A proposta foi aprovada e resultou na Lei Ordinária nº 20.456/19, que instituiu a Semana de Combate e Prevenção à Obesidade Infantil. Esse dispositivo legal estabelece uma campanha para sensibilizar sobre os riscos da obesidade na infância. 

Em todas as faixas etárias, essa é uma questão de saúde pública. Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), anualmente, cerca de quatro milhões de mortes estão vinculadas, em maior ou menor grau, à obesidade. Enfrentar esse problema demanda também uma mudança cultural. Cultivar hábitos saudáveis — como uma alimentação balanceada e a prática de atividade física — é um passo muito importante na prevenção da obesidade. 

Agência Assembleia de Notícias
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