Em reunião na tarde dessa quarta-feira, 6, a Comissão Mista da Assembleia Legislativa contou com a presença do secretário estadual de Esporte e Lazer, Henderson de Paula Rodrigues. O gestor foi convocado a comparecer à Casa, por requerimento de autoria do deputado Henrique Arantes (MDB), aprovado em Plenário.

Segundo Arantes, a convocação foi para que o secretário prestasse esclarecimentos com relação às políticas referentes aos materiais esportivos disponibilizados pelo órgão. O parlamentar explicou que há dúvidas com relação ao quantitativo de material distribuído, para quais municípios ou associações foram encaminhados os produtos, como bolas, jogos de camisas, redes, quanto o Estado gastou com essa demanda e, especialmente, quais são os critérios utilizados para a distribuição.

O deputado ainda quis saber qual encaminhamento é dado aos ofícios que chegam à secretaria, solicitando os materiais. “Dos 11 ofícios que eu encaminhei a Vossa Senhoria, somente dois geraram processos e eles pararam onde foram criados, sem ter andamento, e eu não tive resposta”, questionou.

Henderson Rodrigues respondeu que, mesmo quando há solicitação de parlamentares, os materiais são encaminhados diretamente aos municípios, por intermédio das Secretarias de Esporte ou de Educação, que desenvolvem os programas esportivos. Ele esclareceu, ainda, que tudo que é disponibilizado está listado no Sistema Eletrônico de Informações (SEI) de Goiás, juntamente com todos os dados sobre o destino dos materiais.

Ainda de acordo com o secretário, 175 municípios foram atendidos nos últimos dois anos, em diversos programas desenvolvidos pela pasta, como o La Liga, Construindo Campeões e programas de iniciação esportiva.

Em seguida, outros parlamentares também questionaram o secretário a respeito dos materiais, mas foram feitas perguntas sobre a manutenção dos ginásios de esporte espalhados pelo estado, sobre o orçamento da secretaria, entre outros assuntos. A maioria, no entanto, pediu que ele revelasse os critérios para a concessão dos materiais.

O deputado Antônio Gomide (PT) foi um dos que abordou a situação dos ginásios de esporte e, ainda, o abandono de parte do Centro de Excelência Esportiva. Segundo ele, informação trazida por um jornal da Capital, revela que a proposta é terceirizar os ginásios, o que ele entende ser um equívoco. 

O líder do Governo, deputado Bruno Peixoto (UB), propôs uma solução para a questão dos ginásios:  que o Governo do Estado faça a reforma dos espaços e repasse a gestão para os municípios.

O deputado Wagner Neto (PRTB) ainda solicitou que o secretário informasse os valores do orçamento da pasta nos anos de 2021 e 2022, quais os programas em andamento e como são feitas as parcerias com as federações.

Rodrigues explicou que o critério utilizado pela pasta para a distribuição dos materiais é básico: o município deve apresentar um projeto de iniciação esportiva à secretaria. A partir daí, a liberação segue a ordem cronológica das solicitações, sendo que o atendimento também fica condicionado à disponibilidade dos materiais solicitados.

Quanto aos ginásios de esporte, o secretário informou que os governantes construíram 287 desses espaços, mas se esqueceram de destinar orçamento para a manutenção. Segundo ele, na Lei de Diretrizes Orçamentárias do Estado não há recursos nem para a manutenção, nem para o desenvolvimento de projetos nesses locais. E ainda esclareceu que o orçamento da pasta, criada em 2019, é para atividades finalísticas, como investimentos nos atletas e em competições, a exemplo da copa Quilomobola e os Jogos Abertos.

De acordo com o secretário, o pouco que tem sido feito nesse sentido é com verbas vindas de emendas parlamentares ou de origem na Lei Pelé.

Por fim, Henderson Rodrigues pediu ajuda aos deputados, através da destinação de emendas, para que a pasta tenha condições de atender as demandas e que o esporte cumpra sua importante função social. “Eu confio no esporte, esporte é convívio social, é menos droga, menos criminalidade”.