Ícone alego digital Ícone alego digital

Dia Mundial da Alergia promove a conscientização e o alerta para uma das doenças mais frequentes do mundo

08 de Julho de 2022 às 10:22
Dia Mundial da Alergia promove a conscientização e o alerta para uma das doenças mais frequentes do mundo

No dia 8 de julho é celebrado o Dia Mundial da Alergia. A data foi instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para alertar a população sobre uma condição que pode ser moderada ou até, em casos extremos, levar à morte, em consequência da sensibilidade anormal da pessoa alérgica. O evento normalmente é desencadeado por alguma substância do ambiente, aparentemente inofensiva, mas que causa alerta no sistema imunológico.

De acordo com a OMS, a prevalência de doenças alérgicas continua aumentando no mundo, bem como a complexidade e a gravidade, especialmente entre crianças, idosos, imunosuprimidos e portadores de doenças crônicas. Além disso, a organização entende que o manejo dessas enfermidades constitui um grande desafio, reverberando na saúde pública e na economia. 

Ao analisar os dados estatísticos, a OMS informa que atualmente cerca de 300 milhões de pessoas sofrem com asma, 250 milhões apresentam alergia alimentar, 400 milhões sofrem com rinite e 25% da população já desenvolveu alergia a algum fármaco, atingindo indivíduos em todas as faixas etárias, comprometendo de forma significativa a qualidade de vida dessa população. 

O estudo aponta, ainda, que as doenças alérgicas frequentemente ocorrem juntas em um mesmo indivíduo, requerendo uma abordagem integrada para diagnóstico e tratamento por parte do médico generalista ou especialista. A rapidez do aumento na prevalência de doenças alérgicas, especialmente asma, sugere que mudanças ambientais, dieta, estilo de vida e comportamento individual que vêm ocorrendo nos últimos dois séculos podem ter papel preponderante neste fenômeno. 

Especialista 

De acordo com a especialista na área, titulada pela Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia, a médica Patrícia Rodrigues Ferreira Marques, dentre as alergias, existem quatro categorias que podem ser consideradas principais: da pele, alimentar, respiratória e medicamentosa. Ela explica que as alergias da pele normalmente são causadas por insetos ou pêlos de animais e, ainda, pelo contato com alguma superfície ou substância que desencadeia a irritação através de vermelhidão, erupção cutânea, prurido (coceira), bolhas ou feridas. 

De outro modo, segundo a estudiosa, as alergias alimentares se manifestam com inchaço ou coceira nos lábios, diarreia, vômitos, rouquidão, distensão abdominal e, ainda, em alguns casos extremos, pode provocar o fechamento da glote. Não menos grave, as alergias respiratórias causam espirros, coriza, coceira nos olhos, falta de ar, tosse, dores de cabeça, crises de asma e bronquites, algumas seguidas de insuficiência respiratória grave com quadro de obstrução. 

E, por último, em se tratando de elucidar essas quatro categorias, a especialista entende que existem também as alergias medicamentosas que variam de efeitos mais moderados, como náusea e vômitos, à anafilaxia (dificuldades respiratórias) ou até parada cardiorrespiratória, podendo inclusive levar o paciente a óbito.   

“Todas as doenças alérgicas dependem de fatores genéticos e fatores desencadeantes externos para se desenvolverem”, atesta a médica especialista. Ela alerta que nessa época do ano, “as pessoas mais expostas aos fatores desencadeantes são as mais propensas às doenças alérgicas, pelo tempo frio e seco, onde o excesso de poeira e a poluição na atmosfera podem ser gatilhos para as doenças alérgicas”, ressalta atestando  sua experiência na área.

Para combater as alergias existem uma série de tratamentos recomendados pelos especialistas, desde terapias mais tradicionais que fazem uso de anti-histamínicos, corticóides (com medicação de primeira e segunda geração) e vacinas, até aquelas "consideradas mais modernas, que incluem o uso da imunoterapia dessensibilizante com os anticorpos monoclonais e imunomoduladores”, explica a alergista e imunologista. 

Hábitos que podem salvar 

Este assunto também é tratado dentro da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). O diretor da Saúde, o médico Marcos Antônio Nogueira, faz uma alerta, entendendo que as doenças alérgicas merecem muita atenção, pois elas precisam ser tratadas desde o início para que não se tornem crônicas e evoluam para quadros mais graves.  

Por isso mesmo, celebrar a data é tão importante, já que proporciona a possibilidade de ampliar o debate e as discussões sobre um tema tão relevante para a saúde da população, proclama o diretor. "A informação é fundamental para toda a sociedade e pode auxiliar sobremaneira nos cuidados necessários para combater os mais variados tipos de alergia", comenta.

“Sem que a gente perceba, ao fazer uso da máscara adequada para combater a covid-19, algumas partículas mais grosseiras e pesadas que estão no ar são eliminadas e, com isso, existe uma proteção maior para aqueles que sofrem com as alergias respiratórias", relata dizendo ter sido ele mesmo um grande beneficiado em seu próprio quadro alérgico. 

Vigilância Sanitária

A modernidade acabou por inserir em todo o mundo uma quantidade e uma variedade infinita de químicos que foram sendo absorvidos cada vez mais pelo corpo humano. São compostos ou produtos que fazem parte de praticamente todos os ítens produzidos hoje pela grande indústria, inclusive dentre os alimentos. 

Sob esse aspecto, as alergias alimentares parecem simples, mas podem se tornar bastante complexas quando a questão é comer fora de casa ou abrir um simples pacotinho de alimento, embalado e processado, considerado aparentemente inocente. Essa realidade faz soar o alerta daquelas pessoas que não podem se expor a qualquer tipo de alimento.

Diante de uma lista de alimentos considerados os principais causadores de alergias, que podem ser graves ou até mesmo fatais, desde 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) editou uma resolução que obriga as indústrias a citarem nos seus rótulos quais são os principais ingredientes contidos naquele alimento específico.  

A norma se aplica aos alimentos, inclusive bebidas, ingredientes, aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia embalados na ausência do consumidor. Os rótulos, a partir desta data, foram obrigados a informar a existência de 17 alimentos considerados alergênicos, sendo eles: trigo (centeio, cevada, aveia e suas estirpes hibridizadas); crustáceos; ovos; peixes; amendoim; soja; leite de todos os mamíferos; amêndoa; avelã; castanha de caju; castanha do Pará; macadâmia; nozes; pecã; pistaches; pinoli; castanhas; e látex natural.

Projetos de lei

No Parlamento goiano, alguns projetos apresentados tratam desta temática, relembrando sua importância. De autoria do líder do Governo, o deputado Bruno Peixoto (UB), o projeto nº 2855/18 institui a Semana Estadual de Conscientização sobre a Alergia Alimentar com o objetivo de promover informação e conhecimento sobre o assunto. 

Em sua justificativa, o parlamentar entende que “quanto mais informação a população tiver sobre a alergia alimentar, maior e melhor será o acolhimento de quem já convive com a alergia alimentar, tendo mais condições de evitar a ocorrência de reações adversas pelo contato indesejado com o alimento que proporciona esse gatilho”, destaca. 

De iniciativa do deputado Karlos Cabral (PSB), a propositura de nº 3511/18 institui a obrigatoriedade dos colégios da rede estadual, da pré-escola ao ensino médio, a fornecerem alimentos alternativos para o estudante que apresenta intolerância ou alergia a algum alimento ou qualquer outra doença que comprovadamente o impeça de ingerir o alimento disponível no cardápio da merenda escolar. 

Na justificativa do projeto, Cabral observa que o objetivo é proteger e incluir, crianças e adolescentes, que sofrem com doenças crônicas, metabólicas, alergias e/ou intolerâncias e que, em decorrência disso, não podem consumir alimentos fornecidos na merenda escolar da rede pública estadual de educação. 

“Ainda é comum no estado de Goiás encontrarmos crianças que têm como única ou mais nutritiva refeição diária o lanche oferecido pelos colégios, creches e demais estabelecimentos de ensino público. Quando, por algum motivo, elas não podem consumir o alimento ofertado, o estudante deixa de frequentar o ambiente escolar, ou tem seu rendimento escolar afetado”, destaca o parlamentar. 

Além disso, a propositura relata que existem diversos casos, onde os portadores de doenças crônicas, como a diabetes por exemplo, podem impedir que alguns tipos de alimentos sejam consumidos pelos estudantes da rede pública de ensino. "É importante ressaltar ainda, que existem casos de alunos que têm mais de uma restrição alimentar e podem ser prejudicados ainda mais no seu desenvolvimento. Portanto, a questão alimentar é essencial no tratamento dessas deficiências e o não fornecimento adequado pode aumentar as sequelas", finaliza o parlamentar. 

Agência Assembleia de Notícias
Compartilhar

Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse nossa política de privacidade. Se você concorda, clique em ESTOU CIENTE.