Educação na primeira infância

Instituído a partir da Lei Federal nº 12.602/2012, o Dia Nacional da Educação Infantil, 25 de agosto, é uma oportunidade para ressaltar a importância do ensino de qualidade para o desenvolvimento pleno das crianças.
A escolha da data é uma homenagem à pediatra, sanitarista e fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, que dedicou sua vida ao trabalho assistencial voltado aos pequenos. 25 de agosto é o dia de seu nascimento.
A educação infantil é a primeira fase do ensino básico e tem como público as crianças de zero a cinco anos de idade em creches e pré-escolas. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional define como objetivos da etapa “o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.
Nesse sentido, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece que sejam garantidos como direitos mediadores durante a aprendizagem infantil o conviver, o brincar, o participar, o explorar, o expressar e o conhecer-se.
Em linhas gerais, é o nível educacional em que costumam ocorrer as primeiras interações fora do ambiente familiar, sendo, assim fundamental para o desenvolvimento cognitivo e de diferentes habilidades fundamentais que acompanharão a pessoa pelo resto de sua vida. São os primeiros passos rumo à formação integral de um cidadão.
“Viver, sentir, brincar”
A professora da rede pública de Goiânia Erivania Brito explica que a educação infantil complementa o que já deve estar presente no meio familiar. Assim, o trabalho conjunto visa o desenvolvimento da criança e de seus modos próprios de aprender e estabelecer relações com o mundo físico e sociocultural.
É necessário que a aprendizagem na primeira infância ocorra de forma dinâmica e lúdica para fortalecer aspectos cognitivos e psicossociais da criança dentro do contexto que está inserida, conta Erivania. “Nesse sentido, o papel do professor é mediar o acesso a esse conhecimento, ajudando na sistematização, mas partindo da curiosidade do aluno”, completa.
Na educação infantil, a interação social, o viver, o sentir e o brincar têm um papel fundamental. É preciso permitir que as crianças experienciem, entendam e aprendam ao seu próprio modo.
Para a professora Erivania, o segredo está na construção de um currículo que respeite as particularidades da forma de ensino na educação infantil.
“Devemos buscar oportunidades para que a criança seja capaz de se expressar. Usar o lúdico para promover o real e concreto, educação com prazer”, opina.
Marisa tem cinco anos de idade e frequenta o ambiente pré-escolar desde os três. Sua mãe, a fisioterapeuta Martina Brom, relata que optou por uma escola com a metodologia Waldorf, a qual prioriza o desenvolvimento socioemocional e individual da criança durante a educação infantil.
Segundo Brom, os efeitos no amadurecimento da filha a partir do início de sua trajetória educacional foram inúmeros e rapidamente perceptíveis. “Após uma semana de aula, já deixou de usar fraldas sem esforço ou traumas. Ela melhorou o autocontrole e a autorregulação de suas emoções, sabe se expressar melhor e está amando brincar em grupo e aprender o respeito ao próximo”, relata.
A mãe de Marisa destaca ainda o papel da família no bom desenvolvimento da criança durante a educação infantil. “O que acontece em uma reflete na outra, escolher uma escola que esteja em harmonia com nossos valores é essencial também. Eu sempre participo de todas as atividades escolares e demonstro confiança, o que faz com que minha filha se sinta segura também”.
Cenário brasileiro
Em sua edição mais recente, o Censo Escolar da Educação Básica revelou que a quantidade de matrículas em creches e pré-escolas, a qual havia recuado entre 2019 e 2021, cresceu em 2022.
A principal pesquisa estatística da educação básica brasileira registrou 74,4 mil creches em funcionamento no País. Do total de matrículas, 66,4% são da rede pública e 33,6% da privada. Vale ressaltar que 50,7% das creches particulares possuem convênio com o poder público.
No ano passado, foram feitas mais de 5 milhões de inscrições de estudantes na pré-escola. Mais da metade, 78,8%, são em instituições públicas e, das que não são, há 166,7 mil crianças em escolas conveniadas.
Tais estatísticas servem de base para o repasse de recursos públicos e são uma ferramenta para compreender o cenário brasileiro, possibilitando o acompanhamento de políticas voltadas à Educação.
A presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, Bia de Lima (PT) lembra que garantir o acesso a uma educação de qualidade desde a primeira infância, além de tudo, tem também o potencial para reduzir os índices de analfabetismo.
“Como membros do Legislativo goiano, atuamos tanto para estimular a formação de profissionais qualificados quanto para assegurar que haja recursos investidos na estrutura das unidades escolares”, analisa. Bia ressalta, ainda, a necessidade de promover a cultura e o esporte dentro do ambiente educacional.
A deputada elenca o acesso e a permanência dos menores de 18 anos na escola assim como melhorar a qualidade dos serviços no sistema educacional como principais caminhos a serem seguidos.