Audiência debate solução para permissionários de terminais de ônibus que serão reformados
A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) realizou, na tarde desta segunda-feira, 29, no auditório 2, uma audiência pública para debater a situação dos comerciantes permissionários que trabalham nos terminais Praça da Bíblia e Jardim Novo Mundo, em Goiânia. A iniciativa foi do deputado Mauro Rubem (PT) com o apoio do vereador de Goiânia Fabrício Rosa (PT).
Comandada por Rubem, a mesa diretiva contou com a presença dos seguintes convidados: presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Murilo Guimarães Ulhôa; representante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás, Maria Ester; diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana, Carlos Alberto dos Santos; e o representante do vereador Fabrício Rosa, Caique Tomé.
A audiência debateu a informação de que os 47 comerciantes que trabalham no Terminal da Praça da Bíblia deveriam desocupar, imediatamente, seus locais de trabalho para que sejam feitas as obras de revitalização do espaço. Eles também teriam sido informados que não poderão mais trabalhar no local e que serão transferidos para um novo espaço que está em construção ao lado do Terminal do Jardim Novo Mundo.
Já os 37 permissionários que trabalham no Terminal do Novo Mundo foram informados, segundo eles, que deveriam participar de um sorteio que vai selecionar apenas dez comerciantes para permanecer no local. Os demais deveriam deixar o local imediatamente e também aguardariam a entrega do novo projeto que está em construção.
Logo na abertura da audiência, Mauro Rubem esclareceu que ninguém vai perder a permissão, de acordo com o que foi informado por representantes da CMTC, RedeMob (consórcio que reúne cinco concessionárias de ônibus) e a Metrobus.
Para Mauro Rubem, a expectativa da reestruturação do transporte coletivo é a grande preocupação para servir melhor à sociedade, porém, ponderou que os trabalhadores não podem ser prejudicados. “Mas que essa reestruturação não exclua os permissionários. O que nós queremos é que cada um fique onde está”, disse.
Reestruturação
Em seu pronunciamento, o presidente da CMTC, Murilo Guimarães Ulhôa, garantiu que não haverá despejo de permissionários. “O que existe é uma reestruturação total do transporte público da região Metropolitana, que todos nós sabemos que é algo preocupante. São mais de 20 anos que não tem nenhum avanço e nenhuma preocupação em evoluir. E não é só a questão dos eixos principais, tem também a questão dos terminais e abrigos. Tudo foi repensado de uma hora para outra. A própria Assembleia Legislativa aprovou todas as mudanças e o início de tudo”, afirmou.
De acordo com Ulhôa, mudanças para melhorar a qualidade do transporte coletivo em Goiânia já estão sendo realizadas. “O sonho de quem conhece o sistema de algumas cidades em que ele funciona é ver o mesmo acontecendo em Goiânia. E isso está sendo feito. Não é uma promessa, é algo que já está acontecendo. Já estamos reformando as plataformas. Na próxima semana, serão entregues duas novas plataformas do Eixo Anhanguera. Na segunda semana de agosto, serão mais duas. E, enfim, iremos inaugurar no final do mês o BRT Norte Sul. Nós estamos proporcionando aos goianienses e aos moradores dos 19 municípios da região Metropolitana de Goiânia o que há de melhor”, comentou.
No caso específico da Praça da Bíblia, ele informou que não é possível abrigar todos os 47 permissionários. “Isso é uma realidade. Não existe espaço para a ampliação da área, diferente do que ocorre no Novo Mundo, onde nós acreditamos que pode ser um marco nessa mudança”.
Unilateral
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana, Carlos Alberto dos Santos, se manifestou a favor das mudanças anunciadas pelo presidente da CMTC. “Essa reforma é muito importante. Como diz o senhor Murilo, ela vem com certo atraso, pois já tem mais de 20 anos que não se faz investimento nesse setor”, disse.
Porém, o sindicalista afirmou que as decisões foram tomadas de forma unilateral. “Como se faz uma reforma gastando aí quase R$ 2 bilhões de impostos sem primeiro consultar a população de usuários de ônibus, sem primeiro consultar as pessoas que ganham o seu pão dentro do terminal de ônibus, sem primeiro consultar os trabalhadores do transporte coletivo de Goiânia?”, questionou.
Para Carlos Alberto, até o momento, nenhuma providência foi tomada para trazer mais comodidade aos trabalhadores do transporte coletivo. “Tem uma sala minúscula onde eles fazem as refeições. Em muitos terminais essa sala dá direto para o banheiro. Então, é uma coisa difícil de se imaginar. A pessoa está ali para fazer uma refeição, enquanto outra está usando o banheiro. Enfim, nós precisamos ser ouvidos”, salientou.
Como resultado da audiência, os participantes formaram uma comissão que vai se reunir com Murilo Ulhôa, para buscar soluções para os permissionários dos terminais Praça da Bíblia e Novo Mundo. Os trabalhadores querem saber quando começam e terminam as obras e o que será feito de concreto para garantir a sobrevivência deles durante esse tempo.