Hábitos saudáveis
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a principal causa de mortes no Brasil são as doenças cardiovasculares, como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca. A situação se estende pelo resto do planeta. O colesterol alto é um dos principais fatores que provocam essas enfermidades, que causam cerca de 400 mil mortes anuais no País. A projeção é de que 40% da população brasileira possui excesso de gordura no sangue.
E é para combater o problema que o 8 de agosto foi instituído como Dia Mundial de Combate ao Colesterol, quando se promovem ações de conscientização e prevenção.
Antes de mais nada, é importante saber que há dois tipos de colesterol, o HDL, considerado “bom”, e o LDL considerado “mau”. A prevenção e a diminuição do LDL passam pela adoção de hábitos saudáveis, como atividades físicas e uma alimentação adequada.
Na parte de alimentação, de acordo com a nutricionista Marcélia Martins, a principal recomendação para reduzir o colesterol é diminuir o consumo de gorduras saturadas. E, para isso, é necessário evitar as gorduras saturadas que vêm das frituras em imersão (quando se coloca o alimento em óleo/gordura, sob temperaturas elevadas, na presença de ar), das frituras em geral e de alimentos industrializados, como embutidos, sorvetes e bolachas recheadas.
“Esses que são os maiores vilões para os efeitos nocivos do LDL. Agora, nós temos que pensar também que podemos trazer benefícios consumindo as gorduras boas, que vão fazer aumentar o HDL, por meio de castanhas, azeite extra virgem e abacate, que é uma gordura muito boa”, ensina.
Marcélia esclarece, porém, que é preciso tomar cuidado em relação às castanhas, como é o caso do amendoim. “Apesar de ser muito acessível, ele corre muito risco de contaminação por fungos, além de ser o mais calórico de todos”.
Medidas legislativas
O Poder Legislativo goiano tem contribuído na luta pelo combate ao colesterol e pela saúde da população. No último dia 6 de agosto, o presidente da Comissão de Saúde da Casa de Leis, deputado Gustavo Sebba (PSDB), promoveu audiência pública sobre infarto agudo do miocárdio (IAM), evento que reuniu, no Auditório Júlio da Retífica, autoridades, especialistas e pessoas que tiveram/têm o problema e o estão combatendo.
A discussão abordou estratégias para prevenção, diagnóstico e tratamento do IAM, com foco na regionalização do atendimento e nos desafios enfrentados durante a fase pré-hospitalar. Foram discutidos indicadores e metas para a melhoria do manejo do infarto, bem como o financiamento das linhas de cuidado.
Outra contribuição foi a criação da Semana Estadual de Combate e Prevenção à Obesidade Infantil, estabelecida pela Lei Estadual nº 20.456, sancionada em 22 de abril de 2019. Advinda do projeto de lei 2263/18, de iniciativa do ex-deputado Simeyzon Silveira, o dispositivo legal estabelece uma campanha para sensibilizar sobre os riscos da obesidade na infância.
A partir de sua entrada em vigor, a Semana de Combate e Prevenção à Obesidade Infantil ficou incluída no calendário oficial do Estado de Goiás, a ser realizada, anualmente, na semana do dia 7 de abril, em que se comemora o Dia Mundial da Saúde. Seu objetivo é conscientizar toda a população sobre o assunto, por meio de procedimentos informativos e educativos sobre os problemas causados pela obesidade infantil, suas consequências e formas de evitá-la ou tratá-la.
Tratamento
Entre as doenças relacionadas ao colesterol LDL estão infarto, hipertensão, AVC, doença arterial obstrutiva periférica (obstrução de artérias), entre outras. O tratamento para reduzir seus níveis é feito com medicamentos, atividade física e uma alimentação adequada.
A doença arterial coronariana é causada pelo acúmulo de gordura nas artérias, que formam placas ateroscleróticas. Esses depósitos são formados por colesterol, cálcio e outras substâncias no sangue. Altas taxas de colesterol são determinadas por fatores genéticos e também alimentares.
Mas, apesar de todos esses problemas que pode causar, o colesterol é essencial para o organismo, pois atua na formação das células do coração, intestino, músculos, pele, fígado, nervos e cérebro. Contribui também para a digestão e na formação de hormônios e vitaminas. Tudo depende da quantidade existente no sangue. É por isso que sua ingestão deve ser controlada para que as taxas permaneçam equilibradas.
O HDL transporta colesterol dos tecidos do corpo para o fígado e, assim, é eliminado do corpo por meio da bile e facilita a “limpeza” das artérias. Já o LDL leva o colesterol do fígado para os tecidos e facilita seu acúmulo nas artérias do corpo. Esse acúmulo pode causar obstrução dos vasos e, consequentemente, doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.
O nível ideal de LDL no sangue deve ser menor que 130 mg/dL e o HDL maior que 40 mg/dL, para adultos com mais de 20 anos.
As crianças também podem ser afetadas pelo problema. De acordo com o Ministério da Saúde, o acompanhamento para monitorar os níveis de colesterol deve ocorrer a partir dos 2 anos de idade. Elas podem sim ter colesterol alto, principalmente quando há fatores de risco como uso de medicações, histórico familiar, doenças inflamatórias crônicas, doença renal crônica, entre outros.
Dieta saudável
De acordo com a nutricionista Marcélia Martins, os alimentos que contêm mais gorduras trans e saturadas são as frituras, o leite e seus derivados, carne bovina gordurosa, alimentos industrializados como sorvetes, salgadinhos, biscoitos recheados, margarina e maionese, e os embutidos, como salames, bacon e salsichas.
O ideal, segundo a especialista, é tirar esses alimentos do cardápio. As gorduras saturadas podem ser substituídas por gorduras poli-insaturadas, encontradas em produtos como atum, salmão, óleo de girassol, azeite, sementes de linhaça, chia, abacate e castanhas. Importante também reduzir o consumo de bebidas alcoólicas e de açúcares em geral.