No Programa Visão da Política, especialista Marcos Marinho avalia o segundo debate dos candidatos ao Paço Municipal
O Programa Visão da Política, transmitido pela TV Assembleia Legislativa, entrevistará o analista político Marcos Marinho, pesquisador e consultor em comunicação política e propaganda eleitoral. Na atração, ele vai abordar o segundo debate dos candidatos ao Paço Municipal de Goiânia, promovido pela TV Brasil Central, no dia 19 de agosto, que contou com a participação dos candidatos Fred Rodrigues (PL), Sandro Mabel (UB), Adriana Accorsi (PT), Vanderlan Cardoso (PSD), Rogério Cruz (SD) e Matheus Ribeiro (PSDB).
Logo no início, Marinho apresentou uma análise panorâmica dividindo a participação dos candidatos em dois grupos: de um lado, candidatos numa zona de conforto, em detrimento da vantagem das pesquisas, enquanto do outro, candidatos ainda parados, perdidos, sem um plano estratégico consistente para um crescimento na disputa eleitoral.
“Eles ainda estão estudando o terreno e se apropriando, eles próprios, das suas proposituras. Há candidatos em uma zona de conforto e há outros que não sabem muito bem o que estão fazendo do jogo. Com o fim do mês de agosto, há ainda muito que se fazer na proposição e na exposição de ideias entre candidatos e eleitores”, afirmou o analista.
A respeito dos meios de comunicação, o entrevistado enfatizou que, apesar de muitos profissionais do marketing considerarem que o meio digital transformou a forma de fazer campanha política e tentarem diminuir a sua importância, a televisão é um meio bastante relevante e não deve ser desconsiderado em um pleito. “TV e rádio são transversais nos mais variados públicos, enquanto que o digital é mais segmentado, em recortes mais específicos”, salientou.
Outro ponto avaliado pelo analista é sobre o despreparo dos candidatos durante suas performances nos debates em contraste com a criação de recortes de posts para a internet e redes sociais. “Enquanto no vídeo postado nas redes sociais existe o ensaio, o treino do tom de voz, um preparo do candidato, no debate ao vivo, é no improviso”, destacou.
Marcos Marinho também colocou: “E nessa seara, nos debates, constata-se que importante não são as perguntas feitas, mas o comportamento perante as provocações, os olhares e a imagem percebida pelo eleitor. É no tête-à-tête, na reação de um e outro, que vai se formar a percepção de quem está em casa. Não importa tanto a pergunta quanto a resposta, mas se o candidato perde ou não a paciência. É como se diz na gíria: 'se pega ar, age fora do script'”, finalizou.
Entre todos os candidatos à Prefeitura de Goiânia, o analista enxerga players com comportamentos bem delineados. “Fred Rodrigues se coloca no papel de embate, tá o tempo todo brigando com todo mundo. Na minha leitura, dificilmente as pessoas vão percebê-lo como alguém além da beligerância, da agressão”, ressaltou.
O entrevistado destaca como “a grande surpresa do debate” a participação do atual prefeito da Capital, Rogério Cruz, porque, na sua visão, ele deveria sofrer mais ataques por estar no mandato, mas tem conseguido contornar sua imagem negativa que muitos eleitores têm sobre sua gestão. “Quem está no mandato apanha mais. Mesmo assim, ele tem conseguido absorver os ataques e, ao mesmo tempo, melhorar um pouco o estigma negativo medido em pesquisa de rejeição”, complementou.
Com relação ao candidato Sandro Mabel, Marinho considera que sua candidatura é uma grande responsabilidade por se tratar de um candidato com apoio do governador do Estado. “Ele tem encontrado muitas dificuldades, porque vinha atuando em entidade de classe, lidando com as escolas do Serviço Social da Indústria de Goiás (Sesi-GO), fora do métier político, há um bom tempo, apesar de ter sido deputado federal por várias vezes. Eu vejo que, hoje, o Sandro Mabel ainda está tentando se posicionar, sinto um pouco de insegurança e firmeza na sua plataforma”, ressaltou.
Em referência ao candidato Matheus Ribeiro, “apesar da boa retórica por ser jornalista, é um político que está se consolidando, mas, na disputa desse cargo, falta musculatura para fazer frente aos concorrentes”.
Na visão do cientista político, Adriana Accorsi é a única candidata que está sozinha no aspecto ideológico em relação aos outros candidatos, por ser de esquerda, e não sofre a fragmentação de votos. Além disso, considera que a imagem da candidata é muito positiva, muito acolhedora, especialmente pela sua atividade como delegada e, na atualidade, como deputada federal. “Adriana é a mais palatável entre os petistas”, opinou.
Apesar dessa pouca rejeição, na visão dele, Accorsi ainda não encontrou o tom certo da sua campanha pelo fato de ter a marca do Partido dos Trabalhadores (PT). “Enquanto tentam bater só na sigla PT, ela precisa criar uma nova perspectiva para se apresentar como uma gestora. Ela está no momento de buscar outros grupos aos quais ela tenha uma ascendência. Se desconstruir um pouco a imagem da sigla, é possível que ela amealhe votos”, constatou.
Para Marinho, a campanha de Vanderlan Cardoso ainda não decolou. “Na minha leitura, ele ainda está entrando na campanha”. Avaliou que existem boas perspectivas para o candidato, desde que arregace as mangas e entre na corrida, porque falta a Cardoso ganhar corpo e estabelecer estratégia eleitoral. “Ele está na zona de conforto e tem bom recall, mas precisa tirar voto do Sandro Mabel”, arrematou.
Confira a entrevista do cientista político Marcos Marinho no Programa Visão da Política, que irá ao ar após a sessão plenária, nesta terça-feira, 3, na TV Assembleia Legislativa, pelos canais 3.2 (TV aberta), 8 da NET Claro e 7 da Gigabyte Telecom, no site oficial do Parlamento estadual e no canal do Youtube.