Programação cultural da Alego recebe circuito do Cineclube Laranjeiras, com mostra de filmes de temática LGBTQIAPN+
A Casa de Leis, por intermédio da Assessoria Adjunta de Atividades Culturais, realizou exibição de filmes com temática que aborda a diversidade sexual e de gênero na noite dessa quarta-feira, 4. O espaço do auditório 2 foi cedido para a mostra, em mais um evento que integra a política de abertura da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) à comunidade.
A sessão foi uma parceria do Cineclube Laranjeiras com a Associação da Parada LGBTQIAPN+ de Goiânia e exibiu filmes que trazem à reflexão o tema da Parada 2024: “Melhor Idade LGBT: Respeite a Minha História”. O cineclube é uma extensão do curso de cinema e audiovisual da Universidade Estadual de Goiás (UEG), sob a coordenação do professor Sandro de Oliveira.
Foram exibidos cinco filmes brasileiros curtas-metragens que exploram as vivências, formas de amar e a importância do respeito a pessoas LGBT que chegam à terceira idade.
Segundo Sandro de Oliveira, a ideia do cineclube como projeto de extensão é uma forma de dialogar com a sociedade, por meio do cinema, ao mesmo tempo em que mostra o que é feito no curso de formação de profissionais da UEG. Ele informou que o Cineclube Laranjeiras faz parcerias com diversas entidades, levando filmes e provocando o debate sobre vários assuntos relevantes para a população.
A mostra dessa quarta-feira integra a programação da 29ª Parada LGBTQIAPN+ de Goiânia, que terá o ponto alto no próximo domingo, 8, na Praça Cívica.
Sandro de Oliveira explicou que a curadoria, que fez a seleção dos filmes para a mostra, ficou a cargo de dois alunos do curso de cinema da UEG. Após a exibição, houve um debate sobre o tema, mediado pelo coordenador. Os debatedores foram o presidente da Parada LGBTQIAPN+ de Goiânia, Marcos Silvério, o produtor e realizador cinematográfico, Cristiano Sousa, e a presidente da Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Amanda Souto Baliza.
Para Marcos Silvério, o evento foi uma oportunidade para reflexão sobre as dificuldades enfrentadas por essas pessoas, que são duplamente discriminadas. “Queremos conscientizar que se as pessoas já enfrentam preconceito na velhice, especialmente quando ela é LGBT, isso é muito maior. Essas pessoas que chegam à terceira idade enfrentam ainda mais a solidão. Se as famílias expulsam lésbicas, pessoas ‘trans’ de casa quando são jovens, o que elas vão fazer na velhice? O que queremos é discutir como tornar a terceira idade dessas pessoas mais confortável”.
O professor Sandro de Oliveira elogiou a iniciativa da Casa do Povo de abrir as portas para discussões tão importantes e atuais. “Esse aqui é um lugar do povo. A gente sabe das carências que a comunidade LGBT sofre em várias instâncias no tecido social brasileiro. Carências nas áreas da saúde, do serviço social, na área jurídica, na área educacional. Então, são desafios de inserção social que essas pessoas precisam vencer. E eu acho que essa sessão aqui, de uma certa maneira, tem esse caráter simbólico, de que nós estamos ocupando esse espaço de poder. Até para que a gente possa abrir as discussões sobre as demandas da comunidade que não são atendidas”.