Dia Mundial sem Carro
Esse domingo, 22 de setembro, foi marcado pela celebração do Dia Mundial sem Carro. A iniciativa global teve origem na França (1997) e foi criada com o objetivo de conscientizar a população sobre os impactos negativos do uso excessivo de veículos automotores. Mas não é só: com a intenção também de fomentar e promover alternativas mais sustentáveis àqueles que se deslocam diariamente para o cumprimento de seus afazeres.
O Brasil incorporou a data quatro anos depois de sua origem, ou seja, em 2001. Desde então, entidades ligadas aos mais diferentes setores, bem como figuras públicas têm se empenhado em fazer com que as pessoas reflitam sobre a dependência dos automóveis e os problemas ambientais e urbanos decorrentes desse hábito. A urbanização acelerada e o crescimento da frota de veículos têm contribuído significativamente para o aumento da poluição atmosférica, congestionamentos e a degradação da qualidade de vida nas cidades.
O uso intenso dos veículos automotores causa impactos ambientais e urbanos e é um dos principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO₂), que contribui para o aquecimento global e as mudanças climáticas. Além disso, a poluição do ar causada pelos veículos é prejudicial à saúde pública, aumentando a incidência de doenças respiratórias e cardiovasculares.
O problema se agrava em períodos de seca severa e baixa umidade do ar, como a situação atual enfrentada por Goiás e quase todo o Brasil. A emissão de poluentes, aliada às diversas queimadas, contribui com a piora da situação, especialmente no que diz respeito às condições respiratórias, que se agravam sobremaneira até a chegada do período chuvoso, quando a umidade atinge condições mais próximas de um cenário minimamente ideal.
A presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Rosângela Rezende (Agir), enalteceu as iniciativas que possam despertar a conscientização popular acerca do assunto. "Nós sabemos que um dia sem carros não pode reverter todos os malefícios, mas essa é uma iniciativa para provocar mudanças de comportamento a longo prazo”, argumenta.
“Hoje é cada vez mais comum que a gente utilize o carro para percorrer distâncias curtas, que poderiam ser percorridas com uma boa caminhada, o que ajudaria a diminuir a quantidade de poluentes que a gente emite quando sai sempre motorizado por aí. Escolher uma bicicleta ou até mesmo fazer o percurso a pé ajuda não só o meio ambiente, mas também a nossa saúde física e emocional, que depende da prática de exercícios físicos”, explica.
Não à toa, a data conta com diversas iniciativas para incentivar o uso de meios de transporte alternativos, como bicicletas, transporte público e caminhadas. Como frisado pela deputada, além de diminuir consideravelmente a emissão de poluentes, a iniciativa ainda garante uma melhoria considerável da mobilidade urbana, tornando as cidades mais acessíveis e agradáveis para todos.
No Brasil, a adesão à campanha ainda é tímida, mas avança cada vez mais. Na Europa, a data já é celebrada como parte da Semana Europeia da Mobilidade, que ocorre entre os dias 16 e 22 de setembro. Essas datas são protagonizadas com uma série de atividades voltadas à promoção de transportes sustentáveis, com apoio de entidades governamentais e até da iniciativa privada.
O Dia Mundial sem Carro se traduz numa oportunidade para que a sociedade repense a forma como nos deslocamos nas cidades e busque soluções mais sustentáveis. A adoção de políticas públicas que incentivem o uso de transportes alternativos, a criação de infraestrutura adequada para ciclistas e pedestres e a melhoria do transporte público são passos fundamentais para construir um futuro mais limpo e, consequentemente, mais saudável.