Mês dedicado a salvar vidas
O mês de setembro é dedicado a iniciativas importantes. No último sábado, 21 de setembro, por exemplo, é comemorado o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea. O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas.
O objetivo principal da comemoração é agradecer a todos os doadores e reforçar a urgência dos pacientes que aguardam na fila de espera por um transplante. O transplante é necessário para pacientes com doenças que comprometem a produção normal de células sanguíneas, como as leucemias, além de portadores de aplasia de medula óssea e síndromes de imunodeficiência congênita.
No Brasil, mais de 5,7 milhões de pessoas estão cadastradas como possíveis doadores no Registro de Doadores de Medula Óssea (Redome). Para ser um doador, é necessário ir a um hemocentro levando um documento original de identidade e preencher um formulário com as informações pessoais para o cadastro. Além disso, será preciso a coleta de uma amostra de sangue (5 ml) para testes de tipificação HLA – fundamental para a compatibilidade do transplante.
Esses dados serão incluídos no Redome e, em caso de identificação de compatibilidade com um paciente, o doador será chamado para realizar outros testes.
Setembro Verde
No mês dedicado às doações, também é realizada a campanha Setembro Verde, que busca incentivar as pessoas a realizarem a doação de órgãos.
O Dia Nacional da Doação de Órgãos é celebrado em 27 de setembro e foi criado para realizar campanhas de estímulo à doação de órgãos e tecidos. A data foi instituída pela Lei n° 11.584, de 2007, com o objetivo também de fazer com que as pessoas conversem com seus familiares e amigos sobre o assunto.
De maneira geral, os seres humanos, uns mais, outros menos, desejam fazer o bem ao semelhante. Mas a falta de informações e a oposição da família são os maiores responsáveis pelo insuficiente número de doadores. Qualquer um pode doar. O que vale é estar com boa saúde avaliada pelo médico e atender certos limites de idade: 75 anos para os rins, 70 para o fígado, 69 anos para sangue, 65 para peles, ossos e válvulas cardíacas, 55 para o pulmão, o coração e medula óssea, 50 para o pâncreas. Para córneas não há limite.
A gerente de Transplantes da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Katiúscia Freitas, pontua que a recusa das famílias continua sendo o maior desafio na captação de órgãos. “O percentual de recusa no Brasil hoje é de 45%. Essa recusa, muitas vezes, está relacionada à desinformação da família e aos mitos em torno desse assunto”, esclarece.
Katiúscia destaca que Goiás atualmente realiza transplantes de fígado, de rins, de córneas, de pâncreas e de medula óssea. “O Hospital Estadual Alberto Rassi é referência nesses transplantes, sendo responsável por cerca de 99% dos transplantes de órgãos sólidos realizados em Goiás. Atualmente, temos um baixo número de doadores, o que implica em uma lista de transplantes ainda grande. O número de transplantes realizados em Goiás, em 2024, foi de 565 de órgãos e tecidos. O Estado teve 66 doadores de órgãos até o mês de agosto desse ano”, afirma.
Em relação à captação de órgãos, a gerente de transplantes frisa que a captação é realizada geralmente na unidade em que ocorreu a morte encefálica. “Soma-se uma união de esforços para que a captação aconteça, com Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Militar, Força Aérea Brasileira e voos comerciais. Então, são diversos profissionais e instituições envolvidos para que a captação aconteça de forma dinâmica e ágil, para que o órgão chegue em tempo hábil para o transplante”, disse.
Ações do Setembro Verde na Assembleia
Como forma de apoiar a campanha Setembro Verde, a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) também realizará no dia 27 de setembro uma ação para conscientizar os servidores e visitantes sobre a importância de doar órgãos. De acordo com o secretário de Saúde e Meio Ambiente do Trabalho da Alego, Eduardo Bernardes Alves, no dia 27 luzes na cor verde iluminarão a sede do Poder Legislativo. “Além disso, durante o dia todo entregaremos materiais informativos sobre a necessidade de doações e de avisar os familiares sobre a vontade de ser um doador. Os materiais educativos também terão dados referentes aos cadastros de doação de medula óssea”, explica.