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Combatendo as queimadas

27 de Setembro de 2024 às 15:00
Crédito: Carlos Costa
Combatendo as queimadas
Palestra itinerante na Escola Municipal Professora Marília Carneiro
O Legislativo goiano encerrou, nesta 6ª-feira, a última etapa da campanha educativa contra as queimadas em Goiás. Durante o mês, foram realizadas ações com a comunidade sobre prevenção, riscos e combate aos focos.

A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBM-GO) realizou, na manhã desta sexta-feira, 27, a última etapa da campanha educativa para combate e prevenção aos incêndios florestais no Estado. A atividade foi realizada com os alunos do ensino fundamental dois (6º ao 9º ano) da Escola Municipal Professora Marília Carneiros, situada no Jardim Guanabara III, na região Norte da Capital.

Ao iniciar o encontro, a servidora Gabriella Gouvea destacou que as queimadas são um problema recorrente e que afligem a população ano após ano. Ela pontuou ainda que Goiás registrou o maior número de queimadas em 26 anos, mas ressaltou que, para mudar essa realidade, é necessário apenas o esforço coletivo da população, tendo em vista que 90 por cento dos incêndios florestais tem como causa ações humanas.

Atividade simulada

Outro ponto abordado durante a palestra foi quanto à atuação do Poder Legislativo no combate aos incêndios. A servidora realizou uma atividade com os alunos, onde eles simularam um processo de elaboração das leis. Três estudantes simularam o papel da população, três o papel de deputados estaduais e um aluno simulou o papel desempenhado pelo governador do Estado. Assim, a servidora explicou que aos deputados cabem a elaboração das leis, atendendo as demandas da população. Ela falou também como funciona a tramitação de um  processo na Casa de Leis, desde a votação definitiva em Plenário até a sanção do Poder Executivo. Então, ela comentou sobre a Lei Ordinária nº 22.978/24, que considera como crime provocar incêndios em áreas florestais, matas, pastagens, lavouras entre outras.

Combate

Após a explanação sobre a parte legislativa de combate aos incêndios, o sargento do corpo de bombeiros Fabricio Vidal falou  sobre a atuação das equipes de combate aos incêndios. “Vocês sabem a diferença entre fogo e incêndio? Fogo você controla, é como o fogo de uma vela, em que você assopra e ele apaga. O incêndio é maior. E vocês sabem o que é um incêndio florestal? É o famoso fogo no mato. Parece ser algo simples, e realmente é. Mas o simples fogo no mato traz muitos prejuízos para a fauna, a flora e para a população, seja no campo ou nas cidades”, iniciou o sargento.

O bombeiro apontou que a fumaça liberada durante as queimadas emite gases tóxicos, responsáveis por problemas respiratórios, como asma e bronquite. Ele também comentou que as cinzas intoxicam o solo e dificultam o plantio de diversas espécies de arvores, bem como animais silvestres, que morrem por não conseguir fugir das chamas ou em decorrência da falta de água e comida.

O sargento levou, ainda, uma série de instrumentos que as equipes de bombeiros utilizam para apagar os focos, como abafadores e mochila postal. Ele explicou as técnicas utilizadas e como a equipe é dividida, mas salientou que tudo depende da proporção do incêndio e das condições climáticas, que ocasionalmente é necessária a ajuda de mais equipes e uso de aviões e helicópteros para jogar água.

Em sua palestra, ele falou sobre as dificuldades que a equipe enfrenta. “Às vezes, um bombeiro passa três, quatro dias dentro da mata. Tem que dormir em pedra, procurar por água. Porque o fogo é tão grande, consome uma área tão enorme, que o bombeiro vai adentrando e quando vê já está muito longe para voltar, às vezes até  se perde e precisa ser resgatado por outros colegas”, disse.

Por fim, o bombeiro afirmou aos alunos que a juventude é a melhor estratégia do Corpo de Bombeiros Militar. “Nós estamos aqui para ensinar sobre os perigos e malefícios do simples fogo no mato. Conscientizar vocês, através de uma simples conversa como essa, que tem resultados muito bons. Vocês podem ajudar as pessoas que ainda colocam fogo a pararem com essa prática e vocês também nunca realizarem”, finalizou.

Kátia Maria é coordenadora do colégio e comentou a ação desenvolvida nas escolas. A importância, diante da realidade é urgente. Precisa acontecer, inclusive mais vezes, para alcançarmos o objetivo e evitar as queimadas. Por mais que falem, a população é como alguns adolescentes, a gente precisa ficar repetindo o tempo inteiro. Então, ações como essas precisam ocorrer”. Ela também falou sobre a importância de explicar aos alunos sobre o processo de elaboração das leis, sobretudo porque muitos sequer têm conhecimento da legislação.

O professor de história Oara Rodrigues também endossou a fala da coordenadora. “É fundamental ações integradas que falem sobre conscientização das queimadas com a legitimidade do Poder Legislativo. São experiências que eles precisam vivenciar, a dinâmica por meio do teatro de como funciona o legislativo é muito eficiente, pois expõe para eles aquilo que eu explico em sala de aula”. O professor também falou que a presença de um bombeiro explicando o que é um incêndio e seus efeitos.

Por fim, Oara falou sobre a ação desenvolvida pela Casa de Leis. “Eu espero que isso passe a ser uma política de Estado. Que não seja uma ação somente do atual presidente da Assembleia Legislativa. Mas que os futuros presidentes possam manter as ações pelos próximos 20 anos”, encerrou.

Atuação Legislativa

O presidente da Casa, deputado Bruno Peixoto (UB), enfatizou a gravidade da situação em relação ao número de queimadas e a necessidade de engajamento coletivo: “Os incêndios têm deixado um rastro de destruição no mundo inteiro. Precisamos puxar para todos nós a responsabilidade no combate ao fogo e suas consequências. No Legislativo goiano, há tempos, estamos atentos a esse tema e dispostos a colaborar de mãos dadas com outros Poderes e com a sociedade”, explicou.

De acordo com dados do Corpo de Bombeiros de Goiás, foram registrados em 2024, até o dia 9 de setembro, 8.645 focos de incêndios. Desses, 1.468 ocorreram apenas no início deste mês. Esses índices alarmantes reforçam a importância da campanha, que busca mobilizar a sociedade para atuar preventivamente contra as queimadas e incentivar a participação popular no combate a esses desastres.

A campanha contra as queimadas é um esforço da Alego para preservar o meio ambiente e os biomas regionais, além de proteger a saúde pública e a biodiversidade local, tão afetadas pela situação. A participação da sociedade é fundamental para garantir que essas ações alcancem o sucesso desejado.

Antes, a Alego já havia realizado outras atividades de conscientização em escolas da rede pública de ensino. No dia 17 de setembro, a ação foi realizada junto aos alunos da Escola Municipal Laurindo Sobreira de Amaral e, no dia 18 de setembro, com os alunos do Colégio Estadual Robinho Martins Azevedo.

Agência Assembleia de Notícias
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