Foi lançado nesta quarta-feira, 7, na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), o Sistema de Segurança Colaborativa Connecta Goiás. A iniciativa integra esforços do poder público e do setor privado com o objetivo de ampliar a segurança pública em todo o estado. O projeto é fruto de uma parceria entre o Governo do Estado de Goiás, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), o Sindicato das Empresas de Segurança Eletrônica de Goiás (SIESE-GO) e a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego).

A rede de segurança colaborativa já conta com a integração de diversos órgãos e instituições, como a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO); Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal (regional Goiás) e a Polícia Rodoviária Federal, além das prefeituras de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo, Rio Verde e Itumbiara. 

O sistema funciona por meio da integração de câmeras de segurança, públicas e privadas, a uma base de dados operada com o apoio de inteligência artificial. Essa tecnologia permite identificar placas de veículos, objetos e características de pessoas, auxiliando tanto na prevenção quanto na elucidação de crimes.

Michel Afif Magul, da Secretaria de Relações Internacionais da Alego, representou o presidente, deputado Bruno Peixoto (UB), e destacou a importância do momento: “Este é um marco histórico, no qual vemos a inteligência artificial, a tecnologia e a inovação se conectando para nos proporcionar mais segurança, tranquilidade, melhores oportunidades de investimento e geração de empregos".

Durante o lançamento, o presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás, Francisco Júnior, destacou a eficácia da iniciativa. “Hoje temos a possibilidade de trabalhar com imagens inteligentes, com análise automatizada. Isso multiplica o nosso potencial de segurança. A Codego já iniciou a implementação do projeto em três distritos industriais: Senador Canedo, Itumbiara e o Distrito Agro-Industrial de Anápolis”, afirmou. Ele citou o exemplo de Itumbiara, onde os índices de furto estavam elevados e, após a instalação das câmeras, houve uma queda significativa, próxima de zero.

O secretário estadual de Indústria, Comércio e Serviços, Joel de Sant’Anna Braga Filho, reforçou que o projeto é mais uma ação para elevar o nível de segurança no estado. “Todos os dias, empresas de outros estados nos procuram para se instalar aqui devido à segurança pública. Isso tem impacto direto na economia e na atração de investimentos”, explicou. Segundo o secretário, a política de segurança pública do Governo Estadual resultou, nos últimos anos, em queda de até 60% no valor dos seguros de veículos. 

Parceria

O presidente do SIESE-GO, Sérgio Machado, destacou que a iniciativa surgiu da necessidade de integrar a segurança privada com a pública. Ele mencionou a Lei nº 22.217, de 16 de agosto de 2023, que regulamenta o compartilhamento de imagens entre sistemas privados de videomonitoramento e os órgãos de segurança pública do estado, respeitando os critérios da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Segundo Machado, a inovação do sistema Connecta Goiás está na sua estrutura em nuvem, que permite criar usuários e senhas com níveis diferentes de acesso. “A Secretaria de Segurança tem acesso total. Já o comerciante, por exemplo, só acessa as câmeras do seu próprio estabelecimento. E o melhor: muitas vezes nem é necessário adquirir novas câmeras, pois o sistema pode ser implementado em equipamentos já existentes”, explicou.

Atualmente, 20 empresas associadas ao projeto estão instalando câmeras em pontos estratégicos de Goiânia. Em breve, os clientes dessas empresas serão convidados a integrar seus sistemas ao Connecta Goiás, criando uma grande rede colaborativa de segurança.

O presidente da Fecomércio-GO, Marcelo Baiocchi, também enfatizou os benefícios da integração. “Se um carro for roubado, por exemplo, e o veículo for inserido no sistema, todas as câmeras passam a procurar por ele automaticamente. Quando esse carro passar por uma das câmeras, ele será identificado imediatamente. Isso muda completamente a forma como combatemos o crime”, destacou. Segundo Marcelo, caso o comércio não possua câmeras de segurança, o investimento necessário pode variar entre R$ 1.500 e R$ 4.000, além da taxa mensal de manutenção.