Mauro Rubem propõe medidas para reestruturação do Imas durante audiência pública

Sob o comando do deputado Mauro Rubem (PT), foi realizada, nesta segunda-feira, 25, no Auditório Francisco Gedda da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), audiência pública com o tema “O IMAS é Nosso”. O encontro reuniu servidores públicos municipais, profissionais da saúde e representantes sindicais para discutir os desafios enfrentados pelos usuários do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas).
Além de Mauro Rubem, a Mesa Diretiva contou com a presença da presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Goiás (Sieg), Dionne Hallyson; e da fisioterapeuta e servidora municipal, Camila Fortunado.
Durante a audiência, os participantes relataram dificuldades no atendimento oferecido pelo plano de saúde, além da preocupação com a proposta de aumento da mensalidade, medida que, segundo eles, afetaria de forma mais severa os servidores com menor renda e maior possibilidade de adoecimento.
Dionne Hallyson destacou que o espaço de diálogo é importante, mas reforçou a necessidade de ações concretas: “A Casa está aberta para o diálogo. Precisamos discutir propostas para o Imas. Recentemente precisei de um exame simples, um hemograma, e não havia cotas disponíveis. O grande gargalo hoje é a falta de atenção básica. Quando isso falha, os casos evoluem e os servidores acabam internados. Precisamos de segurança e saúde no trabalho”.
Já Camila Fortunado, com 13 anos de atuação na área de saúde do trabalhador, ressaltou o impacto do reajuste sobre o quadro de servidores: “A prefeitura tem um quadro envelhecido e adoecido, e isso precisa ser reconhecido. Aumentar a mensalidade com base na idade ou no perfil de adoecimento penaliza quem mais precisa do serviço, especialmente os agentes de apoio educacional, que ganham pouco e não têm condições de arcar com esse custo extra”.
Representando o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), a servidora Meibb Freitas também chamou a atenção para a situação da categoria: “Somos uma rede adoecida e, muitas vezes, invisibilizada. O adoecimento é geral, mas a educação tem sido especialmente negligenciada. Precisamos de ações efetivas que respeitem os trabalhadores”.
Propostas
Mauro Rubem defendeu três medidas principais para garantir a sobrevivência do Imas: negociação da dívida de aproximadamente R$ 250 milhões com prestadores de serviços e fornecedores, com aporte direto da prefeitura; recomposição orçamentária, visto que a arrecadação mensal gira em torno de R$ 14 a R$ 15 milhões, enquanto os gastos chegam a R$ 20 milhões; e manutenção do Imas como autarquia pública, com controle social e transparência, afastando qualquer possibilidade de transformação em entidade privada.
O parlamentar também disse estar trabalhando na articulação política, incluindo o agendamento de reunião com o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), e com a presidente do Imas, Gardene Moreira. Rubem afirmou ainda que pedirá apoio ao Ministério Público.
“O Imas é viável, tem saída. Mas se a intenção do prefeito for desmantelar o instituto, ele também pode conseguir isso — e nós não vamos permitir. Precisamos agir agora e mobilizar todos os atores envolvidos para salvar o Imas”, assegurou.
Ao final do encontro, ficou definida a realização de uma manifestação em frente à sede do Imas, no dia 18 de setembro.