Bia de Lima denuncia demora em processos de aposentadoria de servidores da educação
Durante o Pequeno Expediente da sessão ordinária desta quarta-feira, 17, no Plenário Iris Rezende Machado do Palácio Maguito Vilela, a deputada Bia de Lima (PT) utilizou a tribuna para criticar a demora em processos de aposentadoria de servidores da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e denunciar as dificuldades enfrentadas diariamente pelos profissionais da rede estadual de ensino.
A parlamentar iniciou sua fala relatando o caso de Maria José, uma professora que aguardou três anos pela concessão da aposentadoria, mas faleceu sem ver o processo concluído. “Foram três anos aguardando um processo de aposentadoria, e a Maria José morreu sem ser aposentada. Essa é a realidade do Estado de Goiás”, afirmou.
Bia de Lima lembrou que apresentou projeto de lei com a proposta de estabelecer prazo máximo para análise e conclusão dos pedidos de aposentadoria, mas a medida não avançou. “O que é inadmissível é três anos aguardando um processo de aposentadoria. E a pessoa morre. E morre estressada, acumulada de trabalho, sem condições de parar porque precisa cumprir burocracias”, destacou.
A deputada também criticou o excesso de plataformas digitais e sistemas que, segundo ela, sobrecarregam os profissionais, desviando-os da função principal de planejar e ministrar aulas. “Essa realidade está matando os trabalhadores em educação. Ao invés de planejar com calma uma melhor aula, eles ficam horas alimentando plataformas, como se os alunos fossem apenas dados e estatísticas”, declarou.
No discurso, Bia de Lima alertou ainda para os efeitos do atual modelo sobre a saúde dos professores, apontando problemas psicológicos, emocionais e até casos de suicídio. Ela lamentou o veto ao projeto de sua autoria que previa a criação de um selo voltado à promoção da saúde mental dos profissionais da educação. “As pessoas estão adoecidas e ninguém tem coragem de abrir a boca para reconhecer essa realidade”, disse.
A deputada também criticou a perda de direitos dos servidores que se ausentam da sala de aula por adoecimento ou acidente, como a retirada de gratificações e auxílios, o que, segundo ela, obriga muitos a trabalhar mesmo em condições debilitadas. “O Governo gosta de anunciar os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), mas não reconhece quem está por trás desses números adoecendo e lutando todos os dias para garantir qualidade no ensino”, finalizou.