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Cuidados com os idosos

22 de Outubro de 2025 às 11:50
Crédito: Maykon Cardoso
Cuidados com os idosos
Audiência pública com o tema "Cuidando de quem cuida e prevenção de queda em ambiente doméstico"

Presidente da Comissão de Atenção à Pessoa Idosa, deputado Ricardo Quirino comandou, nesta quarta-feira, 22, audiência pública que debateu cuidados e prevenção de queda em ambiente doméstico. 

Sob o comando do presidente da Comissão de Atenção à Pessoa Idosa, deputado Ricardo Quirino (Republicanos), foi realizada, na manhã desta quarta-feira, 22, audiência pública com o tema "Cuidando de quem cuida e prevenção de queda em ambiente doméstico". O encontro, teve lugar no auditório 1 do Palácio Maguito Vilela. 

Além de Quirino, compuseram a  mesa de debates: Geyson Melo, doutor em patologia clínica, especialista em gerontologia e integrante do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM); e a advogada Carmecita Balestra, presidente da Comissão de Direitos da Pessoa Idosa/Ordem dos Advogados do Brasil, subseção de Inhumas.

Melo apresentou dados e análises sobre o envelhecimento populacional, lembrando que o Brasil é um dos países que mais envelhecem e que envelhece mais rápido. O especialista mencionou que o aumento da expectativa de vida, hoje de 76 anos para o brasileiro, traz desafios relacionados a internações mais frequentes e fragilidade, principalmente se o envelhecimento não for ativo e saudável.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem mais de 33 milhões de pessoas idosas. Melo destacou a rapidez dessa ascensão, citando um aumento de quase 60% de pessoas acima de 65 anos de 2010 para 2022.

O maior desafio associado ao processo de envelhecimento, segundo o especialista, são as quedas, que representam um dos fatores que mais levam pessoas idosas a óbito. Elas são a principal causa de hospitalização e perda de autonomia. "Quando a gente fala do processo de envelhecimento ativo e saudável, o nosso foco principal é a manutenção da autonomia da pessoa idosa", pontuou.

Melo informou que a queda raramente é um acidente isolado, sendo "um sinal de alerta, um grito do corpo". Ele a classificou como a "ponta do iceberg", por estar associada às síndromes geriátricas.

Segundo o especialista, uma a cada três pessoas idosas caem pelo menos uma vez no ano, dados da Organização Mundial da Saúde. E 70% das quedas acontecem dentro de casa. Ele alertou que o ambiente doméstico nem sempre é seguro, o que requer mudanças como a instalação de corrimãos e a retirada de fios e tapetes soltos. A queda é a segunda causa de morte acidental entre pessoas acima de 65 anos e é multifatorial, envolvendo causas físicas, cognitivas, emocionais e ambientais.

Falta de preparo

Durante o debate, Ricardo Quirino pontuou a questão das pessoas que cuidam de idosos, na maioria das vezes sem o preparo adequado: "Os cuidadores domésticos, em sua grande maioria, são formados por familiares que não foram profissionalizados". O parlamentar ressaltou que a falta de qualificação profissional gera um peso para o cuidador, que não sabe lidar com situações como a demência.

Por sua vez, Geyson Melo complementou a fala do legislador, observando que o cuidador principal costuma ser um familiar ou, em outros casos, é contratada uma pessoa sem experiência. Essa falta de capacitação pode favorecer problemas como violências, quedas e negligências.

A advogada Carmecita Balestra ressaltou a importância da sensibilização do idoso. Ela defendeu que não é possível exigir o curso do familiar, mas que o próprio idoso deve buscar informação para o seu cuidador. “O que a gente faz é a sensibilização do próprio idoso para orientar o que o seu cuidador busca com essa informação”, afirmou.

A profissional destacou a relevância de o cuidador ter formação e alertou sobre a facilidade de obter certificados com pouca carga horária pela internet.

A especialista também reforçou o argumento apresentado por Melo: ao tratar do cuidador de idosos, a expectativa é a de encontrar alguém qualificado. Ela mencionou as instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), que precisam ter profissionais que compreendam a magnitude da queda e que se qualifiquem.

Balestra usou um exemplo para ilustrar a necessidade de qualificação, citando a própria experiência ao cuidar da irmã. A advogada relatou ter sofrido uma fratura na vértebra torácica ao tentar transferir a irmã, que havia quebrado o fêmur em uma queda. “No momento de transferência, eu não usei a técnica adequada e sofri uma fratura. Para não deixar a irmã cair, eu fiz uma força extra que a minha coluna não suportou”, afirmou. Ela concluiu que, sem o conhecimento de técnicas de transferência, o cuidador da instituição corre risco de lesão.

O deputado Ricardo Quirino lembrou que o Governo de Goiás sancionou a Lei nº 23.737, de 14 de outubro de 2025, de sua autoria. A lei cria a Semana Estadual de Conscientização e Prevenção de Quedas de Pessoas Idosas em Ambiente Doméstico. A semana será realizada anualmente, incluindo o dia 24 de junho – Dia Mundial de Prevenção de Quedas. “Estou muito feliz que nosso projeto foi aprovado. Nós vamos fazer uma movimentação e conscientização muito grande sobre este assunto.”

Em seguida, o legislador fez o convite para a próxima audiência pública, no dia 29 de outubro, na Sala de Comissões Júlio da Retífica, a partir das 9 horas, para discutir a “Apresentação de Informação Estadual para ILPIs”.

Agência Assembleia de Notícias
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