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Secretário de Estado da Saúde presta contas ao Parlamento

05 de Novembro de 2025 às 16:30
Crédito: Sérgio Rocha
Secretário de Estado da Saúde presta contas ao Parlamento
Secretário Rasivel dos Reis presta contas a parlamentares

Rasivel dos Reis Santos Júnior apresentou, na Comissão de Tributação, Finanças e Orçamento da Assembleia Legislativa, dados referentes ao 1º e 2º quadrimestres de 2025. Durante a audiência pública, o secretário apontou estratégias para reduzir a fila de espera por cirurgias, relatou aumento de consultas especializadas e queda nas mortalidades prematura e materna. Questionado pelos deputados, o titular da pasta respondeu sobre gastos com organizações sociais de saúde (OSSs) e vagas em unidades de terapia intensiva (UTIs).

Sob a presidência do deputado Wagner Camargo Neto (Solidariedade), a Comissão de Tributação, Finanças e Orçamento (CTFO), do Parlamento goiano, se reuniu na tarde desta quarta-feira, 5, em audiência pública para a prestação de contas da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), referente aos 1º e 2º quadrimestres de 2025. A apresentação dos dados foi feita pelo secretário Rasivel dos Reis Santos Júnior na Sala das Comissões Júlio da Retífica. O relatório detalhado pode ser conferido neste link.
 
O titular da Saúde relatou aumento no número de consultas especializadas e queda nas taxas de mortalidade, além de divulgar balanço de atendimentos realizados em hospitais estaduais. Questionado por deputados, Rasivel respondeu sobre gastos com organizações sociais de saúde (OSSs) e demanda por vagas em leitos de unidade de terapia intensiva (UTI).
 
Fila de espera
 
A apresentação teve início com relatório referente à fila de espera para cirurgias eletivas e consultas especializadas no Estado. “Temos visto uma expansão contínua de consultas e procedimentos especializados”, disse, expondo números da primeira metade de 2025, em contraste com o mesmo período de 2024.  
 
O secretário afirmou que, nos dois primeiros quadrimestres de 2025, foram feitas 56.426 cirurgias eletivas. Atualmente, 23.129 pacientes aguardam por procedimentos. “Estamos trabalhando para reduzir essa fila de espera, trabalhando com a priorização”, afirmou.
 
Para isso, explicou, vem sendo usado o Sistema de Saúde Integrada do Estado de Goiás (Sigo), que está sendo implantado estadualmente, com adesão, até o momento, dos municípios de Aparecida de Goiânia, Rio Verde e Anápolis.
 
Com relação às consultas especializadas, o secretário enfatizou que, por meio do Sigo e do painel Regulatron, o percentual de utilização das vagas aumentou de 42,77%, em janeiro, para 72,38% em agosto.
 
“Com o sistema integrado, são mais de 30 mil consultas marcadas automaticamente e, quando o paciente desiste, já entra outro da lista de espera. Isso otimizou muito a questão da consulta especializada”, pontuou Reis.
 
Redução das taxas de mortalidade prematura e materna
 
Em seguida, o secretário apontou a redução na taxa de mortalidade prematura pelo conjunto de quatro principais doenças crônicas não transmissíveis. O número caiu, de acordo com o Rasível, em mais de 100 por 100 mil habitantes. A redução exposta passou de 287,08 para 185,53. A estimativa era de 275, 71.
 
Já a redução de mortalidade materna foi de 53,6 mortes para cada 100 mil nascidos vivos. “Toda morte materna deve ser tratada como um evento catastrófico, porque 95% das mortes maternas são consideradas evitáveis”, frisou Rasivel. “Estamos fazendo todo o esforço para não termos morte materna. Cada morte materna é investigada para sabermos o que devemos fazer para que ela seja evitada”, salientou o titular da pasta da Saúde.
 
Iniciativas recentes e premiadas
 
O secretário também apontou as iniciativas recentes e premiadas do período. Ele abordou, primeiramente, a Rede Nascer, que tem foco na melhoria de crianças e gestantes, incluindo a busca pela redução das mortes maternas e infantis.
 
Outra ação que o secretário destacou foi a Identificação Neonatal, que consiste em identificar a criança e a mãe já na sala de parto, o que evita troca e rapto de bebês, além de ajudar em casos de abandono de recém-nascidos. A iniciativa teve início em setembro de 2025, no Hospital Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, e está em expansão, de acordo com Rasivel dos Reis.
 
O titular da Saúde abordou, ainda, o Meu Prontuário Eletrônico (Meu PEP), vencedor de prêmio de inovação digital. No prontuário, é disponibilizada aos pacientes uma série de informações relacionadas ao histórico de saúde a partir de dados das redes estaduais e municipais.
 
Ampliação da cobertura vacinal
 
Rasivel dos Reis destacou, ainda, o Canal Saúde Goiás como uma grande inovação do Estado. Trata-se de uma nova forma de comunicação com o cidadão, com acesso em tempo real a campanhas direcionadas, agendamento de consultas, exames, cirurgias e posição na fila de espera.
 
O sistema, que envia mensagens via SMS, mensagem de voz ou por meio do aplicativo WhatsApp, resultou no aumento da taxa de cobertura vacinal. “Começamos com a campanha da influenza e foi um sucesso. Conseguimos em torno de 15 mil pessoas a mais para serem vacinadas”, relatou Rasivel dos Reis ao apontar a importância da vacinação, sobretudo no momento atual.
 
“O mesmo leito em que eu internaria um paciente com uma complicação evitável porque ele não tomou a vacina seria o mesmo leito em que eu internaria um paciente com AVC, infarto ou algum trauma. Muitas vezes, aquele leito está sendo utilizado de forma inadequada por alguém que tomou a decisão deliberada de não se vacinar”, frisou o secretário.
 
O secretário de Saúde salientou, ainda, a atuação da gestão estadual no incentivo à imunização. “Precisamos nos recuperar dessa tragédia da hesitação vacinal, que, em momento nenhum, o nosso governador participou. Ronaldo Caiado foi o único gestor de direita que sempre incentivou a vacinação, nunca foi negacionista e sempre valorizou a ciência e a vida. Essa é uma questão extremamente importante, que o Estado de Goiás deu exemplo”, completou Rasivel dos Reis.
 
Novas unidades hospitalares
 
No encontro, o secretário também apresentou números referentes a novas unidades hospitalares em Goiás. Segundo o relatório, com um ano de funcionamento, o Hospital Estadual Ronaldo Ramos Caiado Filho, em Águas Lindas de Goiás, realizou mais de 200 mil atendimentos à população do Entorno do Distrito Federal (DF). O valor investido na unidade de saúde, que conta com 164 leitos, 40 unidades de terapia intensiva (UTIs) e 22 consultórios, foi de R$ 157 milhões.
 
Já o Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora), dedicado ao tratamento do câncer infantojuvenil, registrou no período de três meses de funcionamento: 119 casos atendidos; 81 casos diagnosticados; 146 internações em enfermaria; 35 admissões em UTI; 225 cirurgias realizadas, sendo 18 de grande porte e 19 neurocirurgias; 526 consultas médicas; 926 consultas multi; 104 sessões de quimioterapia; e 853 manipulação de quimioterápicos.
 
Manifestações parlamentares
 
Após a apresentação dos dados, os deputados fizeram questionamentos ao titular da pasta da Saúde. Antônio Gomide (PT), Delegado Eduardo Prado (PL), Bia de Lima (PT), Alessandro Moreira (PP), Wilde Cambão (PSD), Rosângela Rezende (Agir), Cristóvão Tormin (PRD), o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (UB), e o líder do Governo na Casa, Talles Barreto (UB), se manifestaram.
Bia de Lima afirmou que a situação da saúde em Goiás tem melhorado, em especial quanto à estrutura no interior, mas criticou o modelo de gestão adotado pelo Executivo. O maior desafio, ponderou, seria ter “mais médicos e atendimentos com qualidade”. A parlamentar acrescentou que “entregar a saúde para as OSSs [organizações sociais de saúde] não é a saída para isso”.
 
Colega de partido de Bia de Lima e também crítico das OSSs, Antônio Gomide perguntou sobre o valor repassado pela Saúde a essas organizações. Rasivel respondeu que o gasto é de R$ 2,5 bilhões da verba de R$ 4,8 bilhões da pasta. Tais números, acrescentou, são acessíveis ao público no Portal da Transparência e monitorados por instituições como o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) e o Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO).
 
O secretário também disse aos deputados que faltava a devida contrapartida do Governo Federal em termos de verbas destinadas a Goiás.
O presidente Bruno Peixoto, por sua vez, elogiou a descentralização da Saúde promovida pelo governador Ronaldo Caiado (UB), elencando a abertura de hospitais em Uruaçu, Águas Lindas e Luziânia. O de Formosa, disse ainda, deve passar a funcionar no início de 2026.
 
Na sequência, Alessandro Moreira falou das melhorias da saúde no nordeste goiano, afirmando que os pacientes da região agora precisam ir menos a Brasília. Além da abertura do hospital em Formosa, destacou a autorização do início de obras de uma policlínica em Campos Belos.
Já Wilde Cambão pontuou que a principal avaliação da saúde parte das pessoas, e o sentimento dos goianos seria o de que ela melhorou. Profissionais da área que atuam tanto no Distrito Federal quanto em Goiás, disse, hoje preferem trabalhar nesse último.
 
Rosângela Rezende e Cristóvão Tormin também fizeram elogios aos trabalhos da pasta na atual administração estadual. Assim como Peixoto, Talles Barreto destacou os benefícios da regionalização da Saúde.
 
Em contraste, o deputado Delegado Eduardo Prado fez várias ponderações: questionou, por exemplo, a permanência de uma demanda não atendida de vagas em UTIs e a falta de otorrinos de plantão nos 246 municípios goianos, o que implicaria falta de médicos para atender casos como engasgos.
 
O secretário respondeu que as demandas por UTIs passam, entre outros pontos, pela avaliação do encaminhamento feito por médicos para essas unidades, uma vez que há casos em que tal direcionamento não seria necessário. Quanto aos otorrinos, Rasivel disse haver serviço de urgência com esses profissionais no Hugo e que outros médicos são treinados e aptos para lidar com situações de engasgo.
 
Prado quis saber, ainda, se seria verdade que o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta “comanda as OSSs no Estado de Goiás”. Rasivel dos Reis disse conhecer Mandetta, mas afirmou que o ex-ministro “não tem nenhum tipo de vínculo com qualquer organização social” no Estado.
Agência Assembleia de Notícias
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