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Deputados comentam atuação do setor de cartões de crédito no Brasil

09 de Outubro de 2009 às 11:30

Em audiência pública realizada na Câmara Federal nesta quinta-feira, 8, o chefe do Departamento de Operações Bancárias e do Sistema de Pagamentos do Banco Central, José Antônio Marciano, reivindicou a oferta de descontos para pagamentos realizados em dinheiro, em detrimento daqueles realizados com cartões de crédito.

Para José Antônio, cada meio possui um “custo e benefício” específico, cabendo aos lojistas a negociação da melhor forma de pagamento. Ele criticou a concentração da emissão de cartões nas mãos de poucos credenciadores, o que dificulta a livre negociação entre as partes.

O deputado Guilherme Campos (DEM-SP) acrescentou que o cartão de crédito brasileiro é o mais caro do mundo, e que a rentabilidade do setor está acima do justificado pelo risco das operações.  Ele também cobrou a otimização dos serviços para que os custos, especialmente dos lojistas, sejam reduzidos. O democrata também solicitou um acordo na oferta de descontos, proporcional ao meio de pagamento escolhido, ou seja, dinheiro, cheque ou cartão de crédito.

Juros

Para o deputado José Nelto (PMDB), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor, os altos juros cobrados são um dos maiores problemas do setor. “Concordo com as críticas e quero dizer mais. Os juros brasileiros são os mais altos do mundo. A prestação do serviço de cartões é abusiva porque ilude o consumidor e prejudica o orçamento das famílias brasileiras. Hoje as pessoas recebem propostas de aquisição de cartões pelo correio, e muitas vezes adquirem uma dívida que não terão como pagar depois”, explicou.

“Os credenciadores de cartões de crédito brasileiros deveriam tratar o tema com a mesma seriedade verificada na Europa e nos Estados Unidos. O serviço é muito  importante, mas deveria ser melhor regulamentado pelo Banco Central”, acrescentou o parlamentar.

Já o deputado Misael Oliveira (PDT), vice-presidente da mesma Comissão, afirmou que a inadimplência ainda é o principal problema. “Concordo com as propostas para melhoria do setor. Mas acredito que, em muitos casos, o cartão é ainda uma boa opção para a realização de pagamentos. Para quem paga em dia, é um bom negócio. Para o inadimplente, é um mau negócio”, argumentou.

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