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Pare! Trânsito em Goiânia à beira do caos

15 de Março de 2010 às 11:45
Artigo do deputado Daniel Goulart (PSDB) publicado no jornal Diário da Manhã, edição de 05.03.2010.
* Daniel Goulart é deputado estadual e vice-presidente do PSDB goiano (www.danielgoulart.com) (danielgoulart@assembleia.go.gov.br)



Ao sair de casa dirigindo, o goianiense e o morador da região metropolitana já pensam na “dor de cabeça” que terão que enfrentar pelas ruas da Capital. Vias congestionadas, falta de educação de muitos condutores, infraestrutura viária ineficiente e excesso de veículos. Uma mistura que faz o motorista sair preparado para enfrentar uma guerra.

E uma solução definitiva para ambos os problemas está há muito tempo sendo protelada. Obras essenciais não saem do “plano das ideias” ou do papel. Algumas aguardam conclusão há 20 anos, como é o caso das marginais Botafogo e Cascavel. Elas começaram a ser construídas numa época em que Goiânia tinha cerca de 230 mil carros circulando por suas vias. Hoje, quase duas décadas depois, a estimativa é que a frota da Capital está próxima de um milhão. Ou seja, seria de suma importância hoje que essas vias estivessem completas.

Outras intervenções necessárias para aliviar o caótico trânsito de Goiânia ou não foram concluídas ou sequer foram iniciadas. Passagens de nível, viadutos e trincheiras tinham que sair do papel e deixar de ser belos projetos para fazer parte da realidade goianiense. Mesmo as intervenções mais simples, que não demandam investimento financeiro alto, estão emperradas. Como, por exemplo, os corredores exclusivos para ônibus nas avenidas principais de Goiânia e também a implantação de ondas verdes nos semáforos.

E não pense que deixar o carro ou a moto em casa causará menos estresse. Com um transporte coletivo que tem velocidade média de 16 km/h, que normalmente está lotado e não mantém regularidade de horário, o usuário amarga a combinação de um serviço de péssima qualidade com um preço alto. O Poder Público não tem argumentos que convençam o motorista a deixar o veículo em casa e optar pelo transporte público.

Os investimentos que foram feitos nessa área ocorreram de maneira errada. O setor apostou em microônibus com serviço e tarifa diferenciados com o foco em classe que tem veículo próprio. Porém, a iniciativa não convenceu. Já foram feitas diversas promoções e mudanças. Mesmo assim, os veículos continuam circulando vazios.

Um exemplo de estruturação viária e de transporte feito com qualidade e eficiência é Curitiba, capital do Paraná. Antes da implantação do famoso sistema de transporte coletivo, em 1970, a cidade passou por intervenções e planejamento das vias públicas para a circulação de biarticulados, dos “ligeirinhos” e dos veículos particulares. Foram feitas intervenções como, por exemplo, canaletas exclusivas para o transporte coletivo da linha direta e estações-tubo. A tarifa é integrada, o que permite o deslocamento por toda a cidade com a mesma passagem.

Goiânia precisa, ou melhor, já devia ter passado por uma revolução na infraestrutura viária antes de implantar iniciativas de transporte público que funcionariam se tivessem a possibilidade de cumprir horário e de oferecer um deslocamento rápido. Solução definitiva e eficiente para trânsito existe, a exemplo de Curitiba. Basta querer, otimizar o trabalho para isso e fazer investimentos certos.


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