* Vanuza Valadares é deputada estadual, líder do PSC na Assembleia e presidente da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Hídricos




Goiás terá 516 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul. Destes, 280 já estão em obras, ou seja, mais da metade do planejado já está sendo assentado. Mesmo que a locomotiva ainda não rode dentro dos limites do Estado, todos já podem ver que a realidade da população já está modificada. A obra trará mais empresas, gerará mais empregos. Com isso, o comércio e o setor de habitação já investem nas cidades do norte goiano. E neste início de ano, período em que a Assembleia não teve sessões, pude me dedicar inteiramente às demandas da região, e vejo a realidade sendo modificada.

No fim do ano de 2009, concedi uma entrevista à TV em que reafirmava minha expectativa da chegada da ferrovia. Até mesmo o apresentador desacreditou, o que foi reflexo de um pensamento calcado da desconfiança das obras públicas para o desenvolvimento. Não culpo ninguém. Por um lado, as pessoas têm razão de desacreditar. Eu ainda era criança em Porangatu quando surgiram as primeiras promessas da ferrovia. A diferença, agora, está no empenho do governo federal, que por meio do PAC, investe em obras de infraestrutura em todo o Brasil.

Apesar de ser uma região muito importante economicamente, o norte goiano ainda sofre com escassez de serviços e de políticas públicas para a população. Pode-se dizer, metaforicamente, que todos os benefícios serão trazidos nos vagões dos trens para as cidades. E a ligação pelos trilhos até o Porto de Itaqui transformará Porangatu, Uruaçu e região no principal centro de distribuição de grãos, minérios e produtos do agronegócio. O governo Lula está fazendo a parte dele. Cabe agora aos municípios ficarem preparados para os programas e benefícios ao desenvolvimento que virão de Brasília.

Com a chegada da linha, as indústrias de etanol que já estão instaladas em Goiás ampliarão os investimentos, a produção, o que resulta em criação de milhares de empregos diretos e indiretos. Os frigoríficos e as indústrias extrativistas de minério poderão também ampliar a produção, já que ficará mais barato transportar os produtos para todo o Brasil e até mercados internacionais. A carne, um dos principais produtos goianos na Europa, terá mais qualidade, agregará mais valor, e trará mais riquezas para o Estado.

O papel das prefeituras na ajuda a estes setores é essencial. As empresas precisarão de pessoas qualificadas, com experiência na área ou de formação técnica. O governo estadual e federal têm programas de capacitação, mas cada cidade tem que buscar os recursos e montar as turmas de acordo com a demanda da região. Existe dinheiro disponível do Fundo de Amparo ao Trabalhador para isso, mas é preciso que os prefeitos façam o movimento. E a intercessão do meu mandato para garantir esta verba está garantida.

Fizemos um primeiro movimento em Porangatu, por exemplo. Conseguimos levar à Associação dos Motoristas de Porangatu (Asmop) cursos para transporte de carga e de passageiros. Tudo para garantir segurança e qualidade nos serviços. E os profissionais já estarão preparados para todas as vagas que serão abertas. Um belíssimo trabalho intermediado pelo presidente da associação, Ari Melchior, que vem lutando sem medir esforços por todos estes benefícios.

Mas, além dos empregos, a infraestrutura da cidade deverá estar preparada. As prefeituras podem criar leis de incentivo à instalação de novas empresas, devem arrumar toda a rede de esgoto, de abastecimento de água, de transporte público, sem esquecer da malha viária. Sabemos que não se pode fazer nada sozinho, mas Estado e União têm programas para resolver estas pendências, têm linhas de financiamento especiais. Só é preciso procurar, elaborar um bom projeto e colocar toda a documentação em dia. Para o povo, fica a sugestão: façam mobilização para sanar os principais problemas da região e atuem em conjunto com o Executivo!