* Padre Ferreira é deputado estadual pelo PSDB (www.padreferreira.com.br)


É lamentável a notícia de que a Ferrovia Norte-Sul não passará mais por Rio Verde, uma das regiões mais ricas e prósperas de Goiás. Após 30 anos de espera, nosso município ficou de fora dos trilhos da ferrovia que ligará a região Norte do Brasil ao Sul e Sudeste – de Itaqui, no Maranhão, até Santos, em São Paulo.

Rio Verde merece receber um ramal da ferrovia. Afinal, o município produz 1% dos grãos do País e tem uma malha viária um tanto precária. A Norte-Sul poderia alavancar ainda mais a produção, além de desafogar as estradas federais e estaduais no sudeste de Goiás.

Os grãos produzidos na região são escoados para o Sul e Sudeste do País através das rodovias, fato que encarece o custo para o produtor rural, diminui o lucro e, conseqüentemente, o investimento em novas áreas de plantio. Se a Norte-Sul tivesse um ramal em Rio Verde, ou ao menos um projeto para o curto prazo, o custo seria menor e os produtores rurais poderiam até aumentar as áreas plantadas. Teriam melhores perspectivas.

Motoristas que trafegam na região também sentiriam um alívio muito grande nas estradas, hoje tomadas, principalmente, por carretas bitrens. O trânsito lento favorece acidentes, além de acelerar a degradação do asfalto da pista e acostamento - nossas estradas não foram projetadas para veículos que chegam a carregar hoje mais de 50 toneladas.

A Norte-Sul, que será interligada à Ferronorte, seria uma obra de impacto extraordinário no município. Os trilhos poderiam escoar a produção rioverdense até o Porto de Itaqui, no Maranhão, ou até o Porto de Santos, em São Paulo. Rio Verde teria acesso fácil aos dois dos principais portos do País e poderia exportar seus produtos, principalmente os ligados ao agronegócio, para todo o planeta. E o que é melhor: exportar a custos menores, com competitividade.

O transporte férreo alavancaria ainda mais desenvolvimento para a cidade, com mais empregos, melhores oportunidades, crescimento. Tudo isso através dos trilhos. Sem falar que todos os grandes países de primeiro mundo investiram em ferrovias para trilharem o desenvolvimento. E o Brasil não pode fazer ser diferente.

Tirar um ramal da Norte-Sul é uma injustiça muito grande não só para com Rio Verde, mas com sua população, produtores rurais. É uma injustiça também com Goiás e, principalmente, com a região sudoeste.

Por isso, conclamo a todos os rioverdenses a se mobilizarem para trazermos de volta a ferrovia. O prefeito de Rio Verde, doutor Juraci Martins, tem se empenhado e conduzido importantes reuniões a este respeito. Vamos fazer pressão na Valec, empresa do governo federal que está a cargo da construção, para não deixar Rio Verde de fora da Norte-Sul.

Juntamente com outros parlamentares, eu vou pessoalmente conversar com o presidente da Valec, Juquinha das Neves, que também é goiano, para discutir a situação da ferrovia. Não podemos deixar que mais esta injustiça ocorra com Rio Verde.