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Fórum do Setor Energético

30 de Junho de 2017 às 15:32
Crédito: Carlos Costa
Fórum do Setor Energético
Reunião do Fórum Permanente de Assuntos Relacionados ao Setor Energético do Estado
Sinduscon deu lugar, nesta sexta-feira, 30, para reunião do Fórum que marca início de etapa cujo foco são novas matrizes energéticas limpas como a biomassa. Encontro foi presidido por Simeyzon Silveira.

Os membros do Fórum de Discussão Permanente de Assuntos Relacionados ao Setor Energético de Goiás se reuniram pela 12ª vez na manhã desta sexta-feira, 30, no espaço cultural do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de Goiás (Sinduscon-GO). A iniciativa do encontro e desta plataforma de debates foi do presidente da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa, deputado Simeyzon Silveira (PSC).

Nesta reunião, uma nova etapa no Fórum foi iniciada: o trabalho a ser realizado nos próximos meses tem foco no progresso para outras matrizes energéticas limpas como a biomassa, já que muitos avanços foram conseguidos para a produção de energia elétrica no Estado por meio de sistema solar fotovoltaico.

Antes dos membros darem esse passo por meio de explanações técnicas e debates, a Superintendente de Energia, Telecomunicações e Infraestrutura da Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos (Secima), Danúsia Arantes, falou sobre a concepção do programa “Goiás Solar” enquanto política de Estado. Segundo ela, a iniciativa abre perspectiva para a gestão de uma matriz energética limpa, integrando as fontes renováveis que existe em abundância dentro de Goiás.

“Não estamos aqui para defender a energia solar fotovoltaica. Nós estamos aqui em uma concepção de uma política pública de Estado que prevê na sua operacionalização uma decisão política de gerir uma matriz limpa. Quem não tem história não tem memória, e nós precisávamos alavancar essa política por um caminho, e esse caminho foi apresentado pelo Fórum. Estamos construindo história”, ressaltou Danúsia.

Conforme a superintendente da Secima, a metodologia com que esta política de Estado está sendo construída é que fará com que Goiás tenha grande diferencial comparativo e competitivo em relação aos outros estados brasileiros. Ao explicar o modelo de governança do programa, ela enfatizou a importância dos empresários (cadeia produtiva), das universidades, da sociedade civil organizada em elo com o Governo, para a construção do Goiás Solar.

Na ocasião, um dos avanços trazidos com a implementação dessa política pública foi abordada pelo diretor-técnico da Agência Goiana de Habitação (Agehab), Marcel Bruno. Ele falou da entrega de 149 casas de interesse social dotadas de placas geradoras de energia solar fotovoltaica, no Residencial Luciano Peixoto, localizado no município de Pirenópolis, no último sábado, 24. Todas as moradias fazem parte do projeto “Casa Solar”, que foi desenvolvido pelo Executivo estadual com grande apoio do Fórum. 

Biomassa

Também palestrou Otávio Lage Filho, presidente da Jalles Machado S/A, agroindústria sucroenergética localizada no município de Goianésia, que possui coprodução de eletricidade por meio da biomassa. O empresário falou das vantagens da cogeração de energia e trouxe algumas estatísticas sobre a produção de biomassa no Brasil.  

Dentre os benefícios trazidos com esse tipo de produção energética, Lage destacou o desenvolvimento econômico e sustentável; ganhos ambientais, por se tratar de energia limpa; máximo aproveitamento dos recursos da cana-de-açúcar; ganhos sociais como geração de emprego e renda; geração de crédito de carbono; e o aumento da oferta de energia elétrica, principalmente no período seco, quando os reservatórios de água estão baixos.

De acordo com o empresário, a biomassa representa 9% da potência outorgada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) na matriz elétrica do País, sendo a terceira maior fonte instalada, ficando atrás apenas da hídrica, responsável por 66%, e da fóssil, por 17,4%.

Lage afirma, ainda, que se o potencial técnico da bioeletricidade da cana for aproveitado plenamente, esta fonte tem capacidade de representar 24% do consumo nacional da rede até o ano de 2024. Segundo ele, há 211 usinas sucroenergéticas no Brasil que podem passar por um processo de reforma (“retrofit”) e aproveitarem plenamente o bagaço, a palha e o biogás da vinhaça para se tornarem grandes geradoras de bioeletricidade para a rede.  

Para o presidente da Jalles Machado, o setor precisa de apoio do Poder Público no desenvolvimento de ações que fomentem deste tipo de produção. Dentre os desafios que precisam ser superados, ele destaca a desburocratização dos licenciamentos ambientais, aprimoramento da legislação, incentivos de ordem tributária para aquisição de equipamentos dentro do Estado e interligação das usinas com a rede de distribuição.

Abastecimento público

Quem também fez uma abordagem técnica na reunião foi o diretor agrônomo da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago), Henrique Luiz, que falou sobre os desafios para o abastecimento público, que são, segundo ele, os seguintes: as variações climáticas; redução da disponibilidade hídrica; uso e ocupação dos solos; utilização de agrotóxicos; expansão urbana; degradação das bacias hidrográficas; crescimento urbano na Região Metropolitana de Goiânia; demanda crescente de água; eixos de desenvolvimento; novos mananciais; e riscos de acidentes com cargas perigosas.

Henrique Luiz também elucidou as medidas que devem ser tomadas para vencer estes desafios, como a educação ambiental/espiritual, quebra de paradigmas, desenvolvimento sustentável, controle e/ou eliminação de fontes poluidoras, manejo e conservação de solos e água, Leis de proteção dos solos, um Plano de Segurança da Água e recuperação das Áreas de Preservação Permanente (APP’s).

O pagamento por serviços ambientais à Saneago, criação de Unidades de Conservação/Captações, gestão de recursos hídricos, proteção das Fontes de Abastecimento no Plano Diretor, planejamento integrado da Região Metropolitana e o fortalecimento dos Comitês de Bacias Hidrográficas (CBH’s) também são ações de fundamental importância para este intuito, segundo o diretor agrônomo.

A reunião teve como anfitrião o presidente do Sinduscon, Carlos Alberto Moura, e contou, ainda, com a presença do diretor técnico da Sigma Engenharia, Edmar Cândido. O convidado fará no próximo encontro marcado para o mês de agosto, uma abordagem sobre a energia da biomassa em propriedades rurais e da viabilidade de projetos para pequenos produtores.

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