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Poder e autoridade

15 de Fevereiro de 2018 às 17:47
Crédito: Marcos Kennedy
Poder e autoridade
Dep. José Nelto
Em críticas ao governador Marconi Perillo, o deputado José Nelto (MDB), que representou a oposição na sessão de abertura dos trabalhos legislativos, frisa a diferença entre poder e autoridade.

Como representante da oposição, o deputado José Nelto (MDB) discursou na sessão que reabre os trabalhos da Assembleia Legislativa em 2018, último ano da 18ª Legislatura. Durante toda sua fala, ele frisou para o governador Marconi Perillo: “o poder é político, a autoridade é moral”. O deputado procurou construir seu discurso com as críticas à gestão do atual Chefe do Poder Executivo goiano.

“O Governador de Goiás exerceu muito poder nos últimos anos, mas sem se preocupar com a autoridade moral. Ele queimou todo seu capital moral”, disse, mencionando uma suposta perseguição de Marconi Perillo a opositores políticos no interior do Estado.

O parlamentar afirmou que, desde 2015, houve em Goiás um verdadeiro desrespeito aos servidores públicos. “Eles passaram a conviver com salários atrasados e constantes ameaças. Os adicionais de insalubridade e periculosidade foram reduzidos a quase zero. A previdência dos servidores foi alterada para pior, sem contar a constante ameaça de perda da licença-prêmio e do quinquênio. Além disso, não tiveram um direito legal respeitado – a reposição salarial pela data-base”.

Na opinião de José Nelto, com um déficit bilionário nas contas do Estado, o Governador decidiu punir o cidadão goiano o quanto pôde. “As tarifas de água e energia foram reajustadas em mais de 100% desde 2015. O Governo também aumentou o ICMS da gasolina para 31%, sendo agora o segundo mais alto do Brasil, e também chegou a dobrar o imposto de transferência de herança e doação, o chamado imposto das viúvas. Só recuou depois de pressão da oposição”.

O deputado continuou a tecer críticas às decisões do Governador que impactaram diretamente a população. “O Detran de Goiás protagonizou outra punhalada nos goianos. Aumentou os valores das taxas e tentou a todo custo obrigar os goianos a pagar R$ 210 pelo chip na placa. O Estado de Goiás tem hoje a carga tributária mais alta do Brasil. Este Estado também é o da indústria das multas com verdadeiras pegadinhas nas rodovias, o próprio governador chegou a ser orgulhar de multar um mesmo motorista até sete vezes em menos de um minuto. Vários postos de pedágio no Estado foram criados, para punir ainda mais o cidadão goiano. Além do Fundo Rodovidas, já pagamos o IPVA mais alto do Brasil”.

Segundo as palavras do emedebista, este é um Governo que aumenta impostos, corta direitos, mas se recusa a cortar gastos supérfluos. Ele aponta que, nos últimos três anos, foram 28 viagens internacionais luxuosas, sendo uma delas secreta - em junho de 2015 – que configura ato ilegal. “Foram gastos nesses 3 anos mais de R$ 90 milhões com shows caríssimos, acima do valor do mercado. Sem contar os mais de R$ 300 milhões com publicidade em apenas 36 meses”, acrescentou.

José Nelto criticou o fato de o Governador ter quebrado uma de suas promessas de campanha, a de que não venderia a Celg. “E Marconi disse, há dois anos, que a Celg seria vendida por R$ 3 bilhões. No fim, deu menos de 1 bilhão e com uma renúncia fiscal de ICMS de 30 anos, o que é péssimo para o futuro de Goiás”.

O deputado trouxe dados do jornal Correio Brasiliense e mostrou o que seria a verdadeira realidade do Estado. “O déficit anual total de Goiás, em 2017, é de R$ 2 bilhões, quando não se faz nenhuma maquiagem. A conta centralizadora é hoje o principal instrumento de maquiagem das contas do Estado. O Governo anuncia que o saldo negativo da centralizadora é de 500 milhões. A informação real é a de que foram utilizados quase 11 bilhões de reais de vários fundos”, explica.

Antes de finalizar, José Nelto direcionou críticas, ainda, à gestão de várias pastas da administração pública, como, por exemplo, à atuação da Organizações Sociais (OS) na Saúde e na Educação, à crise na Segurança Pública e à questão da Transparência nas ações e contas do Governo.

No fechamento de sua fala, José Nelto aproveitou para prever o futuro do grupo político capitaneado por Marconi Perillo. “Este Governo inviabilizou Goiás pelos próximos 20 anos. São quase R$ 10 bilhões de empréstimos que os próximos governadores terão que pagar a curto prazo. Definitivamente, a população se cansou! Este governo está chegando ao final com um divórcio litigioso com o povo goiano”.

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