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Vanuza Valadares enaltece profissionais médicos

18 de Outubro de 2007 às 14:47
Discurso proferido pela deputada Vanuza Valadares (PSC) durante sessão especial que prestou homenagem aos médicos, por ocasião das comemorações do Dia do Médico. (18/10/2007)
Prezadas Senhoras,
Prezados senhores
Nobres pares
Servidores da Assembléia

Os meus cumprimentos a todos os que nos assistem pela TV Assembléia e que nos acompanham pela internet.

A minha reverência aos médicos e médicas aqui presentes.

Hoje dia 18 de outubro, Dia do Médico, estamos homenageando muito mais que profissionais da saúde.  Estamos na verdade rendendo graças a mais de quatro mil anos de história. Pois, são estes profissionais que nos trazem do antigo Egito as técnicas, e os ensinamentos capazes de contribuir para a melhoria da qualidade de vida.

Isso significa que os senhores e as senhoras representam uma parte da história da humanidade que desafiou o tempo, as doenças, os mistérios da dor, e que nos deu a alegria de muitas curas. E neste desenvolver da linha do tempo a ciência evoluiu e separou a medicina da religião e da magia.

Afastou as crenças de que as doenças tinham causas sobrenaturais e fundou os alicerces da medicina racional e científica.  Daí o homem perdeu a ingenuidade e descobriu o mecanismo de criação da vida.

Mas, esta perda da inocência não foi ruim, por exemplo, aqui em Goiás temos médicos que se dedicam a realizar sonhos através da reprodução humana assistida, como o Dr Waldemar Naves Amaral juntamente com o Dr. Rodopiano e o Dr. Mário Approbato que ostentam nos seus currículos o 1º bebe de proveta do Serviço Público de Goiás.

Parabéns doutores! 

Nas últimas décadas, muitos cientistas se dedicaram ao estudo das moléculas presentes nas células para descobrir suas múltiplas funções.  E neste método reducionista, o profissional da saúde teve que seguir a tendência de se tornar especialista e saber cada vez mais a respeito de cada vez menos.

Isto é reflexo da cultura da ciência ocidental que tem como explicação uma simples razão: a produção de resultados. E não estou dizendo que está errado porque esta busca pela maior capacidade de visualizar o funcionamento da célula vem da necessidade de prever o seu comportamento diante de determinados estímulos.

É a busca de respostas para as mais diversas necessidades do ser humano.  Para falar aos senhores e senhoras hoje decidi fazer um recorte em uma imensidão de assuntos que se ligam à medicina.

Resolvi que não seria necessário falar de dignidade à profissão médica, das normas éticas de conduta que devem nortear a vida do médico, tanto no exercício profissional, como fora dele. Pois, senti no meu coração a certeza de que os senhores e senhoras homenageados hoje sabem conjugar bem os avanços científicos com o milenar ensinamento de amor ao próximo.

A sabedoria de um médico está na maturidade de perceber que o paciente por mais simples que ele seja, ou por mais humilde que seja a sua origem é ele quem ensina o valor e a fragilidade da saúde.

Espero que este 18 de outubro seja mais que uma data que torne pública a admiração desta casa de leis por vocês e pela profissão que escolheram. Tenho a esperança que este dia é uma oportunidade para aproximar Parlamento e a comunidade médica para discutir a intricada situação da saúde pública.

Pois, no dia a dia os senhores já percebem os sinais de que a saúde pública não suporta mais os tratamentos que recebe. Por falar em saúde pública quero dizer que: a Comissão do Meio Ambiente da Assembléia Legislativa de Goiás, da qual sou presidente, está realizando o 1º Simpósio de Resíduos Sólidos do Estado de Goiás.

O Evento acontece hoje e amanhã no auditório da Celg das 8:00 da manhã às seis horas da tarde.  Nós da Comissão de Meio Ambiente acreditamos que quando discutimos o destino do lixo estamos contribuindo para a melhoria da qualidade da saúde pública, pois estamos evitando doenças.

E por falar em saúde pública peço permissão para mencionar as palavras do Doutor Drauzio Varella,  que diz que o juramento dos médicos deve ser revisto, e isso deve ser feito sem desmerecer Hipócrates, o pai da medicina, e suas louváveis intenções filosóficas a respeito da ética profissional, que também conduziram à medicina para longe das explicações sobrenaturais.
Este médico com mais de 30 anos de carreira pontua com maestria a absurda rotina medieval a que os senhores e senhoras são impostos. A saúde pública está mau, todos nós sabemos, mas é preciso repensar também as condições de trabalho e a remuneração pelos serviços de saúde prestados. 

A lógica de mercado e as infindáveis carências humanas impõem plantões de 24 horas, seguidos de mais 12 horas de trabalho continuado no dia seguinte. Um flagrante do desprezo à própria saúde dos médicos, o que coloca em risco a vida dos doentes atendidos nesses momentos de cansaço extremo.

Acredito que isso pode acontecer uma vez ou outra, mas nunca sistematicamente, porque esta dinâmica contraria o mais elementar dos direitos trabalhistas: que é o de dormir.
O que faz da medicina uma profissão respeitável não são as noites em claro nem o texto sacerdotal que é jurado na formatura.

O que torna a medicina um trabalho admirável é o compromisso diário com a saúde das comunidades em que os senhores atuam.  Fui eleita pelo Norte goiano e tive como plataforma política a saúde.  Após 10 meses de mandato tenho o orgulho de anunciar que a região Norte terá um Hospital Regional.

Graças ao trabalho dos vereadores, deputados e prefeitos daquela região conseguimos sensibilizar o nosso governador que também é médico, para a importância de um hospital no Norte de Goiás.

Porque antes de estar deputada e ser empresária pensava comigo mesma sobre o absurdo de que alguém que esteja passando mal precise viajar quase oito horas para chegar a capital e ser atendido.

Mas, sei que o sonho da saúde pública de qualidade deve abranger diversas situações. Devemos nos atentar para a infra-estrutura como água tratada, esgoto, asfalto, educação e orientações médicas e também as condições de trabalho que são impostas aos profissionais da saúde.
Porque para cumprir com o que a sociedade espera dos senhores, é preciso lutar por salários dignos, pois hoje é humanamente impossível ser bom médico sem assinar revistas especializadas, ter acesso à internet, freqüentar congressos e estar alfabetizado em inglês, a língua oficial das publicações científicas.

Num campo em que novos conhecimentos são produzidos em velocidade vertiginosa, os esforços para acompanhá-los devem fazer parte de um projeto permanente.  Isso significa que medicina é profissão para quem gosta e para quem pode estudar.

Mas, a luta não acaba por aí porque apesar do domínio da técnica ser absolutamente necessário, só isso não basta.
 A prática da medicina também envolve a arte de ouvir as pessoas, de observar, examinar, interpretar o que é dito e discutir as opções mais adequadas para cada caso.

É nesta área, que temos muito a aprender com os velhos mestres.  Hipócrates acreditava que a arte da medicina está em observar.  E queria ensinar que ao paciente interessa mais saber o que lhe acontecerá nos dias seguintes do que saber o nome da sua doença.  Explicar claramente a natureza da enfermidade e como agir para enfrentá-la alivia a angústia de estar doente e aumenta a probabilidade de adesão ao tratamento.

Hoje, como deputada tenho a imensa felicidade de ter como amigos muitos de vocês e quero confidenciar que: o que mais me inspirou no discurso de hoje foi pensar que muitos dos senhores e senhoras sonham desde de criança em se vestir de branco e cuidar das pessoas. Tomo como exemplo o Dr. Alexandre Menezes de Brito cancerologista que dizia desde menino que ia ser médico.

Em nome do Dr. Alexandre dou os parabéns a todos vocês que cultivaram este sonho de criança e se fortaleceram na rotina dos estudos, da residência, da especialização e da prática diária.
Rendo homenagem também a cada pai e mãe de todos os médicos e médicas deste Estado, pois eles levaram a sério o que as crianças diziam.

Para finalizar quero reafirmar a minha admiração aos médicos que se lançaram na vida político – administrativa.  Que se tornaram secretários de saúde, diretores de hospital representantes de sua categoria e até prefeito como o Dr. George Moraes, prefeito de Trindade e o Dr. Lindomar Gomes Ferreira prefeito de Campinaçu.  

O Dr. Waldemar Naves do Amaral, presidente da Associação Médica de Goiás. Também aproveito para citar o Dr. Cairo Alberto de Freitas, Secretário de Estado da Saúde e o Dr. Paulo Rassi Secretário de Saúde do Município que estão imbuídos de administrar e responder pela situação da saúde pública em Goiás e em Goiânia. 

O deputado Dr. Valdir e o Dr. Jardel Sebba, deputado e presidente desta Casa de Leis que decidiram trabalhar pela saúde junto ao Poder Legislativo.

 E os meus agradecimentos aos médicos de Porangatu: O Dr. Alexandre Menezes,o Dr. Antônio Paulo Machado Gontijo, Dr. Carlos Garcia, Dr. Carlos Umberto Inácio Novaes, o Dr. Liélio Vieira Lessa, o Dr. Paulo Roberto do Prado Barbosa, o Dr. Pitágoras Adriano Souza, o Dr. Roberto Silva Naziozeno, o Dr. Sebastião Eustáquio Lara Leão, o Dr. Vantuil Rodrigues da Silva e o Dr. Domingos Naves de Sousa de Mutunópolis.

 E para finalizar este discurso gostaria de usar as palavras do Dr. Luciano Sardinha que disse ao Jornal HOJE que apesar da falta de financiamento da saúde pública e do baixo reconhecimento o dia 18 de outubro deve ser comemorado afinal os senhores e senhoras são médicos de homens e de almas!

Parabéns a todos os médicos! 

Obrigada! 

 

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