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Doutor Valdir enumera importância dos médicos

18 de Outubro de 2007 às 17:32
Discurso proferido pelo deputado Doutor Valdir, PR, durante sessão especial que comemorou o Dia do Médico. (18/10/2007).
Prezados Senhores,
Prezadas Senhoras,

Inicialmente, quero manifestar ao nobre Deputado Jardel Sebba que, assim como nós é médico e é um dos homenageados de hoje, a minha alegria e honra de tê-lo à frente deste Poder, muito especialmente, hoje, presidindo esta distinguida sessão que é ao mesmo tempo solene e festiva, na qual comemoramos o dia do profissional médico.Expresso, também, de forma especialíssima, congratulações aos também médicos e colegas Deputados, Drs. Helio de Sousa e Honor Cruvinel em nome dos quais cumprimentamos a todos os demais profissionais da saúde que mourejam em nosso Estado.

Peço vênia para, nas pessoas dos ilustres médicos aqui homenageados, congratular-me, também, com todos aqueles que nas mais distantes e menos favorecidas regiões do Estado e do País, mesmo diante das inúmeras dificuldades de ordem material, sem os benefícios da tecnologia de ponta, sem nenhuma sofisticação que lhes pudessem auxiliar na luta diária em favor da vida, travam suas lutas, encarando, corajosamente, suas dificuldades para superar esses obstáculos, só transponíveis pela têmpera e bravura desses profissionais abnegados, que lá não estariam se não fossem, antes de tudo, pessoas vocacionadas para o exercício da medicina, naquele sentido mais elevado e com aquela orientação sacerdotal em benefício do gênero humano.

Assim, sendo, e  com o coração cheio de júbilo,  saúdo o dia 18 de outubro que deve conduzir o Estado, o País e o mundo a refletir sobre uma profissão tão destacada e sublime como a nossa, uma profissão que tem história efetiva nas civilizações, porque está no centro de grandes decisões, de grandes desafios à própria sabedoria.

Tecerei alguns comentários históricos:

Na Antigüidade, a medicina era praticada pelos que se diziam escolhidos pelos deuses, e Hipócrates (460- 357 a .C.), médico grego, foi o primeiro a separar a atividade médica das tradições de religião, mágicas, superstições e poderes sobrenaturais, e a baseá-la no estudo meticuloso da natureza.

Entre outras coisas, ele defendia a observação pelos sentidos (tato, olfato, gosto e audição), acreditava que os elementos calor, frio, presença e ausência de umidade fossem representados por fluidos corpóreos como sangue, fleuma, bílis amarela e bílis vermelha, confiava no grande poder de recuperação do corpo e acreditava que o repouso, o ar fresco, a luz, a limpeza e uma dieta apropriada tivessem grande influência sobre o estado de saúde do indivíduo.

Vejam dessas assertivas a dimensão do conhecimento, da sabedoria que acompanha o ser humano desde os tempos mais remotos.
Mas, a data de 18 de outubro, reservada para comemorar o Dia do Médico, é uma homenagem a São Lucas, médico, escritor e pintor padroeiro desses profissionais.

São Lucas, natural de Antioquia, atual Turquia, autor do Terceiro Evangelho da Bíblia e também dos Atos dos Apóstolos.
Ao fazer essa breve e pontual viagem de regresso à história da medicina, também nos é permitido defrontar com fatos e ensinamentos de altíssima relevância para o homem em todas as suas dimensões.

Avistamos, por exemplo e, de pronto, a evolução da medicina tradicional chinesa, com cinco mil anos ou mais de sabedoria, de observação judiciosa, de aprendizado e de contribuição efetiva à proteção à saúde das populações, em todos os tempos.

Não constitui novidade para ninguém, que as culturas de todas as civilizações são inteiramente interdependentes do pensamento médico ao longo da história.

Sentimos que o Século atual representará, em toda a sua extensão, um período de marcado desafio ao respeito, a consideração e a reflexão sobre a prática médica.
Todos sabemos que o médico, ainda enfrenta uma fase muito difícil, de muito pouca valorização.

O profissional médico não tem sido mais destacado como aquele que carrega, em sua prática e em suas atitudes, o comportamento humanista, uma visão capaz de alimentar a esperança humana e uma expectativa de qualidade de vida distinta, e de traçar planos comuns às inteligências dos Estados, dos Governantes, para que possam pensar um novo amanhã para as sociedades.

Penso que  daí decorre a investidura e participação cada vez mais acentuada desses profissionais, na vida política do Estado em todas as suas esferas, municipal, estadual efederal, buscando superar essa visão ultrapassada, de que  nós, os médicos, somos apenas peças condicionadas, hoje, do cenário de receita/despesa dos governantes, fato sensível e inaceitável, cuja superação se impõe nos dias atuais.

Na busca ideais, onde se destaca o de construir um modelo de saúde balizado no valor sublime da vida, permitir que o médico continue sendo vítima do modelo fundado na fria relação receita e despesa, contamos sempre com as nossas entidades representativas, como os Conselhos Regional e Federal de Medicina e outras desse relevo, que estão à altura desses inarredáveis desafios, dentre eles o de propor novos caminhos aos governantes que têm o poder de implantar novas diretrizes e ao mesmo tempo otimizar as suas gestões, em favor de uma sociedade justa e unida.

Temos que lutar para dar efetividade ao cumprimento do preceito constitucional federal que destina 30% do Orçamento da seguridade social à saúde, o que nunca foi cumprido. Os últimos  anos foram de quase abandono da norma constitucional que é imperativa.

Quem sabe, numa ação conjunta e solidária, não consigamos obrigar o Governo Federal a aplicar adequadamente os vultosos recursos da CPMF, cuja cobrança, mesmo a contrário sensu da população, está prestes a ser prorrogada pelo Congresso Nacional.

O que devemos buscar é criar uma unidade de discussão, tal em que a responsabilidade do sistema de saúde, a responsabilidade dos diretores de hospitais, a responsabilidade do Ministério da Saúde e do Governo sejam uma só, transformem-se em uma só.

Não duvido que com isso vamos valorizar o médico, a nossa gente, devolvendo a sua dignidade.
Igualmente, não duvido de que vamos consolidar o modelo que queremos e que se faz necessário. E mesmo, diante de tantas dificuldades e desafios, não podemos deixar de registrar o prestígio internacional adquirido pela medicina brasileira que é motivo de orgulho e felicidade para os médicos e para o nosso povo.

São inúmeros os campos médicos de ponta em que a nossa medicina se destaca. As escolas brasileiras de cirúrgica plástica e de cirúrgica cardiovascular situam-se entre as três melhores do mundo.

Em termos de transplantes de órgãos, apenas os Estados Unidos da América nos superam.
Várias instituições de ensino médico são destaques internacionais e têm suas vagas disputadíssimas por médicos e pós-graduados do exterior.

Goiás contribui de forma extraordinária com esse prestígio internacional, destacando-se, além das citadas áreas médicas, na área da oftalmologia, devidos em grande parte ao excelente nível do magistério superior, levado a efeito pelas Faculdades de Medicina da UFG e agora, também, pela Universidade Católica, hoje referências nacionais, o que muito nos enche de orgulho.

Já finalizando, ressalto que dentre os milhares de médicos goianos, temos hoje aqui, presentes, Homens e Mulheres que honram o compromisso de serem os guardiões da Vida desde a sua concepção. E que prezam acima de tudo pelo bem-estar daqueles que tiveram confiados às suas abençoadas mãos.  

Profissionais que fazem de tudo para garantir o direito a um tratamento digno à população e que mantêm firme o compromisso de colocarem seus préstimos em favor da sociedade.

São esses homens e mulheres, profissionais médicos
que eu cumprimento e tenho o prazer de me dirigir desta tribuna.
 

PARABÉNS A TODOS e,  

Muito Obrigado.
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