Júlio da Retifíca: "Ferrovia Norte-Sul, a redenção de Goiás"
Prezados deputados,
Prezadas deputadas,
Autoridades presentes,
Lanço aqui um questionamento a todos os presentes:
Que Brasil queremos? Que país desejamos deixar às futuras gerações?
Um Brasil marcado pelas desigualdades, sejam elas regionais, sociais, ambientais e de todas as nuances que vemos hoje, ou um país rico, integrado, marcado pela geração de renda e distribuição de riquezas?
Com certeza, todos nós lutamos para que possamos viver em um Brasil marcado pelas equidades sócio-ambientais, promovendo, dentro de cada um de nós, e dentro de cada região, o sentido de união para a superação das graves e aberrantes diferenças e distorções existentes.
Mas para que isto ocorra, é necessário pensarmos grande.
É preciso, e cada vez mais necessário, que possamos promover uma grande mobilização em busca de um novo pacto federativo, no sentido de promovermos o sentimento de brasilidade, integrando o Brasil de sul a norte, de oeste a leste, para que conquistemos um crescimento harmônico e justo para milhões de brasileiros que hoje sentem-se à margem da cidadania.
Um destes grandes projetos de integração e de resgate do ideal de um Brasil mais justo, apresenta-se dentro do sentimento de pertencimento que a Ferrovia Norte-Sul desperta nos anseios de milhões de brasileiros, sejam eles empresários, produtores, agricultores familiares, comerciantes e toda uma gama de pessoas que, de uma forma ou outra, acreditam que é possível lutarmos por melhores dias.
Lembro-me bem, quando em novembro de 1987, o então Presidente da República, hoje Senador José Sarney, lançava em nossa cidade de porangatu, a pedra fundamental da construção da Ferrovia Norte-Sul.
Nestes 20 anos, o mundo, o Brasil e o Estado de Goiás passaram por intensos processos de mudanças estruturais, políticas, econômicas e culturais.
Porém, a necessidade de integração do imenso território brasileiro permanece necessário, como um dos mais importantes elos de ligação das regiões norte e sul do país, integrando e inserindo um grande contingente na logística exportadora, de forma competitiva, aos mercados externos.
A Ferrovia Norte-Sul, além de ser um empreendimento indutor da ocupação econômica do cerrado brasileiro, e da região centro-oeste e norte do país, traz em seus aspectos a maior competitividade de nossos produtos, a redução dos custos de comercialização no mercado interno, o incentivo aos investimentos, à modernização e à produção, gerando em conseqüência o aumento da renda, a redução da pobreza e a inclusão social.
Sonhadores eram os desbravadores do oeste norte-americano, quando lançaram os trilhos das ferrovias derrubando barreiras no bravio e desconhecido território?
Com certeza não. Apenas vislumbraram as imensas possibilidades de que colocar os sonhos nos trilhos era uma questão de crescimento.
Temos que ter em mente, que a construção da Ferrovia Norte-Sul não se resume apenas a números, estatísticas e possibilidades de lucro a uma parcela pequena de empreendedores.
A Ferrovia Norte-Sul, para o homem do interior, representa muito mais do que isto. Representa o ideal de interagir, de participar do anseio de crescimento de seu país, de poder legar a seus filhos o orgulho de ter contribuído para a melhoria da qualidade de vida de seus irmãos.
A Ferrovia Norte-Sul representa, para o pequeno produtor, para o agricultor familiar, para o meeiro, para o dono da venda, para o sertanejo, o mesmo que representa ao grande exportador, a grande empresa, a oportunidade, única, de ser importante para si, sua família, sua comunidade, seu estado e seu país.
É necessário, para que tudo isto possa se efetivar e sair do papel para a realidade, uma visão estratégica e, acima de tudo, uma visão política de pensar que é possível realizar um empreendimento de tal envergadura.
Goiás, senhoras e senhores presentes, encontra-se anos à frente neste aspecto. Primeiro com o governo planejado do ex-governador e hoje Senador Marconi Perillo, que colocou nosso estado no caminho e nos trilhos do desenvolvimento.
Hoje, com o arrojo do governador Alcides Rodrigues, que não mede esforços para integrar Goiás com a atração de grandes indústrias e políticas públicas de infra-estrutura que nortearão o estado para as próximas décadas.
E junto com eles, toda a bancada de senadores, deputados, federais e estaduais, prefeitos, vereadores, lideranças políticas e empresariais, que acreditam, e sabem ser possível, que podemos crescer de forma sustentável, promovendo a equidade social à nossa população.
Mas é preciso mais.
É preciso que a Ferrovia Norte-Sul deixe de ser este sonho de crescimento para se tornar o verdadeiro trilho de desenvolvimento. É preciso que a ferrovia norte-sul seja construída em sua totalidade.
É preciso que a Ferrovia Norte-Sul ligue o norte ao sul do país, que seja a promotora do desenvolvimento de leste a oeste, a espinha dorsal de onde partirão os eixos de integração e de desenvolvimento.
A Ferrovia Norte-Sul deve, prioritariamente, ligar o norte ao sul, o sul ao norte, como um grande projeto de viabilização econômica de uma expressiva parcela da população que hoje encontra-se à margem da sustentabilidade.
É preciso, senhoras e senhores, inserir o norte goiano neste novo eixo de desenvolvimento. É preciso efetivar a ligação da ferrovia norte-sul em todo o seu traçado.
O coração do Brasil é pulsante e potencialmente rico em força produtiva, em agro-negócios, em exploração mineral, em turismo, mas acima de tudo, é riquíssimo em gente. Pessoas trabalhadoras e conscientes de que, cada um fazendo a sua parte, conseguiremos superar as diferenças e alcançar a justiça social que tanto almejamos.