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Mara Naves questiona ações do Governo

15 de Fevereiro de 2008 às 10:43
Falando em nome da oposição, a deputada Mara Naves (PMDB) disse que a Asembléia Legislativa, enquanto Poder, cumpriu seu papel. Disse esperar que a administração estadual consiga deslanchar, vez que 2007 foi um ano apático. Discurso proferido pela daputada Mara Naves por ocasião da abertura dos trabalhos legislativos da Assembléia Legislativa em 15.02.2008.

Senhores Deputados,
Senhoras Deputadas,

Recebi a honrosa missão de falar neste ato solene em nome das oposições com asento nesta Casa de Leis, consoante impõe a regra democrática que rege os nossos trabalhos. E me sinto
 à vontade para externar o pensamento da parcela oposicionista que se tem pautado por uma avançada e moderna prática política que não se exaure na crítica destrutiva, provocativa e retrógrada, mas, sobretudo, se impondo pelo debate competente, sincero, firme, propositivo, alicerçado nas autoridades conferido pela representação popular, que nos garante independência, e na busca da verdade, argamassa insubstituível na construção de uma sociedade ética, justa e progressista.

O ano de 2007 foi marcado na política goiana, para o Governo, como sendo o ano do ajuste, especialmente da economia, que apresentava um déficit mensal em torno de cem milhões de reais, obrigando a suspensão dos programas sociais, a paralisação de obras e cortes de gastos, resultando na anunciada reforma administrativa ainda em curso.

Para a oposição, no entanto, o ano de 2007, ainda é uma incógnita, pois até o momento não ficaram devidamente esclarecidos os motivos pelos quais a administração pública goiana entrou em colopso. As causas e as responsabilidades ainda não foram devidamente debatidas, avaliadas e apuradas.

Para o povo goiano, o ano de 2007, poderá ter sido o ano perdido desta década. Dependerá da eficácia e dos resultados da reforma administrativa em andamento. Se esta alcançar êxito suficiente e der rumo à administração, o governo, enfim, poderá verdadeiramente, ter  começado. Se fracassar, restará ao Executivo a  tarefa de tentar fazer em três anos o que poderia ser realizado em quatro, sob pena de fracasso perante o infalível Tribunal da História.

A Assembléia Legislativa, enquanto Poder, cumpriu bem suas responsabilidades, discutindo e votando todas as matérias dentro dos prazos regimentais. Valendo aqui destacar o desempenho do presidente da Casa, deputado Jardel Sebba e dos líderes de bancadas, que, indistintamente, colaboraram decisivamente para o êxito das atividades parlamentares.

Todavia, esse valoroso trabalho, às vezes, sofre barreiras, a exemplo do veto indiscriminado às emendas apresentadas ao orçamento.
As bancadas de oposição terão relevante papel na Legislatura que ora se inicia. Deveremos estar vigilantes para garantir e assegurar os  avanços e conquistas, especialmente àquelas dos últimos vinte e cinco anos.

Goiás deu um salto de crescimento a partir do ano de 1983, com o incremento dos incentivos fiscais, responsáveis pelo acelerado processo de industrialização: da implantação de arrojada infra-estrutura e de  investimentos sociais.

Goiás possui hoje um seleto e competitivo segmento empresarial que nos coloca em posição de detaque perante o Brasil e o mundo. Nosso  Estado também já se impõe em todas as demais atividades, constituindo-se em destacado ente federado. Com o agigantamento das potencialidades chega também os grandes desafios. Não poderá haver retrocessos. As oposições estarão vigilantes para que sejam garantidas as condições para a manutenção dos níveis de investimentos privados e restaurados os investimentos públicos, especialmente no setor produtivo.

Estes, principalmente, na conservação das estradas que se encontram em situação precária, comprometendo o escoamento da safra; bem assim, sejam garantidos padrões de qualidade nos serviços essenciais, como a saúde, educação e segurança, valendo lembrar a interminável crise do Hospital de Urgências de Goiânia – Hugo, o aumento dos casos da dengue e o surto de febre amarela, que, como conseqüência, já atingiu até o turismo em nosso Estado.

A persistente onda de violência, envolvendo principalmente os adolescentes, está a exigir medidas urgentes. É necessário assegurar aos servidores públicos condições dignas de trabalho e salário. E ainda, restaurados os programas de inclusão social.

O momento exige competência, seriedade, transparência, determinação, para que Goiás não sofra reveses. As oposições nesta Casa externam expectativa e ao mesmo tempo preocupação com o atual Governo. Qualquer tropeço poderá comprometer ainda mais a combalida situação de nosso Estado. Todavia, a demora poderá virar dormência se a hora não se fizer a tempo.

Ao concluir, mais uma vez agradeço aos meus colegas a deferência a mim conferida, nesta oportunidade, e reafirmo que as oposições nesta Casa estão prontas e preparadas para exercer seu papel institucional e contribuir, positivamente, com o progresso de Goiás.

Que o ano de 2008, seja promissor para o povo goiano.

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