Mara Naves questiona ações do Governo
Senhores Deputados,
Senhoras Deputadas,
Recebi a honrosa missão de falar neste ato solene em nome das oposições com asento nesta Casa de Leis, consoante impõe a regra democrática que rege os nossos trabalhos. E me sinto à vontade para externar o pensamento da parcela oposicionista que se tem pautado por uma avançada e moderna prática política que não se exaure na crítica destrutiva, provocativa e retrógrada, mas, sobretudo, se impondo pelo debate competente, sincero, firme, propositivo, alicerçado nas autoridades conferido pela representação popular, que nos garante independência, e na busca da verdade, argamassa insubstituível na construção de uma sociedade ética, justa e progressista.
O ano de 2007 foi marcado na política goiana, para o Governo, como sendo o ano do ajuste, especialmente da economia, que apresentava um déficit mensal em torno de cem milhões de reais, obrigando a suspensão dos programas sociais, a paralisação de obras e cortes de gastos, resultando na anunciada reforma administrativa ainda em curso.
Para a oposição, no entanto, o ano de 2007, ainda é uma incógnita, pois até o momento não ficaram devidamente esclarecidos os motivos pelos quais a administração pública goiana entrou em colopso. As causas e as responsabilidades ainda não foram devidamente debatidas, avaliadas e apuradas.
Para o povo goiano, o ano de 2007, poderá ter sido o ano perdido desta década. Dependerá da eficácia e dos resultados da reforma administrativa em andamento. Se esta alcançar êxito suficiente e der rumo à administração, o governo, enfim, poderá verdadeiramente, ter começado. Se fracassar, restará ao Executivo a tarefa de tentar fazer em três anos o que poderia ser realizado em quatro, sob pena de fracasso perante o infalível Tribunal da História.
A Assembléia Legislativa, enquanto Poder, cumpriu bem suas responsabilidades, discutindo e votando todas as matérias dentro dos prazos regimentais. Valendo aqui destacar o desempenho do presidente da Casa, deputado Jardel Sebba e dos líderes de bancadas, que, indistintamente, colaboraram decisivamente para o êxito das atividades parlamentares.
Todavia, esse valoroso trabalho, às vezes, sofre barreiras, a exemplo do veto indiscriminado às emendas apresentadas ao orçamento. As bancadas de oposição terão relevante papel na Legislatura que ora se inicia. Deveremos estar vigilantes para garantir e assegurar os avanços e conquistas, especialmente àquelas dos últimos vinte e cinco anos.
Goiás deu um salto de crescimento a partir do ano de 1983, com o incremento dos incentivos fiscais, responsáveis pelo acelerado processo de industrialização: da implantação de arrojada infra-estrutura e de investimentos sociais.
Goiás possui hoje um seleto e competitivo segmento empresarial que nos coloca em posição de detaque perante o Brasil e o mundo. Nosso Estado também já se impõe em todas as demais atividades, constituindo-se em destacado ente federado. Com o agigantamento das potencialidades chega também os grandes desafios. Não poderá haver retrocessos. As oposições estarão vigilantes para que sejam garantidas as condições para a manutenção dos níveis de investimentos privados e restaurados os investimentos públicos, especialmente no setor produtivo.
Estes, principalmente, na conservação das estradas que se encontram em situação precária, comprometendo o escoamento da safra; bem assim, sejam garantidos padrões de qualidade nos serviços essenciais, como a saúde, educação e segurança, valendo lembrar a interminável crise do Hospital de Urgências de Goiânia – Hugo, o aumento dos casos da dengue e o surto de febre amarela, que, como conseqüência, já atingiu até o turismo em nosso Estado.
A persistente onda de violência, envolvendo principalmente os adolescentes, está a exigir medidas urgentes. É necessário assegurar aos servidores públicos condições dignas de trabalho e salário. E ainda, restaurados os programas de inclusão social.
O momento exige competência, seriedade, transparência, determinação, para que Goiás não sofra reveses. As oposições nesta Casa externam expectativa e ao mesmo tempo preocupação com o atual Governo. Qualquer tropeço poderá comprometer ainda mais a combalida situação de nosso Estado. Todavia, a demora poderá virar dormência se a hora não se fizer a tempo.
Ao concluir, mais uma vez agradeço aos meus colegas a deferência a mim conferida, nesta oportunidade, e reafirmo que as oposições nesta Casa estão prontas e preparadas para exercer seu papel institucional e contribuir, positivamente, com o progresso de Goiás.
Que o ano de 2008, seja promissor para o povo goiano.