"DM nunca se curvou diante do poder econômico", diz José Nelto
Senhor presidente,
Senhoras e senhores parlamentares,
O poeta e dramaturgo Inglês John Milton dizia que “a imprensa é a luz da liberdade”. A frase de Milton, que data do século 17 continua atualíssima. A imprensa é sentinela da liberdade e um dos sustentáculos das modernas democracias.
É a imprensa livre, corajosa, destemida que ilumina nossas mentes e nos obriga a dar um passo à frente no caminho da Democracia plena. Ela abre nossos olhos para realidades que nem sempre gostaríamos de ver, expõe as mazelas da nossa sociedade, nos tira do comodismo da ignorância.
Quantos privilégios foram derrubados por força das denúncias da imprensa? Quantos abusos e desmandos tiveram um ponto final depois que vieram à tona? Quantas vezes a imprensa causou a comoção que mobilizou a população contra um quadro de violência ou miséria extremas?
Ao longo dos últimos 28 anos os goianos e os brasileiros puderam contar com a liberdade corajosa do Diário da Manhã. Uma liberdade transformadora que fez a nossa gente se questionar sobre suas certezas e exorcizar um complexo enraizado de inferioridade. Hoje, se os goianos não andam mais de cabeça baixa, se conseguiram se libertar dos grilhões do provincianismo e do isolamento, muito devem ao DM.
Porque o jornal ousou mostrar à nossa gente um Goiás até então desconhecido. Um Goiás vencedor, um Goiás pujante, um Goiás rico em cultura, um Goiás com forte vocação para o desenvolvimento, um Goiás predestinado a deixar a periferia econômica e ocupar lugar de destaque entre os demais entes federados.
O Diário da Manhã teve coragem de falar da força de Goiás quando o nosso Estado ainda se acreditava fraco. Apostou em um jornalismo construtivo que estimulou nossa gente a ir além.
Mas também mostrou o que estava errado, colocou o dedo nas feridas dos poderosos, com o destemor e a altivez que só um jornalismo ético pode proporcionar. O Diário da Manhã não se consolidou destruindo reputações impunemente. Seu maior patrimônio é a seriedade na apuração dos fatos, é se dedicar a um jornalismo com função social.
E é impossível falar do Diário da Manhã, e de tudo que ele representa para Goiás, sem mencionar o seu fundador e editor-geral, Batista Custódio. Um intelectual que não se esconde nas bibliotecas, um homem à frente do seu tempo. Um iluminado que gravou com sangue, lágrimas e suor seu nome na História desse Estado.
Batista é herdeiro intelectual e moral do grande Alfredo Nasser, que emprestou seu nome ao Palácio que é sede desse poder. Com ele, Batista aprendeu que as recompensas materiais são irrelevantes diante da possibilidade de deixar às gerações futuras um legado de honradez e idealismo. As primeiras batalhas Batista travou no extinto Cinco de Março. Mas foi no Diário da Manhã que ele venceu a guerra contra o comodismo e o jornalismo oficioso.
Não foi fácil para o Diário da Manhã se consolidar como um veículo respeitável e livre em um Estado acostumado ao mando de políticos autoritários. Falaram mais alto o talento de toda a equipe e, principalmente, o idealismo de Batista.
Hoje, o DM é reconhecido como um jornal que nunca se curvou diante do poder econômico, que jamais arredou pé da sua função de informar. Um jornal que não se limita a reportar os fatos, que jamais nega ao seu leitor uma análise apurada dos acontecimentos.
O DM é o jornal de todos os goianos. O jornal que dá voz ao grande empresário e ao morador da periferia. O jornal que dá destaque à capital e revela o interior, o jornal que jamais superdimensionou a importância dos governos ou ignorou a oposição.
É o jornal que não se furta da nobre missão de preparar jovens jornalista para o mercado de trabalho. Que tem coragem de mostrar ao jovem em início de carreira que o mundo é muito maior, e a profissão é muito mais complexa e bela do que sugeriam as lições de faculdade. O DM é, sem dúvida, a principal faculdade de jornalismo desse Estado. Pela sua redação passaram profissionais que hoje brilham em veículos de comunicação de Goiás e de outros Estados.
Por todos esses motivos, só posso concluir esse pronunciamento desejando ao Diário da Manhã muitos anos de existência plenos de liberdade. Liberdade para continuar ousando, liberdade para inovar, liberdade para ser um veículo plural, liberdade para continuar transformando a sociedade goiana.
Era o que tinha a dizer.