Senhor presidente, senhoras e senhores parlamentares.

Quero começar esse breve pronunciamento citando uma frase de Cláudio Abramo, um dos grandes nomes do jornalismo brasileiro: “O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter.” Abramo falava de um jornalismo ideal, puro, um jornalismo com função social e espírito público. O jornalismo que só os grandes são capazes de fazer. O jornalismo que ele praticou com coragem e determinação enquanto viveu.

Há 28 anos o Diário da Manhã tem se pautado por esse jornalismo ideal. Tem contado a história de Goiás com inteligência e caráter. Tem catalisado mudanças, tem apresentado à nossa gente as múltiplas faces da mesma realidade.

O DM, como carinhosamente o chamamos, vai muito além de reproduzir textos de agências de notícias, faz muito mais que ecoar a voz das fontes oficiais. Sem medo de ousar, o jornal nos revela um Goiás profundo, quase sempre oculto. Vai atrás dos detalhes, das nuances da notícia, dá voz ao cidadão obscuro, traz à luz aquele que se esconde nas sombras do preconceito, tira da prisão do anonimato aquele que é esquecido propositadamente. O DM assumiu com bravura a responsabilidade de não se limitar a um jornalismo oficioso. É um jornal que não se prende às amarras do convencional, que não fez opção pelo comodismo de ficar em cima do muro.

O Diário da Manhã é um jornal que tem alma, que não tem medo de ter opinião. Um jornal que assume riscos e que ousa inovar. É importante salientar que o DM é assim: ousado, corajoso, vigoroso, porque reflete os valores do seu fundador e editor-geral, Batista Custódio. Batista é um desses predestinados que veio ao mundo para provocar revoluções. Não é o acúmulo de bens materiais que o move, não é o desejo de freqüentar as rodinhas dos poderosos o que guia seus passos.
Batista é daqueles homens que não têm receio de iluminar mentes, ainda que pague um alto preço por isso. É daquelas criaturas raras que não temem as conseqüências dos seus atos, que põem paixão em tudo o que fazem. Batista ama incondicionalmente a liberdade, e desse amor sem limites nasceu o Diário da Manhã. Sendo assim, filho de um amor profundo, o Diário da Manhã não poderia ser diferente. Hoje, o DM não é só referência de bom jornalismo para os goianos. O DM se firmou definitivamente entre os grandes jornais brasileiros, e se tornou porta-voz de nossa gente para o mundo.

O DM é a prova viva de que não se faz bom jornalismo somente nos grandes centros ou nos grandes conglomerados de comunicação. O DM mostra a cada dia que é capaz de fazer muito mais que um jornalismo elitizado, pasteurizado. É um jornal que faz um jornalismo vivo, pulsante, plural. Um jornal que se propõe a questionar, a provocar o debate, a levar o leitor à reflexão.

Mais importante de tudo: um jornal que se recusa a manchar reputações de forma irresponsável. O DM abomina o denuncismo vazio e gratuito. Faz jornalismo com ética e respeito, sem promover perseguições.

É preciso também salientar que o Diário da Manhã é hoje a principal escola do jornalismo goiano. Pela sua redação passaram os principais nomes de várias gerações de jornalistas que brilham em veículos de Goiás e de todo o Brasil. Lá, esses profissionais da notícia aprenderam as mais importantes e inesquecíveis lições sobre ética, liberdade, responsabilidade e democracia. Lá, aprenderam a lapidar o cotidiano e transformá-lo em reportagens brilhantes. Lá, descobriram que as grandes notícias muitas vezes se escondem em fatos aparentemente simples.
Por todos esses motivos, fiz questão de apresentar, em conjunto com o líder do PMDB nesta Casa, deputado José Nelto, requerimento solicitando uma sessão especial em homenagem ao Diário da Manhã. Em nome de todos os goianos, agradeço à equipe do Diário da Manhã e, especialmente, ao jornalista Batista Custódio, por, ao longo desses anos, ter fomentado o desenvolvimento do nosso Estado. Por ter sustentando os grandes debates e por ter aberto nossos olhos para a realidade que precisávamos conhecer.

Era o que tinha a dizer.