Vanuza Valadares percorre caminhos da indústria gráfica
Nobres pares
Senhores e Senhoras aqui presentes
Trabalhadores e Empresários do ramo gráfico
É com muita alegria que hoje homenageamos os 200 anos da indústria gráfica no Brasil.
Como deputada e empresária do ramo gráfico acredito que devemos nos orgulhar pelo caminho e profissão que decidimos trilhar, pois com a Indústria Gráfica o Brasil se conheceu.
Divulgamos lutas, documentamos a história democratizamos a informação.
E desta maneira percebemos que a história desta indústria se mistura com a própria história do país, que teve sua primeira gráfica aberta em 1808.
E o nosso Estado também fez história. Em 1830 o comendador Joaquim Alves de Oliveira ao importar uma tipografia, marcou o nascimento da indústria Gráfica Goiana.
Fato que nos colocou à frente de muitas outras províncias da época.
Fomos um dos primeiros locais do Brasil a trabalhar com a informação escrita, desafiando inclusive a alta taxa de analfabetismo.
Também é preciso fazer referência e prestar homenagem à memória dos idealizadores e trabalhadores do primeiro jornal goiano, a Matutina Meiapontense, que circulou em 1834.
Acredito que esta data é importante para recordar que a história da indústria gráfica está pautada em imensos esforços, e muita habilidade manual.
Gastava-se muito tempo para compor cada palavra, e cortar os papéis.
A evolução da indústria gráfica é muito rápida e é preciso estar sempre atento, buscando aprimoramento, seja estudando ou adquirindo novos equipamentos.
Hoje, o setor é composto por mais de 14 mil empresas. Na última década, segundo a Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), a indústria gráfica foi responsável por cerca de 200 mil empregos diretos, investindo no Brasil cerca de US$ 6 bilhões em máquinas, equipamentos e novas tecnologias e representa 1% do PIB brasileiro e 3,3% do PIB industrial.
Quanto ao futuro certamente nos veremos diante de possibilidades fantásticas. Assim como na época em que era impossível imaginar que as cores poderiam ser impressas todas de uma vez.
A princípio o futuro da indústria gráfica apresenta uma tendência da individualização e nos exige maior flexibilidade.
É preciso tratar cada cliente de forma diferente do outro.
Seja numa mala direta, seja num livro que está esgotado e que poderá chegar às mãos do cliente em 48 horas.
Enfim, as transformações tecnológicas influenciam desde do layout de produção e criação na qualidade do serviço prestado até no modo de interagir com o mercado.
O desenvolvimento tecnológico está entre os principais motivos que levaram o setor a investir, em média, US$ 700 milhões de dólares ao ano no Brasil, ao longo da última década.
Portanto nesta data especial é preciso lembrar e divulgar ainda mais a história.
Também é uma data muito importante para a sociedade conhecer quem de fato fez e está fazendo a história.
É preciso reconhecer que a primeira oficina gráfica do país foi criada como parte da celebração do primeiro aniversário do Rei Dom João Sexto.
Pois, foi assim que começou a história de um setor que sempre influenciou os rumos da economia brasileira.
D. João Sexto e Carlota Joaquina trouxeram o primeiro equipamento tipográfico para o país. E assim foi possível materializar diversos acontecimentos do Brasil Império.
Uma coisa é certa. Se existe indústria gráfica no Brasil há 200 anos é porque nesta terra existem homens e mulheres visionários que acreditaram que um país e um estado se fazem quando o povo se conhece e preserva a sua memória.
Nestes 200 anos da indústria gráfica no Brasil quero reverenciar os empresários e os trabalhadores gráficos, pois são vocês que mostram como o povo brasileiro e como nós goiano temos uma bela história e como somos especiais.
São vocês que ajudam a circular a riqueza do nosso país e do nosso estado.
São vocês que imortalizam as nossas lembranças e que reafirmam memória do nosso povo.
É preciso também reconhecer que nesses 200 anos os trabalhadores gráficos, inicialmente imigrantes europeus, sempre estiveram à frente das lutas e conquistas do sindicalismo brasileiro, sendo os primeiros a se organizar, dando o exemplo a outros trabalhadores.
Participamos de todos os momentos políticos do país: do Império à República às grandes greves gerais das décadas de 20 e 30, que conquistaram direitos mantidos até hoje.
Também passaram pela tipografia boa parte das lutas da década de 60 e 70, pela redemocratização do país e pelo fim da ditadura militar.
Portanto, o passado de nossa categoria é glorioso, dele temos que nos orgulhar e, assim, nos esforçar muito para honrar as iniciativas de grandes homens e mulheres – operários gráficos - que nos legaram essa tradição.
Para finalizar faço referência a empresários do Norte Goiano como José Carlos Gratão e Eronildo Valadares, pois assim como tantos outros desbravadores nós acreditamos no Norte Goiano e fundamos a Gráfica e Editora Valadares.
Diz o ditado popular que somos do tamanho dos nossos sonhos.
E hoje vejo que este plenário está repleto de mulheres e homens grandiosos.
Ao fazer referência à Gráfica e Editora Valadares quero homenagear a todos os que defendem e trabalham pela Indústria Gráfica. Pois, tenho a certeza que com o nosso afinco as palavras não estarão ao vento. Como diz a cantora Cássia Eller: Quero poder jurar que essa paixão jamais será:Palavras apenasPalavras pequenasPalavras momento Palavras, palavrasPalavras ao vento Graças à indústria gráfica as futuras gerações se lembrarão deste dia e das lutas e das vitórias que conquistamos. Parabéns!