Coronel Queiroz traça ações da Polícia Rodoviária Federal
Na data em que a Polícia Rodoviária Federal completa seus 80 anos de serviços, dignamente, prestados ao nosso país, não poderíamos nos calar, não poderíamos deixar de prestar a honra devida a esse importante instrumento do Estado que, ao exercer o relevante papel de patrulhamento das estradas, realiza, paralelamente, tantas outras atividades não menos relevantes.
Não se alcança esse tempo de serviço, apenas e, tão somente, por fazê-lo. 80 anos de existência demonstram haver uma história para contar. E, sem a menor sombra de dúvida, essa história, sem embargo de ser permeada por lutas, por desafios, por dificuldades, encontra-se coroada pela resignação, pela persistência, pela vontade de superar os obstáculos e de servir à coletividade e, ainda, merecidamente, encontra-se coroada pelos louros da vitória.
O que vemos, hoje, é que a Polícia Rodoviária Federal se projeta no seio da sociedade brasileira como um órgão consolidado, responsável, que inspira credibilidade e confiança e, acima de tudo, respeitado por cada um de nós.
Por isto, não poderíamos deixar de fazer uma alusão, ainda que perfunctória, sobre a história de nossa Polícia Rodoviária Federal. Criada no dia 24 de julho de 1928, pelo presidente Washington Luiz, era chamada, inicialmente, de Polícia de Estradas. Mas, apenas sete anos depois, em 1935, é que o 1º Patrulheiro Rodoviário Federal, Antônio Felix Filho, foi chamado para organizar os serviços de vigilância de algumas rodovias: as Rodovias Rio - Petrópolis, Rio - São Paulo e União Indústria. Nesses tempos de início desse honroso trabalho, a estrutura de que a Polícia Rodoviária dispunha era tão frágil que as fortes chuvas requeriam uma melhor sinalização, bem como desvio de alguns trechos, e o que se usava eram lampiões vermelhos durante a noite.
De sua criação, até 1939, o Sistema Rodoviário incluía apenas as rodovias Rio Petropólis, Rio - Sâo Paulo, Rio - Bahia e União Indústria. Foi apenas em 1943, no Estado do Paraná, que se criou um Núcleo da Polícia das Estradas, visando exercer o policiamento de trânsito em rodovias em construção naquele Estado.
Mas, foi apenas na década de 50 que a Polícia Rodoviária Federal surgiu no Estado de
Goiás, com a atividade-fim de monitorar o trãnsito. Não obstante ela seja mais jovem que aquela criada, pioneiramente, no Brasil, não deixou de fincar suas raízes em nosso Estado e, com o mesmo rigor, a mesma dedicação, com a mesma coragem e com o mesmo compromisso com a segurança pública, tem trabalhado para que os goianos, bem como aqueles que por aqui transitam, possam circular com mais tranqüilidade nas rodovias desse Estado, tendo como escudo os patrulheiros rodoviários.
Também, naquela época, as rodovias brasileiras contavam com o trabalho de 01 patrulheiro e de 450 vigias para cuidar das estradas. Mas, juntamente com a ampliação do sistema rodoviário, que chega, hodiernamente, a 61 mil quilômetros de rodovias, e, conseqüentemente, com a necessidade de fiscalizá-las, a nossa Polícia Rodoviária também se expandiu, acompanhando esse crescimento e, hoje, possui, aproximadamente, 9 mil policiais.
Sua estrutura, dantes, acanhada, também teve de acompanhar essa expansão. Vale a pena detalhá-la, a título de evidenciar seu grande potencial e crescimento. Hoje, a Polícia Rodoviária Federal possui uma unidade administrativa central, situada em Brasília, e unidades administrativas regionais, com 22 superintendências. Conta, ainda, com 156 sub-unidades administrativas e 390 postos de fiscalização, perfazendo, assim, 550 pontos de atendimento, ao longo de todo nosso país.
A Polícia Rodoviária Federal é, outrossim, contemplada pela Constituição vigente, como órgão da segurança pública e, assim, é-lhe, atribuída a responsabilidade de exercer a preservação da ordem pública, bem como da incolumidade das pessoas e do patrimônio. Especificamente falando, ela tem a difícil missão de exercer o patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
Mas, quando pensamos nesse patrulhamento, não podemos imaginar que ele seja realizado, apenas, com o intuito de preservar e fiscalizar o tráfego de veículos, ou de prestar socorro, quando da ocorrência de acidentes. Imaginemos que por monitorar esse tráfego, a ela cabe, por via de conseqüência, combater crimes que acabam por ser praticados ao longo das rodovias. E, necessário dizer, crimes de alto potencial ofensivo. O tráfico de drogas, evidentemente, utiliza o sistema rodoviário para ser perpetrado, bem como o tráfico de crianças e adolescentes, o roubo de cargas ou de veículos, os crimes contra o meio-ambiente, de contrabando ou descaminho. Além desses, hoje, enfrenta um grande desafio que é combater os assaltos praticados no interior dos ônibus que trafegam em nossas rodovias.
Observemos, ainda, que não são somente aos percalços enfrentados pelos motoristas que nossa Polícia Rodoviária vem prestar socorro. Ela, também, está sempre alerta às condutas daqueles que dirigem inadvertidamente, colocando em risco a vida de muitos usuários.
É importante enxergarmos que, com tantas atribuições, a Polícia Rodoviária Federal tem se destacado como um ponto de apoio para cada um dos usuários das rodovias brasileiras. Tanta é a confiança que inspira que, cada um de nós sabe que, estando próximo a um posto da Polícia Rodoviária, encontra-se protegido e pode se tranqüilizar.
Sua força de trabalho intensifica-se mais ainda em finais de semana, feriados prolongados ou férias, quando se viaja mais. Ela age, não somente, na preservação da segurança pública nas estradas. Ela atua, não apenas, prestando socorro àqueles que, infelizmente, se acidentam. Nem somente para aferir a regularidade dos documentos dos motoristas. Mas, ela trabalha, ostensivamente, na prevenção de acidentes. Se a dedicação é uma constante nos trabalhos dos patrulheiros, ela é multiplicada nesses dias em que o trânsito é mais intenso. Enquanto muitos ali trafegam em busca de descanso, de horas de lazer, de divertimento, nossos patrulheiros colocam-se de atalaia, na tentativa de lhes garantir, efetivamente, essas horas de entretenimento.
Diga-se, ainda, que, com a vigência da Lei Seca, seu trabalho foi multiplicado, tendo em vista a necessidade de aferir se os motoristas encontram-se dirigindo alcoolizados.
Não podemos nos esquecer que muito se tem feito no sentido de qualificar, cada vez mais, nossos patrulheiros. Uma das últimas medidas tomadas foi a edição da Medida Provisória nº 431 que exige a conclusão de curso superior como requisito para o ingresso na carreira de policial rodoviário.
Também, não podemos deixar de mencionar a atuação do Núcleo de Operações Especais (NOE), a polícia de elite, onde os integrantes passam por um rígido processo seletivo, recebendo treinamentos específicos. Essa atividade, indubitavelmente, enaltece os trabalhos de nossos policiais rodoviários.
Por tudo isto, ressai a necessidade de prestar uma homenagem aos patrulheiros das estradas, que não têm se curvado ante as dificuldades. Antes, têm enfrentado o sol, a chuva, o frio, o calor escaldante para oferecer seus serviços, para oferecer apoio e, acima de tudo, para oferecer um braço forte, máxime, nas situações de desespero que muitas vezes, são geradas nas rodovias.
Por tudo isso, podemos dizer com alegria e sinceridade: PARABÉNS POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL por tudo o que tem feito para a nossa nação. Que tudo o que se auferiu nesses 80 anos, em nosso país, e, no nosso Estado, em seus 49 anos, se multiplique, não somente em seu favor, mas, também, em prol de toda a sociedade brasileira.