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Mara Naves presta homenagem aos maçons

18 de Agosto de 2008 às 17:40
Discurso proferido pela deputada Mara Naves (PMDB) durante sessão especial que prestou homenagem à maçonaria. (18.08.2008).

Senhoras e Senhores,

Mais uma vez, é com imensurável júbilo que este augusto Poder Legislativo do Estado de Goiás confere esta homenagem à memorável Instituição Maçônica, que tem prestado inestimável serviço à humanidade e, de modo particular, à nação brasileira como partícipe nos mais destacados momentos de nossa história.

A Maçonaria é uma associação de homens livres e de bons costumes, unidos pelos indissolúveis laços de liberdade, igualdade e fraternidade.

A Liberdade, para a Maçonaria, significa não só o poder de fazer ou deixar de fazer tudo o que a lei não proíbe, mas também o postulado de que toda pessoa tem deveres para com a sociedade, eis que somente nela os homens podem desenvolver livre e plenamente sua personalidade. No exercício de seus direitos e no gozo de suas liberdades, todas as pessoas estão sujeitas a limitações, impostas pela lei, com a única finalidade de assegurar  respeito dos direitos e liberdade dos demais satisfazendo, assim, as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar da sociedade.

Nesse sentido, a constituição da Maçonaria assim determina: “1º - A tua liberdade não vai além do direito alheio. Deves, pois, respeitar o direito de ser livre do teu semelhante para que ele respeite o teu e possa haver fraternidade. 2º - o que não desejas para ti não queiras para outro. Se não queres restrições à liberdade alheia, o mesmo ladrão, o mesmo tirano roubador da liberdade do seu semelhante voltar-se-á contra ti. 3º - Liberdade para todos os povos. Lembra-te de que a liberdade é inerente à condição humana. Um povo jamais terá direito de escravizar o outro. A prepotência brutal de um povo que escraviza outro, é a ameaça feita a todos”.

A fraternidade inspira a Ordem Maçônica, estando presente nas ações que denotam princípios de amor ao próximo, irmandade, união, harmonia e congregação entre os povos. Para a Maçonaria “a humanidade será menos sofredora quanto mais compreensão houver entre os homens. Faz-se necessário, por conseguinte, luta incansável para que os homens, cada vez mais, se compreendam melhor, convivendo como irmãos. Este é o mais importante objetivo da Maçonaria. Ela não prega apenas a fraternidade formal, mas exige que seus membros a pratiquem. Que todos se reconheçam e se tratem como irmãos, se auxiliando, reciprocamente”.

O princípio da igualdade está presente na Ordem Maçônica refletida em seu próprio significado de igualdade, de aptidão e igualdade de possibilidades virtuais. Prestigia-se, portanto, a equidade, a justiça e a relação uniforme entre todos os homens.

Para tanto, a Maçonaria exige que não se considere “o poderio financeiro dos homens, ou seus privilégios sociais e a sua posição no mundo profano. A posse de grandes fortunas não assegura a ninguém consideração especial, sobretudo quando o dinheiro não é posto a serviço da humanidade, quando com o amparo que lhe deve conceder, contribuindo para a melhoria de uma vida. Nesse caso, o que se distingue não é o dinheiro em si, e sim as benfeitorias feitas. Não é propriamente o homem rico e endinheirado, mas o benfeitor, que é tido no mais elevado conceito”.

Os maçons são os herdeiros das luzes, são membros de uma organização filantrópica dedicada ao progresso. No decorrer de sua existência, a Maçonaria tem procurado se firmar como na escola, onde se ensina as virtudes fundamentais, tais como: a liberdade de pensamento, a independência da razão e o auxílio mútuo. Dessa forma, “além de educativa, a Maçonaria é uma instituição essencialmente iniciática, filosófica, filantrópica, progressista e evolucionista, lutando pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade”.

Há quem diga que a Maçonaria teria surgido no antigo Egito, na Judéia de Salomão, em Roma de Diocleciano ou com os Templários em 1118. Alguns autores defendem que suas origens estariam ligadas à construção do Templo de Salomão, apoiadas na lenda de Hiram Abiff. De acordo com o mestre maçom, Elias Mansur Neto, autor do livro O que você precisa saber sobre a Maçonaria.

O texto bíblico conta que o rei Salomão não conseguiu mão-de-obra qualificada em Israel para a construção do Templo. Foi, então, que recorreu ao seu colega Hirão, rei de Tiro. Hirão, atendendo o pedido de Salomão, designou para o trabalho Hirão Abif, mestre na arte de construir. Hirão Abif assumiu a construção do Templo e recrutou cerca de 153.600 trabalhadores fora das terras de Israel, tendo em vista as diferentes aptidões e responsabilidades que iriam assumir na construção. Hirão os dividiu em três categorias, que equivalem às atuais categorias de graus que compõem as lojas maçônicas simbólicas: aprendizes, companheiros e mestres.

O fato é que não se sabe precisar com exatidão o momento exato do nascimento da Maçonaria em seu formato operativo; o que não poderia ser diferente, considerando tratar-se da mais antiga das instituições da história. Mas sabe-se que ela ressurge na Grã-Bretanha no ano de 1717, em seu formato especulativo, com o nome de Franco-Maçonaria.

No Brasil, a relevância dessa venerável ordem é facilmente constatada pela sua intensa participação nos mais importantes eventos de nossa história, tais como: a Inconfidência Mineira; a Proclamação da República, que entre seus defensores se destacavam os ilustres maçons: Quintino Bocaiúva, Campos Sales; a Independência do Brasil, arduamente defendida por José Bonifácio e Gonçalves Ledo, a Abolição da Escravatura, tendo como próceres desse movimento homens como Joaquim Nabuco e José do Patrocínio, a Revolução Pernambucana e a Revolução Farroupilha. Isso se deveu à influência de seus ideais e de seus postulados, como também pela ação de muitos de seus mais valorosos membros, Ministros, Regentes, Generais, intelectuais, Presidentes da República e até mesmo o Imperador, D.Pedro I que recebeu da maçonaria o título de “Defensor Perpétuo do Brasil”.

A galeria de membros da Maçonaria brasileira muitas vezes se confunde com “quem é quem” da história nacional. Hora perseguida, hora cortejada pelo Poder Público, a ordem maçônica ajudou a escrever partes importantes da Independência e dos processos que levaram ao surgimento de um Brasil laico e republicano, com base em seus conceitos de liberdade política e religiosa. Com suas origens cercadas de mistérios, (arquitetos da antiguidade, templários foragidos ou construtores medievais), a maçonaria revelou-se no início do século XVIII, chegou ao Brasil oficialmente em 1801 e participou ativamente da criação do novo País.

Sem preconceitos de classe social, a instituição cerra em suas fileiras obreiros da paz dos mais diferentes matizes: pobres, ricos, médicos, pedreiros, advogados, carpinteiros, engenheiros, juízes, deputados, etc.

Hoje, pela sua história de lutas em prol da Justiça Universal, a Maçonaria alcançou o papel de destaque em nossa comunidade, contando também com o auxílio de um grande número de organizações que ajudam a disseminar as suas doutrinas e seus mais sublimes valores. Dentre esses órgãos destacamos: a Ordem DeMolay, a ação Paramaçônica Juvenil (APJ) e a Ordem Internacional das Filhas de Jó.

A Ordem DeMolay surgiu no ano de 1919, na cidade americana de Kansas City. Foi criada pelo eminente Maçon Frank Shermann Land. Seu objetivo inicial era apenas reunir os jovens de sua comunidade com fim precípuo de prestar-lhes orientações em seus caminhos, possibilitando-lhes o exercício da liderança em suas comunidades. Em mais de 20 anos de atuação no Brasil, a Ordem DeMolay já tem instalado mais de 500 capítulos (grupo de jovens patrocinados por um corpo maçônico), por todo o nosso País. 

A ordem chegou a Goiás em 1981, por intermédio do insigne Professor e Maçom Licínio Leal Barbosa que proporcionou a fundação do primeiro capitulo da Ordem no Centro-Oeste brasileiro – o Capitulo Guimarães Natal – que somente veio a ser instalado em 07 de setembro de 1982.

A Juventude Demolay é orientada para praticar a filantropia por meio das arrecadações e doações regulares de alimentos, doações de sangue, atendimento a famílias carentes, campanhas de prevenção contra o uso de drogas entre crianças e adolescentes e muito mais, procurando sempre reintegrar os excluídos na sociedade, dando-lhes condições de obter seu pleno desenvolvimento sócio-econômico e cultural.

Grande destaque merece também a Ação Paramaçônica Juvenil que representou um grande avanço, em tudo que já havia sido feito pela Maçonaria, em proveito da formação da criança e do jovem. Com efeito, “cumprindo metas do Governo, o Grão-mestre do Grande Oriente do Brasil, através do Decreto nº 007, de 13 de abril de 1985, consubstanciado na recuperação dos valores concernentes à moral, ao direito e à estabilidade da Família, regulamentava a Ação Paramaçônica Juvenil que, segundo ele, haveria de ter papel preponderante na formação da juventude ligada aos maçons, combatendo os vícios e preparando-a para o futuro e os difíceis dias que certamente viriam diante do processo de desagregação da família e de desprezo aos princípios da ética nas relações humanas, que, lenta, mas seguramente, instalava-se na sociedade brasileira”.

Nestas condições, a Ação Paramaçônica Juvenil estabeleceu-se como uma organização genuinamente brasileira, agindo de acordo com nossos costumes e nossa formação. Reúne os filhos e filhas de maçons, na faixa etária compreendida entre os 7 e 21 anos, procurando desenvolver um trabalho favorável ao desenvolvimento intelectual, físico, mental e espiritual destes jovens. Para tanto, ela desenvolve atividades atinentes à prática da moral, do civismo e da ética, buscando o aperfeiçoamento nos jovens de ambos os sexos, do espírito da solidariedade, de companheirismo, de lealdade, de amor ao próximo, de responsabilidade social, de coletividade, para que esses jovens, por meio da pratica da virtude, da honra e da dignidade, influenciem, quando adultos, os rumos do Brasil e do mundo, sempre visando o bem-estar da humanidade.

Virtuoso é, portanto, o objetivo da ação Paramaçônica juvenil, colaborando na educação e formação moral da nossa juventude.

A Ordem internacional das filhas de Jó, por sua vez, é uma organização ligada à Maçonaria, formada por moças que acreditam em Deus e que possuem uma ligação com a Maçonaria, recebendo dos mestres maçons a sua herança.

A Ordem Internacional das filhas de Jó foi fundada na cidade Norte Americana de Ohama, Estado de Nebraska, em 20 de outubro de 1921, chegando ao Brasil no ano de 1990.  Em Goiás a Ordem foi instalada no dia 28 de fevereiro de 1998, funcionando no Templo da Loja Maçônica Urias de oliveira filho, nº 108.

Os ensinamentos da Ordem são baseados no livro de Jó do antigo testamento da Bíblia Sagrada, com ênfase especial ao capitulo 42, versículo 15: “Em toda terra não poderiam ser encontradas mulheres mais justas que as filhas de Jó. E seu pai lhes destinou uma parte da herança entre seus irmãos”.

O recinto em que as filhas de Jó fazem suas reuniões é chamado de Bethel, significa “lugar Sagrado”. Nesse local, as moças entre 11 e 20 anos de idade recebem ensinamentos com o propósito de proporcionar a formação de seu caráter moral, intelectual e espiritual, além de desenvolver a oratória em público, o respeito aos pais, mãe e superiores, as idéias de fraternidade e amor à Pátria.

Da mesma forma que a Ordem De Molay é a Ação Paramaçônica Juvenil, a Ordem Internacional das Filhas de Jó, é uma organização voltada aos bons costumes e a preservação de nossas jovens, preparando-as para a construção de uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária.

Outra organização paramaçônica de grande importância é a FAMA – Fraternidade e Assistência a Menores Aprendizes. A FAMA é uma associação paramaçônica não iniciática, constituindo-se de membros integrantes do quadro de Associados da Loja Maçônica Liberdade e União, sua mantenedora, jurisdicionada ao Grande Oriente do Estado de Goiás e federada ao Grande Oriente do Brasil, dedica-se a proporcionar o desenvolvimento educacional e moral à crianças e adolescentes carentes. Para tanto, a FAMA mantém escolas de ensino fundamental e médio e departamentos próprios para recreação, esporte, arte e educação física dos assistidos, além de exercer atividades nas áreas de marcenaria, serralheria, gráfica, sapataria, jardinagem, horticultura, dentre outras, comerciais, industriais e correlatas, destinada à manutenção de sua finalidade.

A FAMA é pioneira em Goiás nesse trabalho social de promover a cidadania. Atuando desde 1949, em Goiânia, atende crianças e adolescentes de 05 a 16 anos, oriundos de famílias de baixa renda. O trabalho com os assistidos envolve atividades esportivo-culturais e a motivação para o estudo formal, com exigências de freqüência escolar regular e aproveitamento.

As demais ações sociais desenvolvidas pela FAMA, a exemplo dos programas esportivos, dos grupos de dança, de música, da oficina de circo, buscam, entre outras coisas, aumentar a auto-estima dos jovens, desenvolvendo neles o desejo de progredir, de acreditar em si mesmo, na sua força e capacidade criativa.

Segundo pensamento da FAMA, que resume seu objetivo primordial e de enlace social, “investir na criança e no adolescente é parte da responsabilidade social. Significa investir em uma geração mais comprometida com sua comunidade mais saudável, mais responsável, e, acima de tudo, mais feliz”.

Vale ressaltar, ainda, o programa “Maçonaria Contra as Drogas”, nascido aqui em Goiás e que hoje tem o reconhecimento de todo o País, com significativos resultados alcançados na luta contra o uso de entorpecentes, considerado o mal do século, que tanto afeta a nossa juventude.

Assim, caros colegas, é inquestionável que a Maçonaria e as várias organizações que dela derivam, todas embasadas nos inquebrantáveis laços de ética, moral, fraternidade e auxílio aos desvalidos, têm proporcionado imensurável contribuição ao progresso da humanidade.

Portanto, nesse dia consagrado ao maçom, o Parlamento Goiano, por aprovação unânime de propositura de minha iniciativa, acompanhada pelo ilustre colega Deputado Coronel Queiroz, membro ativo da Ordem e destacado integrante desta Casa, homenageia todos os membros desta sublime fraternidade de irmãos, agraciados com a Medalha e Diploma do Mérito Legislativo Doutor Pedro Ludovico Teixeira, os seguintes maçons e cunhadas: Agenor de Proença, Agnaldo Desinart Soares, Americano do Brasil freitas, Antônio dias da Silva, Antônio Fernando Abrhão de Moraes, Antônio Leite, Aparício Donizet Borges, Carlito Mendes de Oliveira, Cézar Gomes da Silva, Cristiano Nicolau Gomes, Dimas Teodoro Naves, Dustran Machado Rosa, Fernando de Oliveira Castro, Garcita Soyer Balestra, Guilherme Faria Morato, Hamilton Roseiro Rodrigues da Cunha, João Batista Machado, José Aparecida marques, José Lenar de Melo Bandeira, José Luiz do Vale Barbosa, Juvercino Pedro Silva, Lenine Barsanulfo da Cruz, Manoel Soares Neto, Marconi de Faria Castro, Marinho Inácio, Newton da Silva Brasil, Odélio Moraes Borges, Otávio Martins de Oliveira, Roberto Mauricio da Costa, Rômulo Rocha, Rubens Bernardes, Salvador de Almeida e Silva, Wilson Queiroz Silvério, Arthur da Cunha Bastos Junior (In Memorian) representado pelo seu filho Ênio da Cunha Bastos, Aryowaldo Tahan (In Memorian) representado pelo seu filho Dr. Marco Túlio Campos Tahan, Ascendino Celestino da Silva (In Memorian) representado pelo seu bisneto Ovídio Inácio Ferreira Neto, Chafic Gabriel (In Memorian) representado pela Senhora Bádria José Gabriel viúva do homenagiado, Gumercindo Inácio Ferreira (In Memorian) representado pelo filho Elísio Antunes Ferreira, Násseri Gabriel (In Memorian) representado pelo seu filho Alexandre Gabriel Sobrinho.

Como se percebe, a homenagem é justa e oportuna, sendo certo que os agraciados, incansáveis operários da justiça e do bem estar social, são fiéis seguidores do lema da importante sociedade “servir, sem ser servido”.

Concluindo, vale ainda ressaltar o valioso trabalho dos Grãos-mestres, Eminente Eurípedes Barbosa Nunes, do Grande Oriente do Estado de Goiás, Sereníssimo Rui Rocha de Macedo, da Grande Loja do Estado de Goiás, e de seus eminentes antecessores, que saúdo nas pessoas dos Drs. Oclécio Pereira de Freitas e João Batista Fagundes, bem como Presidentes e integrantes dos Poderes Maçônicos, Veneráveis Mestres de Lojas e demais autoridades maçônicas.

Assim, esta justa e merecida homenagem que a Assembléia Legislativa do Estado de Goiás presta à sublime ordem e às organizações paramaçônicas, reflete o reconhecimento do povo goiano à atuação desta honrável instituição na luta incansável para o desenvolvimento da fraternidade universal e dos princípios éticos e morais, tão necessários e imprescindíveis para o futuro da humanidade.

P
arabéns Maçons!

Viva a Maçonaria!

Muito Obrigada.

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