Vanuza Valadares salienta avanços da classe médica
Senhores deputados, prezados homenageados,
É com muita honra que recebo a família e amigos de cada um dos médicos homenageados. Sejam muito bem vindos a Assembléia Legislativa do Estado de Goiás.
Para hoje havia pensado em fazer um discurso sobre a origem da medicina, sobre a realização do sonho de ser médico e da alegria dos pais em ter um "doutor em casa".
Também havia planejado falar da bela missão de cuidar da saúde das pessoas. Falar sobre o desenvolvimento de pesquisas, o surgimento de novas técnicas cirúrgicas, novos medicamentos e até discutir o tratamento com células tronco a partir de embriões de adultos.
Mas, devido aos diversos acontecimentos que envolvem a classe médica percebi que a linha do discurso teria que ser outra.
E por isso peço permissão aos senhores e senhoras para fazer uso de um tom mais intimista e informal.
Em menos de um ano aconteceram diversos acontecimentos e debates envolvendo a área médica como, por exemplo:
A discussão pelo Supremo Tribunal Federal da delicada questão das pesquisas com embriões humanos.
E uma intensa movimentação para a criação de uma Ordem dos Médicos do Brasil.
Gostaria de registrar que nós parlamentares sabemos da importância da defesa da melhoria na qualidade de vida da população e também da organização e fortalecimento da classe médica.
Por isso, apoiamos qualquer iniciativa que vise melhorar as condições de trabalho, de aperfeiçoamento profissional e de dignidade desta classe.
Afinal vocês são o nosso aporte na implantação de políticas públicas no combate às diversas doenças que atingem a população como, por exemplo, a rubéola e a dengue, que nos preocupa muito, ainda mais agora com o início da época das chuvas.
Sabemos que sem o médico a saúde pública não acontece.
Daí, surgem algumas questões:
Se os médicos cuidam de nós, quem cuida dos médicos?
Sobre a saúde pública ainda pensei: por que será que os médicos não permanecem por muito tempo nos postos de saúde.
Porque o Programa da Família ainda é capenga?
Quais são os gargalos da saúde pública?
É preciso repensar a relação Governo e profissionais da saúde, inclusive aproveitando as propostas que já estão sendo debatidas nesta entidade de classe.
Certamente vocês se lembrarão da época em que um médico da rede pública ganhava o mesmo que um juiz.
E neste momento penso, o que será que aconteceu?
Afinal, o médico merece ganhar melhor, mas se é inviável para o orçamento público, vamos buscar outras soluções.
Se não tem como aumentar o valor dos vencimentos então vamos repensar uma carga horária menor. Por exemplo, uma carga horária de seis horas ao invés de oito.
O médico pode entrar as sete da manhã e sair à uma hora da tarde. Assim poderemos ter médicos nos cais em período integral. Afinal a doença e a dor não tem hora para acontecer.
A população quer chegar no cais e ter médico. Não interessa se é horário de almoço ou se é de madrugada.
Também é importante juntar esforços para realizar um melhor trabalho de triagem para que seja possível oferecer um atendimento ideal aos usuários da rede pública de saúde.
Sei que hoje estamos realizando um evento festivo, mas não poderia perder a oportunidade para registrar que acompanho com muito respeito e atenção tudo o que acontece no âmbito da classe médica.
Também gostaria de aproveitar a oportunidade para dar os parabéns ao nobre deputado: O Dr. Valdir Bastos pela passagem do seu aniversário.
Deputado, Parabéns! Desejo muita paz, saúde e felicidades.
Para encerrar faço uso dos versos do Poema "Não Sei" de Cora Coralina que diz assim:
Não sei ...se a vida é curta
ou longa demais para nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas
Em nome dos 41 deputados gostaria de agradecer a presença de todos e parabenizar os homenageados pela nobreza com que enfrentam os diversos desafios de atuar na área da saúde.
Obrigada!