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Humberto Aidar diz que segurança é um dever de todo cidadão

30 de Março de 2009 às 18:23
Discurso proferido pelo deputado Humberto Aidar (PT) durante sessão especial na Assembleia Legislativa, que promoveu o lançamento na Casa, da Campanha da Fraternidade. (30.03.2009).

Prezados senhores,
Prezadas senhoras,

Vivemos um momento bastante preocupante em Goiás e no Brasil quando o assunto é violência. Nem é preciso buscar pesquisas de opinião pública para perceber que as pessoas estão temerosas de sair de casa e enfrentar este mundo repleto de violência, intolerância, injustiças e falta de amor entre os homens. Eu diria, sem medo de errar, que a violência, o medo de ser a próxima vítima, está entre as três principais preocupações das famílias de bem em nosso estado, especialmente nos grandes centros. Portanto, é mais que oportuna a Campanha da Fraternidade deste ano, que tem como tema FRATERNIDADE E SEGURANÇA PÚBLICA e, como lema, A PAZ É FRUTO DA JUSTIÇA. Daí a importância de esta Casa abrir espaço em sua agenda para debater um tema tão relevante e atual.

A Região Metropolitana de Goiânia fechou o ano de 2008 com um número recorde de assassinatos. No entorno de Brasília a violência também é crescente. Hoje em dia, mata-se um ser humano por qualquer motivo. A vida parece ter perdido o valor. Nem mesmo no seio da sagrada família a paz tem reinado. É pai que atira a filha pela janela, padrasto que abusa de crianças, irmão matando irmão. A violência doméstica também se agiganta. É cada absurdo que acontece, que, às vezes, a gente fica meio descrente com o futuro da raça humana. Mas nesses momentos de indignação e revolta, nos lembramos de nossos filhos, de nossos netos, do futuro que eles têm pela frente. E é nosso dever entregar a eles um mundo mais humano, solidário e fraterno, sem essa violência desenfreada que faz vitimas a todo momento, em todos os lugares.

Não quero aqui julgar e atribuir a culpa pela crescente violência a governos ou pessoas que estão à frente da segurança pública. Claro que eu acredito que é possível – e preciso - investir um pouco mais na prevenção e combate à criminalidade em nosso estado. Porém, nosso arcebispo metropolitano, Dom Washington Cruz, mostrou com sabedoria que o fim da violência não é uma missão só do aparato estatal de segurança. Cada cidadão, cada um de nós, tem papel importante no enfrentamento deste problema. Acho até que uma solução está mais em nossas mãos...ou melhor, em nossos corações, do que nas mãos do estado e das polícias. Eu disse que a solução está em nossos corações porque é nele que deve germinar a semente da paz, da tolerância, do respeito, do diálogo e do amor ao próximo. Como bem disse Dom Washington, precisamos adotar a cultura da paz, pois só ela é capaz de nos fazer empenhar efetivamente na construção da justiça social e que ela seja garantia de segurança para todos.   

Eu converso diariamente com muitos ouvintes do meu programa na Rádio Difusora sobre a violência. São pessoas simples, trabalhadoras, que conhecem de perto essa realidade. E a cada novo caso que surge, a sábia voz do povo é unânime em afirmar que “está faltando Deus no coração das pessoas”. Claro que a violência crescente pode, também, ser atribuída às injustiças sociais e suas várias faces. Mas se as pessoas tiverem Deus como companhia inseparável e conselheiro de todas as horas, dificilmente vão tentar resolver conflitos através da violência. É por isso que eu acredito que chegou a hora, ou melhor, já passou da hora, de cada um de nós assumir a responsabilidade pessoal no que diz respeito ao problema da violência e à promoção da cultura da paz.

A responsabilidade é do estado ? É. E vamos estar sempre cobrando isso e exigindo mais investimentos, mais ações e mais planejamento – sempre respeitando os direitos humanos - na área da segurança pública. Ter uma polícia preventiva, bem preparada, equipada e com profissionais valorizados é necessário e urgente. Mas agora vamos cobrar também dos pais, para que eduquem seus filhos com base nesta cultura da paz que bem lembrou nosso arcebispo. Vamos cobrar dos meios de comunicação que eduquem mais e incitem menos a violência em seus programas. Vamos cobrar das escolas, das igrejas, dos sindicatos e associações de bairro que colaborem com a promoção da paz e ofereçam ações educativas a jovens e adultos. Vamos cobrar de nós mesmos mais paciência, mais calma, tolerância e amor ao próximo e à vida.    

A Campanha da Fraternidade, realizada todo ano, segue o método de atuação da igreja católica, que é o somatório dos verbos ver, julgar e agir. É isso que precisamos fazer para enfrentar este grave problema da violência. Ver o que está acontecendo, analisar os fatos e principalmente agir. E agir de forma solidária, amiga e fraterna, tentando encontrar saídas de forma urgente. Um dos nobres objetivos da Campanha da Fraternidade é despertar, chamar a atenção da comunidade, cobrar para que os governos, em conjunto com os cidadãos, criem as condições necessárias para que vivamos em segurança, em paz e com justiça. Eu tenho fé em Deus que esse despertar está acontecendo. De forma lenta e gradual, mas constante. Não podemos é parar. Pensar que está tudo perdido e entregar os pontos.

Essa luta de todos nós pelo fim da violência e por mais justiça neste estado e neste país não para. Ela cresce e se reforça a cada instante, sempre que um cidadão a mais passa a integrá-la. A Campanha da Fraternidade veio impulsionar as discussões e as ações que visam à paz e à harmonia. Uma excelente iniciativa da Igreja Católica, a quem só temos a agradecer, na pessoa do nosso arcebispo, Dom Washington Cruz, um dos grandes defensores da paz, dos direitos humanos e da vida em Goiás. Aliás, quando a Campanha da Fraternidade pede o fim da violência, está, na verdade, protegendo, preservando e valorizando o maior bem que possuímos, e que é um presente de Deus, a vida. Em outras palavras, a Campanha da Fraternidade tem como tema a segurança pública. E como pano de fundo a defesa intransigente da vida.

 Muito obrigado.      

 

 

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