Thiago Peixoto presta homenagem a Sérgio Capps
BOM DIA,
O engenheiro eletricista Sérgio de Souza Queiroz Capps já participou de muitas homenagens como esta que recebe hoje aqui na Assembléia Legislativa do Estado de Goiás. Sabe bem como são os ritos protocolares em evento deste porte e que, como de costume, vários pontos de sua biografia foram ressaltados em uma espécie de justificativa para a homenagem em questão.
Façamos diferente nesta manhã. Não vamos nos ater a uma lista de adjetivos que respalde a entrega da Medalha Pedro Ludovico Teixeira ao Sérgio. Vamos tentar entender, através de inúmeros relatos de pessoas próximas a ele, o motivo de tantas homenagens recebidas ao longo destes 63 anos de vida. Poderíamos começar pela determinação. Sérgio é uma pessoa determinada e tem provado isso em diversas áreas de sua vida. É natural de São Paulo, mas escolheu Goiás como sua terra há mais de 30 anos. Chegou aqui no início da década de 70 conciliando os estudos em Engenharia Elétrica com o trabalho ao lado do pai, o senhor Clyde Milton Capps.
Gostou tanto daqui que resolveu ficar, montando uma empresa em sociedade com o pai. E neste ponto, nos deparamos com um Sérgio que toma iniciativas à frente de seu tempo. A Casel – Serviços de Eletricidade Ltda., empresa dos Capps, foi a responsável por trazer ao Estado técnicas de manutenção de redes de energia e que hoje são utilizadas em todo o País. A principal inovação é que a manutenção poderia ser feita sem que a rede fosse desligada. Sérgio também foi pioneiro ao fundar o Kennel Clube de Goiás, em 1978, e dedicar-se à criação de cães de todas as raças do Brasil. Sua atitude chamava muito a atenção na época.
O que levava um profissional que, ao mesmo tempo em que buscava galgar vários degraus em sua carreira de engenheiro eletricista, dedicava-se à cinofilia? Mero capricho? Um hobby? Certamente que não, como bem lembra um de seus amigos presentes aqui nesta sessão: Sérgio também se preocupava com questões sociais e entendia que, ao disseminar a cultura de criação de cães, incentivava a população e o poder público a acabar com o grande número de animais que viviam espalhados pelas ruas.
E aqui, podemos mais uma vez citar a determinação pra ilustrar uma breve história de sua infância. Quando criança, havia ganhado o primeiro cachorro, fato que não agradou nem um pouco sua mãe, Gilda de Souza Queiroz Capps. Sérgio não quis abrir mão do presente e encontrou o que, aos seus olhos, parecia uma saída: foi morar com a avó. Aliás, a ligação com a família merece destaque. Quem o conhece de perto e sabe da importância que os familiares têm em sua vida não se surpreenderia, por exemplo, com a presença de um tio dele de 94 anos aqui nesta sessão especial. Falo do senhor Noble Clarence Capps. O pai, senhor Clyde, descendente de imigrantes norte-americanos, também é alvo de atenção do filho. Já se tornou lei: a temporada de quatro meses que Sérgio passa nos Estados Unidos sempre se encerra antes do dia 2 de abril, data em que o pai faz aniversário. O relacionamento com os filhos segue a máxima de que tempo de convivência não se mede pela quantidade, mas pela qualidade.
O advogado Sérgio, o publicitário Milton e a bióloga Ana Luiza sabem bem disso. Os compromissos do dia-a-dia insistem em roubar o tempo precioso entre pai e filhos, e por isso os encontros são aproveitados com intensidade máxima.
O senso de paternidade também se aplica ao relacionamento com seus funcionários. Não é à toa que muitos dentro do quadro de pessoal chegam a ter mais de duas décadas de trabalho e de convivência. Como bem nos definiu um que o acompanha há mais de dez anos: é um patrão que realmente se comporta como pai. Gosta de construir amizades dentro do trabalho, cobra lealdade e fidelidade, mas exige resultados, não acoberta erros, e, simultaneamente, incentiva e instiga seus funcionários a avançarem cada vez mais.
Sérgio procura agir com o máximo de bom senso no campo político. Não articula para ser reconhecido ao grupo político A ou B, tampouco faz questão de intrometer-se em uma seara que gosta de acompanhar via imprensa e bastidores. Por ele já ter mais de 60 anos, seria até natural que imaginássemos Sérgio como uma pessoa conservadora, presa a padrões e comportamentos que seriam facilmente contestados pelos jovens do século XXI. Mas, definitivamente, este estereótipo não se encaixa ao nosso homenageado. Sérgio quer estar sempre à frente de ações que demanda ousadia, intrepidez, inteligência. Por tudo isto, é mais do que merecedor da Medalha Pedro Ludovico Teixeira. Me dirigindo diretamente a você, Sérgio, poderia listar aqui nesta tribuna tantas outras atividades inerentes ao seu currículo profissional que, como eu disse no início, soariam como a mais perfeita justificativa para esta homenagem. Mas tenho a absoluta convicção de que as particularidades que foram aqui reveladas são ainda mais relevantes e o credencia como filho, pai, profissional e cidadão – exemplo para todos os goianos.
Muito obrigado.