Evandro Magal presta homenagem ao jornal O Popular
Senhor Presidente,
Senhores deputados,
Senhores jornalistas,
Editores, articulistas e leitores do Jornal O POPULAR
Quero convidar os senhores e senhoras para uma viagem imaginativa, um exercício intelectual semelhante como se lessem as obras dos maiores gênios da literatura mundial, como o irlandês James Joyce, o romancista russo Leon Tolstói ou os importantes livros do nosso conterrâneo Bernardo Élis. Pois bem, quero que os senhores e senhoras usem suas mentes privilegiadas para se transportarem no tempo e no espaço.
Convido solemente para que senhores e as senhoras se imaginem no ano de 1938, há exatos 73 anos. Certamente, asseguro que estarão submersos em numa época muito diferente da que temos hoje. Embora o mundo já tivesse sofrido um conflito mundial de grandes proporções, as revoluções sociais e burguesas já haviam eclodido no seio da Europa e o método de produção fordista já ganhava as fábricas de todo o mundo, pouco havia se formado em nosso amado Estado de Goiás após o ciclo do ouro.
Arrisco-me a dizer - talvez contrariando até os historiadores - que nosso próprio País ainda dormia em berço esplêndido no ano de 1938. É evidente que havíamos visto a Revolução de 30, as transformações do Estado Novo de Getúlio Vargas e o movimento modernista de 1922. Mas, ainda não compunham as páginas da história o desenvolvimentismo de Juscelino Kubitschek, a construção de uma Capital de mármore no mais rigoroso dos Cerrados e o movimento de redemocratização que sucedeu a ditadura militar de 1964.
No ano de 1938, o solo que hoje habitamos era cenário apenas para a rica fauna e flora que compõe o bioma Cerrado. Esta Casa de Leis, este púlpito ou a cadeira onde estão sentados não existiam em 1938. O belo bosque dos Buritis, situado a menos de 50 metros de onde vós digo estas palavras, era apenas um filete de água que compunha nossa ramificada bacia hidrográfica.
A maioria das maravilhas tecnologias que é corriqueira hoje também não existia em 1938. Não havia telefones celulares, redes de internet, aparelhos de comunicação instantânea, televisão com sinal digital ou computadores com o desempenho e a facilidade com a qual são operados hoje. Posso dizer, senhores deputados, senhores jornalistas, editores e leitores do jornal O POPULAR, que eram tempos muito mais severos que são os dias de hoje.
Pois, foi neste período árduo, penoso, difícil que o pioneiro e visionário Jaime Câmara fundou o jornal que se tornou a maior rede de comunicação do próspero Brasil Central. Jaime Câmara construiu no papel o mesmo que fez Pedro Ludovico Teixeira na política e nos canteiros de obra de Goiânia.
Digo, queridos amigos, que em uma época de dificuldades superiores a que encontramos hoje, quando o transporte de cargas era feito em lombo de mulas e a comunicação era mais comum era a carta, Jaime Câmara se levantou de sua terra natal a pequena Cauassú, hoje chamada João Câmara, cidade no interior do Rio Grande do Norte, para fincar em no Estado de Goiás um sólido jornal que resiste, intacto e cada dia melhor, há exatos 73 anos.
Circulando exatamente todos os dias, desde o dia 3 de abril de 1938, o Jornal O POPULAR já se firmou como um dos maiores e, certamente, um dos melhores do Brasil.
O Jornal O POPULAR, conhecido de todos os goianos hoje, começou, no plano dos sonhos, quando seu fundador e visionário Jaime Câmara tinha apenas 20 anos.
Era o emblemático e o revolucionário ano de 1930, quando o jovem Jaime Câmara veio a Goiás, a mando do pai, procurar o irmão Joaquim Câmara Filho. Encontrou-o em Planaltina. Naquele momento, na verdade, Jaime Câmara escolhia o Estado onde fincaria suas raízes e cuja história passaria a incluir, com destaque, o seu nome.
No mesmo ano, Jaime Câmara mudou-se para a cidade de Goiás, então capital do Estado. A antiga Vila Boa seria mais uma etapa de uma história que resultaria na construção e na consolidação do maior complexo de comunicação do Centro-Oeste brasileiro, formado por 3 jornais, 11 emissoras de televisão, 9 emissoras de rádio e um portal na internet, em Goiás, Brasília e Tocantins.
O ano de 1935 seria definidor na vida de Jaime Câmara. Nesta data ele abriu a Jota Câmara Companhia em sociedade com Henrique Pinto Vieira, pequena tipografia cujas primeiras publicações foram a revista Legislação Goiana e o jornal satírico Vossa Senhoria. Eram tempos agitados.
A Revolução de 1930 havia alterado o jogo do poder, enfraquecendo oligarquias e promovendo outros atores políticos, como Pedro Ludovico Teixeira, que propôs a mudança da capital e a construção de Goiânia.
Jaime Câmara apoiou a transferência da sede administrativa para a nova cidade e nela começou a investir, comprando um terreno. Em 1937 adquiriu a participação de seu antigo sócio na tipografia de Goiás e se uniu aos irmãos Joaquim Câmara Filho e Vicente Rebouças Câmara para abrir, em Goiânia, a Sociedade Comercial Jota Câmara e Irmãos. Era o embrião da Organização Jaime Câmara.
Em 1938, com a inauguração de uma sede própria na Avenida Goiás, Jaime Câmara e seus irmãos colocaram em circulação o primeiro exemplar do jornal O POPULAR no dia 03 de abril daquele ano.
Como o próprio Jaime Câmara mesmo lembrou em entrevista concedida em 1978, foi um período de muito trabalho e até de perseguições. Vários poderosos que eram contra a mudança da capital atacaram Jaime Câmara e seus irmãos por terem apoiado a decisão de Pedro Ludovico Teixeira.
Mas, como homem forte que era, ele nunca recuou. Ao contrário, foi em frente. Na década de 1950, Jaime Câmara ocupou diversos cargos públicos.
Ainda no governo de Pedro Ludovico Teixeira, fez parte da Comissão de Racionamento de Energia Elétrica, responsável por resolver graves problemas de distribuição que Goiânia enfrentava à época.
Já no governo de José Ludovico, foi nomeado secretário de Viação e Obras Públicas e da Agricultura. Muito ligado a Pedro Ludovico, Jaime Câmara se candidatou, em 1958, à Prefeitura de Goiânia pelo partido do ex-governador, o PSD.
Após vencer o adversário da UDN, tomou posse do cargo em 1959 para um mandato-tampão de dois anos.
Tornava-se, assim, o gestor da cidade na qual acreditou desde o início, priorizando o asfaltamento de ruas e a construção de infraestrutura. Envolvido ou não com a política, Jaime Câmara nunca descuidou de suas atividades no ramo da comunicação.
Em 1964, inaugurou a TV Anhanguera, que logo seria retransmissora da Rede Globo, se firmando como líder de audiência. Em 1973, fundou o Jornal de Brasília. Também apoiou a ideia de dividir Goiás. Esta foi uma causa tão acalentada que o empresário fundou o Jornal do Tocantins mesmo antes de a criação do novo Estado ser aprovada na Constituição de 1988.
Se Jaime Câmara construiu uma república da comunicação em tempos muito mais brutos que hoje, ele passou a incumbência de manter tão alta qualidade aos diretores Jaime Câmara Júnior, ao diretor de jornalismo Luis Fernando Rocha Lima e a editora executiva Cileide Alves.
Digo, querido amigos, que o Jornal O POPULAR é tão importante para o nosso País e nosso Estado de Goiás, que é das páginas dele que os historiadores irão buscar informações quando elaborarem pesquisas sobre Goiás e todo o Brasil Central.
Nos próximos 200 ou 300 anos, editora Cileide Alves, são as páginas supervisionadas pela senhora que servirão de fonte de pesquisa para que nossos descendes conheçam nosso modo de vida, nossas preocupações, nossos anseios, nossas ações para construir um mundo melhor.
São as páginas que os senhores escrevem, bravos jornalistas, que serão lidas por todos aqueles que se interessarem por estudar o Centro Oeste brasileiro durante o século 20 e 21.
Serão as fotos dos senhores, competentes repórteres fotográficos, que irão ilustrar as páginas dos livros de história brasileira. Serão suas imagens que vão retratar a Marcha Para o Oeste, nosso período de transição democrática, fatos trágicos como o acidente radiológico de 1987, mas outros tantos alegres, como a construção de Goiânia, a montagem do templo da democracia em Brasília e a sucessão dos verdadeiros Estadistas que habitaram Goiás.
Mas, a importância do jornal O POPULAR não está no passado glorioso e também não passa somente pelo futuro distante. A força do Jornal O POPULAR está no presente. Está na força de chegar, pontual como um relógio britânico, sempre as nossas casas às 6 horas da manhã, com o melhor da informação. No compromisso de atender todos os 246 municípios goianos e tantos outros além das nossas extensas fronteiras.
O mais valoroso patrimônio do jornal O POPULAR está nos seus excelentes profissionais, que cumprem religiosamente a missão de informar com qualidade mais de 5 milhões de pessoas.
Leitores que aprendem, interagem, se divertem e constroem, todos os dias, a edição que é lida no papel, na internet, nas bancas de revistas, nas repartições públicas, nas empresas e em todos os cantos de Goiás e do Brasil.
A verdadeira missão do Jornal O POPULAR é, e sempre será, a de informar o povo goiano e brasileiro de tudo que tem relevância pública, de buscar a notícia aonde quer que ela esteja.
O jornal O POPULAR está na vanguarda mundial da notícia, do primor do texto, da beleza das fotos, na excelência da infografia, no tratamento democrático ao leitor, a peça mais importante deste processo.
A qualidade do Jornal O POPULAR é comparável aos melhores periódicos do Planeta e bebe na mesma fonte que os grandes jornais dos Estados Unidos, da Europa e de todos os países do mundo desenvolvido.
A primazia do O POPULAR é reconhecida em parâmetros internacionais pelos melhores profissionais da área. Tanto o é, que é o único jornal impresso do Centro Oeste brasileiro, a exceção daqueles do Distrito Federal, que compõe o corpo de associados do Newseum, a mais destacada organização não governamental relacionada à mídia, com sede em Washington, nos Estados Unidos.
Suas páginas belas, as fotos primorosas e os textos extraordinários já venceram centenas de prêmios de jornalismo de amplitude regional e nacional.
Por esta qualidade reconhecida da capa aos classificados, o Jornal O POPULAR, é uma referência entre todos. Do acadêmico, ao profissional liberal, do servidor público ao empresário, do estudante ao investidor financeiro, o Jornal O POPULAR é um veículo de comunicação da mais alta conta.
É referência até para aqueles que sequer pisaram ao Estado de Goiás. Certamente, editor Rodrigo Hirose, é das páginas do Caderno de Cidades que um sociólogo de qualquer universidade do mundo vai buscar dados para estudar nossos hábitos sociais, políticos e culturais.
Também é das páginas do Caderno de Economia, editor Wanderlei de Faria, que investidores internacionais vão investigar se o Estado de Goiás tem condições logísticas de receber capital estrangeiro.
Certamente, as autoridades chinesas que investirão mais de 7 bilhões de reais em Goiás para a produção de grãos se informaram sobre nosso potencial agrícola nas páginas que são sabiamente editadas pelo senhor Wanderlei de Faria.
Entre todos os campos cultiváveis do mundo, foi a informação precisa do Jornal O POPULAR que contribuiu para que o Nordeste e Norte de Goiás recebessem investimentos altíssimos da economia que mais cresce no mundo.
Ou seja, foram as páginas do Jornal O POPULAR que auxiliaram para que milhares de goianos tenham geração de renda, emprego e melhor qualidade de vida nos próximos anos.
Também passam por suas mãos, editor João Lemes, todas as informações com relevância política que serão lidas pelos 41 deputados estaduais, os 17 federais, os três senadores, toda a equipe de primeiro, segundo e terceiro escalão do Executivo Estadual e pelas mais altas autoridades do Governo Federal, entre elas, a própria chefe maior do Estado Brasileiro, a presidente Dilma Rousseff.
O texto dos brilhantes repórteres Bruno Rocha Lima, Carlos Eduardo Reche, Érica Letry, Caio Henrique Salgado, Fabiana Pulcinelli, e do editor da coluna Giro, Jarbas Rodrigues Júnior, bem como todos os outros exemplares profissionais, servem de informação e base para que programas governamentais, emendas orçamentárias e verbas públicas sejam direcionadas ao Estado de Goiás.
Portanto, é aos pés do morro da Serrinha, ponto mais alto da nossa bela Goiânia, lugar que Pedro Ludovico Teixeira utilizou como mirante para observar a capital que ora se erguia, que saem as informações decisivas que melhorar nosso futuro.
Direto da rua Thomas Edison, não por acaso, o nome do maior inventor do mundo, ganham as ruas a mais admirada criação do jornalismo goiano.
É através dos 55 mil exemplares diários do jornal O POPULAR que a sociedade goiana constrói seu presente, glorifica nosso passado e nos faz orgulhar do futuro que cultivamos hoje.
Tenho certeza que a missão do Jornal O POPULAR continuará por muitas e muitas décadas e se expandirá ainda mais além fronteiras regionais e nacionais.
Que Deus continue abençoando este trabalho primosoro e iluminando o povo goiano, que vê no Jornal O POPULAR um veiculo fortíssimo para transformação social e econômica do nosso Estado e do nosso País.
Muito obrigado a todos.