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Mauro Rubem presta homenagem a Caixa Econômica Federal

03 de Maio de 2011 às 08:31
Discurso proferido pelo deputado Mauro Rubem (PT) durante sessão especial que prestou

Boa noite.

Nossos cumprimentos a todas e todos convidados, trabalhadoras e trabalhadores desta Casa de Leis, os parlamentares e hoje aqui presentes, à imprensa e às telespectadoras e telespectadores da TV Assembleia.

Hoje, um dia após a comemoração do Dia do Trabalhor, 1º de maio, lembrado em Goiânia com um grande evento na Praça do Trabalhador, estamos aqui reunidos para homenagear o aniversário de 150 anos da primeira instituição financeira do Brasil que nasceu com o propósito de ser o banco dos pobres, das trabalhadoras e trabalhadores. Destacamos também a memória de profissionais que ajudaram e ajudam a construir sonhos de centenas de milhares de cidadãs e cidadãos; fizerem e fazem da CAIXA Econômica Federal motivo de orgulho de todos os brasileiros.

Nos últimos anos, os bancos públicos federais iniciaram um esforço de inclusão bancária das parcelas de menor renda da população. Ofereceram de forma mais ampla o crédito com desconto em folha de pagamento, menores taxas de juros para facilitar o acesso à renda, financiamentos aos pequenos e médios empreendedores e empresários do país... Ainda hoje são, praticamente, as únicas instituições financeiras que oferecem financiamento de longo prazo na economia brasileira.

Criada em 12 de janeiro de 1861, no Rio de Janeiro, por Dom Pedro II, a CAIXA é uma instituição financeira diferente. É a prova concreta que um banco pode manter o compromisso público, responsabilidade social e obrigações com as políticas de governo; ser vinculado aos objetivos de crescimento econômico e distribuição de renda, sem deixar de lado sua maior eficiência e competitividade.

Goiás não tardou a reconhecer a importância do novo banco. Já em 1863,   o então presidente da Província, Couto de Magalhães, enviou ao Presidente da Assembléia da época, relatório sobre a necessidade de criação de uma Caixa Economica em Goiás.

A história da CAIXA está entrelaçada com a do País, marcando ativamente os acontecimentos desde antes da instituição da República. No livro "CAIXA, 150 anos de uma história brasileira", escrito pelo jornalista Eduardo Bueno, encontramos várias memórias da trajetória deste que é hoje o maior banco público da América Latina, com 85 mil funcionários e presença em todos os 5 mil 561 municípios brasileiros, por meio de duas mil agências e 17 mil pontos de atendimento. Um título perseguido desde 1951, quando era a maior rede bancária do país com 386 agências.

Conta a história que a poupança da CAIXA ajudou muitos escravos a conquistarem a liberdade...  E foi em 1885, que a escrava Maria Margarida conquistou sua caderneta de poupança, quando a Lei dos sexagenários estava estimulando a abertura de cadernetas por cativos que juntavam dinheiro para alforria.

Antes disso, em 1875, a CAIXA de São Paulo, abriu as portas a primeira cliente mulher do banco, Florisbela Maria de Araújo Rodrigues, um caso extremamente raro para a época. A conquista das trabalhadoras veio 46 (quarenta e seis) anos depois, em 1921, com a contratação das primeiras funcionárias.

É a CAIXA que historicamente sabe aliar economia à arte, trabalho iniciado na época da Semana de Arte Moderna de 22, quando Djanira, uma das maiores pintoras do modernismo, propôs ilustrar os bilhetes de loteria com suas obras, dando inicio a um dos maiores acervos de artes plásticas do país...

Foi a instituição que iniciou com empréstimo consignado... Ajudou a financiar a construção de Brasília e o sonho principal de praticamente todas as brasileiras e brasileiros: a casa própria. Atualmente , por meio de programas  de financiamento e gerenciamento para habitação popular, ampliou em 200% o número de  financiamentos de 2008 para 2010, contanto com Feirão do Imóvel da Caixa,  o maior evento habitacional do país.

Também criou o FGTS para proteger o trabalhador demitido sem justa causa, o Seguro Desemprego, as Loterias, que mais que um sorteio,  distribui patrocínio ao esporte, à cultura e às iniciativas de responsabilidade sócio-cultural-ambiental.  E mais recentemente, em 2003, a CAIXA criou o programa "Conta Fácil", um dos mais efetivos programas de inclusão bancária da história do Brasil, sem necessidade de comprovar renda ou realizar depósito mínimo.

Qual o brasileiro, mesmo não sendo beneficiário, deixa de reconhecer a importância do Bolsa Família e seus grandes impactos na redução da desigualdade e da pobreza? Lançado em 2004 pelo Governo Lula, o Bolsa Família tem a CAIXA seu agente operador e teve grande avanço com internalização das loterias e ampliação dos serviços.

Reconhecendo a importância dos funcionários de carreira, também foi o presidente Lula que alçou em 2006 Maria Fernanda Ramos Coelho, à  presidência da CAIXA, primeira mulher na história a ocupar cargo.  É esta mesma mulher que ajudar a coordenar o Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, e o Minha Casa Minha Vida, dois dos principais instrumentos da presidenta Dilma para prosseguir avançando nas políticas de desenvolvimento, distribuição de renda, geração de emprego e renda, esperando contribuir efetivamente para que em um futuro próximo tenhamos uma sociedade justa e igualitária.

Mesmo uma senhora de 150 anos, a CAIXA  mostra que é possível ser pioneira e contemporânea, como mostrou em 2010 com o laçamento da Certificação Digital, que garantiu validade jurídica a documentos eletrônicos e maior segurança às transações bancárias da instituição aos seus clientes,  projeto até então inédito no Brasil.

Nos últimos anos, em meio a crise econômica mundial, a CAIXA mais uma vez mostrou seu papel na retomada da  economia brasileira, ao disponibilizar crédito para operacionalizar políticas públicas e programas do Governo Federal, comprovando mais uma vez o papel dessa estrutura na melhoria da qualidade de vida da população brasileira.

Infelizmente, em Goiás não temos mais bancos públicosestaduais e vez ou outra, o futuro dos bancos públicos nacionais,  é posto em questão por aqueles que apontam distorções da sua presença na economia nacional. Frequentemente, estas instituições são submetidas às análises criticas daqueles que desejam o seu fim, que esquecem que seus crescentes lucros são repassados ao Tesouro Nacional e garantem ao Governo Federal o cumprimento das obrigações e cronogramas de investimento, custeio, pagamentos de programas de transferência de renda, juros etc. Ou seja, parte dos lucros alcançados pelos bancos públicos volta para a sociedade.

Portanto, a CAIXA tem papel determinante frente a  atual retomada do crescimento sustentado e a consolidação de um quadro macroeconômico de maior solidez frente às oscilações externas, estimulando a oferta de crédito,  incentivando a continuidade do movimento de expansão, principalmente com financiamento de novos investimentos.

O fortalecimento de sua presença institucional e a manutenção do bom  desempenho é fundamental para que o Brasil e nosso povo possam seguir atravessando os tempos, rompendo fronteiras imperialistas e promovendo a qualidade de vida de cada cidadã e cidadão.

Desta maneira, defendemos e continuaremos defendendo a preservação do caráter público e do compromisso social, e uma maior articulação e coordenação da ação das instituições financeiras federais e a contínua elevação da sua eficiência e competitividade, seja nas suas ações estritamente sociais, seja naquelas tipicamente relacionadas à atividade bancária. Desta forma esperamos deter interesses privatistas - sempre à espreita, mesmo quando aparentemente adormecidos - ecoem na sociedade e continuem a ignorar aos anseios do que acreditam que é um outro mundo é possível.

Em nome de sua diretora-regional, parabenizamos novamente a CAIXA por seus 150 anos de atividade, cada uma e cada um  das trabalhadoras e trabalhadores que ajudaram a construir esta história e ao povo brasileiro que pode contar com uma instituição série e que tem como prerrogativa promover o desenvolvimento de nossa nação. Nossos agradecimentos a todas e todos os presentes.

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