Talles Barreto presta homenagem a musicistas
Senhor Presidente,
Senhores Deputados,
Estamos aqui hoje, para honra e orgulho desta Casa, homenageando duas pessoas muito especiais para nosso Estado.
Falo das professoras Ângela Barra Veiga Jardim e Flávia Cruvinel, a quem a Assembleia Legislativa, por decisão unânime de seus membros, concede hoje a comenda do Mérito Pedro Ludovico Teixeira, a maior honraria desta Casa.
E na área das artes onde vocês atuam, a presença feminina é majoritária. Na mitologia grega temos não um Deus, mas uma deusa que representa a música. Euterpe.
Na igreja católica é feminina a padroeira da música, Santa Cecília, uma cristã que defendeu sua fé e morreu cantando por ela. Rapidamente volto meus olhos para Goiás e aqui vejo também a participação fundamental das mulheres.
Com a certeza de que cometerei graves injustiças, permitam-me citar pessoas como Nanhá do Couto, professora e uma das pioneiras em prol da música em Goiás.
Devo lembrar a memória da querida Belkiss Spenciéri Carneiro de Mendonça.
A luta incansável de Eli Camargo na defesa de nosso folclore.
A dedicação ao canto de professoras como Honorina Barra e Bartira Bilego e tantas outras profissionais.
Devo agradecer também centenas de professoras e professores e outros profissionais que fazem da música uma forma de sobrevivência, mas também uma forma de levar a arte da música a mais pessoas.
Passei por estes nomes conhecidos e por pessoas abnegadas para chegar até nossas duas homenageadas de hoje.
Ângela Barra Veiga Jardim e Flávia Cruvinel. Ângela Barra Veiga Jardim vem de uma família onde a música sempre se fez presente.
Filha do doutor Edilberto da Veiga Jardim Filho, um amante do violino que também se dedicava a odontologia, e de Heloisa Barra Jardim, pianista que influenciou gerações na luta pela criação do Conservatório de Música da UFG, hoje Escola de Música e Artes Cênicas.
Bacharel em canto pela UFG, estudou na Universidade do estado de Indiana, nos Estados Unidos.
De volta ao Brasil, já mãe de Cláudio, Rafael e Paola, tornou-se professora do Instituto de Artes. Posteriormente fez também o doutorado na universidade de Indiana e hoje ainda atua em aulas de canto e recitais em todo o Brasil e em várias partes do mundo.
Atualmente é uma das responsáveis pela criação do Festival de Ópera de Goiás, que enriquece nossa cultura e contribui para o turismo em Goiás.
Devo também salientar a rica biografia de nossa outra homenageada, a professora Flávia Maria Cruvinel, a quem conheço há vários anos.
Estudamos juntos no Colégio Ateneu Dom Bosco e no Pré-médico. Depois fui fazer Direito, na Católica e ela fez o mesmo curso na Universidade Federal de Goiás, antes de definir sua vida em favor da música.
Ela vem dedicando sua carreira a educação musical, tanto instrumental quanto de técnicas de vocalização.
Mestre e música vem emprestando todo o seu conhecimento na formação de políticas públicas ligadas a música, nas salas de aula na formação de novos músicos e ainda na Universidade Federal de Goiás, como coordenadora de cultura.
Por tudo que fizeram e ainda fazem em prol de nossa cultura e na luta diária, muitas vezes atuam como verdadeiras Don Quixote ante a insensibilidade de muitos diante da importância da arte e da música.
Em nome da Assembleia Legislativa goiana reafirmo que é uma honra para esta Casa poder homenageá-las.
Quero encerrar minhas breves palavras citando o filósofo Nieztche. Antes de negar a existência de Deus, ele disse que: "a arte era a forma dos homens se aproximarem de Deus".
E acredito que é isto que vocês, prezadas homenageadas, e demais presentes aqui fazem.
Nos permitem, com a arte que vocês transmitem, nos aproximarmos de Deus e nos tornarmos pessoas melhores.
Muito obrigado !