Carlos Antônio presta homenagem aos Maçons
Prezados senhores,
Prezadas senhoras,
Inicio minha fala com os dizeres de JEAN MOURGUES: “Ninguém pode ser reconhecido como maçon enquanto continuar servo das suas paixões, escravo das suas crenças e cego pelos bens deste mundo”.
Com efeito, possuímos, naturalmente, paixões, crenças, e desejamos os bens deste mundo. Mas, o que pode nos destruir, independente de pensamentos ideológicos, convicções políticas ou credo religioso, é sermos servos, escravos ou cegos por esses sentimentos. Essa situação não se coaduna com os importantes princípios maçônicos: liberdade, igualdade e fraternidade, princípios esses, que resistiram ao tempo, possuindo, hoje, o mesmo valor de séculos passados.
Bem por isso, a importância dos objetivos da maçonaria, uma das mais antigas sociedades do mundo, de perseguir esses ideais, em seus conceitos mais amplos. De perseguir o que é bom e reto. De buscar o bem-estar social, o amor a Deus, do qual nascem o amor fraternal, o amor à família e o amor à Pátria.
Bem por isso, a relevância da existência de uma instituição, como a instituição maçônica, cujas atividades, segundo Antônio Onías Neto, Soberano Grande de Inspetor Geral do Supremo Conselho do Rito Moderno, não se restringem à beneficência, mas, buscam auxiliar a formação moral, intelectual e social do homem. Ela “ensina a pescar”.
Grandes nomes do Brasil e do mundo fizeram parte dessa sociedade. Falo de Dom Pedro I, José Bonifácio, Duque de Caxias, Marechal Deodoro. Falo de Mozart, de Isaac Newton, de George Washington, de Winston Churchill e de outros imortais personagens.
Releva registrar que, ao buscar concretizar os princípios da liberdade, igualdade e fraternidade, a maçonaria exerceu grande influência em marcos históricos e em grandes conquistas de nosso país e do mundo. Assim foi desde a crise do Antigo Sistema Colonial, quando essa instituição se destacou na Inconfidência Mineira e na Independência do Brasil, mostrando-se um importante instrumento de divulgação de ideais que fariam toda a diferença no cenário político. Influenciou, também, a Independência dos Estados Unidos da América, a Revolução Francesa, a libertação dos escravos, a proclamação da República, a Revolução Farroupilha, e a luta pela redemocratização do país.
Portanto, a história da maçonaria, em nosso país, se mistura com a própria história do Brasil. Importante, então, fazer referência à ela.
Não obstante a maçonaria já existisse, no Brasil, desde a Inconfidência Mineira, no final do século XVIII, a primeira loja maçônica, em nosso país, nasceu filiada ao Grande Oriente da França, em 1801, em meio à conjuração baiana. Oito anos após, em 1809, foram fundadas lojas nos Estados do Rio de Janeiro e Pernambuco. Já em 1813, foi criado o primeiro Grande Oriente Brasileiro. Posteriormente, em maio de 1822, foi instalado, no Rio de Janeiro, o Grande Oriente do Brasil, sendo nomeado José Bonifácio de Andrada e Silva como o primeiro grão-mestre da maçonaria, em nosso país.
Estando D. Pedro I no poder, o Grande Oriente do Brasil foi fechado, reaparecendo somente com a abdicação do imperador, em 1831, sendo José Bonifácio, novamente, grão-mestre, não sendo mais suas atividades suspensas. Logo, o Grande Oriente do Brasil passou a participar, ativamente, de todas as grandes conquistas sociais do povo brasileiro.
E essa participação ativa perdura até os tempos hodiernos. Antônio Onías Neto cita grandes problemas da humanidade, para os quais a Maçonaria tem buscado soluções pacíficas, como “a poluição, a globalização, os nacionalismos, o problema dos sem terra, da reforma agrária, dos índios, da juventude, da mulher, dos idosos, dos excluídos, dos sem tetos, das drogas, a democracia, os governos totalitários ou autoritários, o capitalismo, o comunismo, o socialismo, enfim tudo aquilo que toca de perto na vida do Homem, e que o impeça ou o impulsione para a felicidade que é seu fim supremo”.
Por isso, a sincera homenagem dessa Casa Legislativa a essa histórica e importante instituição, bem como àqueles que, fazendo parte dessa sociedade, ajudam na construção de um mundo melhor. Afinal, construção é o significado, no francês, da palavra maçonaria e só tem valor, para essa instituição, se for para construir o bem para a humanidade, em uma ampla abrangência.
Caros homenageados, os senhores são todos construtores sociais. Os senhores não têm sido expectadores, frente ao presente cenário político, econômico, religioso e cultural, mas, sim, coadjuvantes.
Por isso mesmo, merecem todo nosso reconhecimento.
Parabéns a todos vocês.
Muito obrigado.