Dia do Maçon
Senhoras e Senhores,
Entre as distinções e alegrias a que eu pudera receber por parte dos meus nobres Pares nesta Casa de Leis, nenhuma destas me seria mais grata do que a oportunidade de, juntamente com a ilustre Deputada Mara Naves, também manifestar-me em nome do Poder Legislativo nesta sessão solene, comemorativa do dia do maçom.Registro, de começo, que por força de proposituras de nossa iniciativa, unanimemente acolhidas pelo plenário da Assembléia Legislativa, vários dos mais ilustrados representantes da Ordem Maçônica serão, aqui, agraciados com a medalha do Mérito Legislativo “Dr. Pedro Ludovico Teixeira”.
Esta data é marcante e ficará indelevelmente registrada em nossos corações, tornar-se-á imorredoura para todos nós participantes desta sessão solene, aqui, no Palácio Alfredo Nasser.
Durante toda a minha vida, particular e pública, sempre tive profundo respeito pelos maçons e por suas entidades representativas, tanto que na primeira oportunidade que me foi ofertada, efetivei a minha iniciação em suas fileiras, fato ocorrido no ano de 1981, através da Loja Templários 90 – Oriente de Anápolis, que tão carinhosamente me acolheu.
Esse encantamento pela maçonaria, que me foi amalgamando o espírito, se deveu, indiscutivelmente, pela repercussão e grandeza dos princípios que regem a Ordem e me foram, desde cedo, repassados. Cresci e aprendi, que a Maçonaria não possui leis gerais nem livro santo que a definam ou obriguem todos os maçons pelo Mundo; que é fundada no amor fraternal e na esperança, no amor a deus, à pátria, à família e ao próximo. Na tolerância, na sabedoria, na constante e livre investigação da verdade, com a evolução do conhecimento humano pela filosofia, ciências e artes, sob a tríade da liberdade, igualdade e fraternidade e dentro dos princípios da moral, da razão e da justiça.
Percebi que, não sendo uma religião, não tem dogmas. Em cada país e ao longo dos séculos, estatutos numerosos se promulgaram e fizeram fé para comunidades diferentes no tempo e nos costumes. Todavia, isso não impediu que a Maçonaria possua certo número de princípios básicos, aceitos por todos os irmãos em todas os quadrantes do planeta. É essa aceitação, aliás, que torna possível a fraternidade universal dos maçons e a sua condição de grande família no seio da Humanidade, sem que, no entanto, exista uma potencia maçônica à escala mundial nem um Grão-Mestre, tipo Papa, que centralize o pensamento e a ação da Ordem.
Aprendi que o que importa para a Maçonaria é a construção de um homem melhor dentro de uma sociedade melhor. Pois, admite, a Ordem, que o homem e a sociedade são suscetíveis de melhoria, sendo, portanto, passíveis de aperfeiçoamento e por isso, aceita e promove a transformação do ser humano e das sociedades em que vive.
E o mais importante é que a maçonaria vislumbra esse aperfeiçoamento do homem e da sociedade não apenas em termos de melhoria econômico-social, mas, também, e sobretudo, em termos de melhoria intelectual, através do burilamento das faculdades de pensar e do conhecimento adquiridos.
Dos ideais de justiça e solidariedade humanas, que presidem seus ideais maiores, resulta naturalmente que seja a Maçonaria integrada por representantes de todos os grupos sociais, independentemente de cor, raça, credos religiosos, ideologias políticas, e que, como maçons, devem tentar esquecer a sua classe de origem e comportar-se como iguais, exigindo como requisitos para se ser maçom, apenas, para além de inafastáveis condições morais, o exercício de uma profissão honesta que lhe assegure meios de subsistência.
Daí se vê, claramente, que é pela observância desses princípios a que me reportei, é que se chega a uma fraternidade do tipo universal. Este é não só um princípio teórico, mas uma realidade, uma norma de prática quotidiana. A Maçonaria é uma instituição universal. Todos os maçons constituem uma e a mesma família e dão-se o tratamento de irmãos, sendo iguais perante a lei.
Assim, com total desassombro, afirmo, que a maçonaria é um capítulo de solidariedade, de luta e de honra em nossa Pátria e dela tudo de bom e fraterno se espera.
Durante a minha caminhada, no exercício de minhas variadas atividades, percebo que os já referidos princípios maçônicos vão adquirindo, cada vez mais prestígio, com a força de categóricos absolutos, mormente aqueles calcados na moral e nos interesses maiores da sociedade.
E é dentro desta inolvidável verdade que devemos alicerçar o trabalho continuado, impessoal e de fé no destino promissor de Goiás e do Brasil, não podemos dar espaço ao desânimo e à descrença, frente aos inúmeros problemas que afligem a humanidade nessa quadra de nossas existências.
Trabalhemos unidos em busca dos grandes objetivos, confiantes nas leis maiores que regem a todos nós, tranqüilos e não deixemos dissipar, jamais, as energias criadoras que nos são generosamente transmitidas e renovadas a cada instante, mercê da inesgotável e justa bondade do Criador.
Na condição de homem público, sempre que oportuno, juntarei a minha voz à daqueles que apregoam, por até indispensável, a intocabilidade da maçonaria que, na sua missão, age com isenção, proclama e pratica os multicitados princípios, notadamente, os da moralidade, da solidariedade e da paz, sob todos os aspectos.
Festejar o dia do maçom, reconhecendo os seus méritos, agraciando alguns de seus mais notáveis representantes, com importante comenda, é ato de justiça do Poder Legislativo. Significa mesmo, reiterar que a maçonaria e seus filiados sempre estiveram e estão, de alguma forma, permanentemente, lutando pela solução dos problemas sociais, pela liberdade e pela democracia.
O notório contentamento geral que se expressa nesta sessão solene, enche-me de esperança por um futuro melhor e me fortalece para, com a colaboração de todos os deputados integrantes desta Casa de Leis, insistir sempre na luta pelo bem do povo e de Goiás.
Essa vibração extraordinária a que me refiro, externada pela alma do ambiente, respira e pulsa em todos nós, lançando-nos para a frente, na soma de esforços para a constante e corajosa defesa do interesse público, o que torna a vida de todos nós, delegados do povo goiano, digna de ser vivida.
Já encerrando, gostaria de reafirmar que no dicionário da maçonaria não existe a palavra mesquinharia. As lutas que ela travou, inclusive pela independência do Brasil, foram acirradas, mas não criaram ódios, nem despertaram vinditas, porque tiveram por único fim a liberdade da Pátria.
A defesa de sua liberdade de ação, naqueles tempos mais distantes, foi a própria defesa da liberdade pública. Na liberdade da maçonaria estava a dignidade da população do Brasil e acima de tudo, a existência de um povo livre.
Hoje, mais que nunca, todos nós precisamos nos inspirar nos ideais cultivados pela Maçonaria, como Ordem Universal formada por homens de bem, unidos por suas qualidades cívicas, morais e intelectuais com o objetivo de construir uma sociedade humana baseada no amor fraternal, na liberdade, na igualdade e na fraternidade.
Neste dia de festa, não é demais destacar o caráter dos maçons brasileiros que sempre demonstraram por meio de ações benfazejas, uma superioridade de talentos e de coragem que ninguém contesta.
Parabenizo, pois, a todos os maçons pelos brilhantes trabalhos realizados em prol do aprimoramento intelectual, moral e social da humanidade, conclamando a todos para que continuem na sua meritória tarefa. Congratulo-me, de maneira muito especial, com as queridas cunhadas que, através de seu apoio e colaboração, são também responsáveis pelo sucesso de tantas obras.
Cumprimento todas as Lojas agraciadas, parabenizando-as, dizendo que o meu coração, desvanecido com a presença de pessoas tão ilustres, que vieram realçar esta solenidade, grita em meu peito o desejo maior de que a maçonaria, de todo o mundo e muito especialmente, a maçonaria goiana, seja sempre permeada de grandes conquistas e de muita prosperidade.
Muito obrigado.