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Deputado Wagner Neto debate agricultura familiar e cooperativismo com autoridades e pequenos agricultores
O deputado Wagner Neto (Patriota) promoveu, na manhã desta quinta-feira, 27, audiência pública sobre “O fortalecimento da agricultura familiar e o cooperativismo”. Na oportunidade, foram levantadas as demandas das cooperativas e das associações dos agricultores familiares. Foi ainda promovida a aproximação das instituições públicas e privadas aos produtores. O evento teve lugar no auditório Costa Lima da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego).
Estiverem presentes à mesa de debates representantes das principais entidades que trabalham com agricultura, dentre eles o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Antônio Carlos de Souza Lima Neto; o presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura Familiar do Estado de Goiás (Fetaeg), Alair Luiz dos Santos; o presidente da Emater-GO, Pedro Leonardo de Paula Rezende; o superintendente Regional do Banco do Brasil, Felipe Zanella; o chefe da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Arroz e Feijão, Romeu Pereira dos Santos; Vicente Teixeira, representando o Superintendente Regional da Companhia Nacional de abastecimento (CONAB) de Goiás; e Rafael Borges Bueno, superintendente Regional da CONAB do Distrito Federal e Entorno. O evento contou também com prefeitos, assessores e caravanas dos municípios goianos.
Wagner Neto explicou que o intuito da audiência foi provocar os órgãos representativos do setor, sejam eles públicos ou privados, para destacar o segmento. "A agricultura familiar é responsável por cerca de 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. Então desenvolver esse modelo é também uma forma de promover a distribuição de renda e a diversificação das produções. Atualmente vivemos um drama, que é o êxodo rural, e incentivar o segmento familiar traz como resultado o fato de conseguirmos fixar o homem e a mulher no campo, que é de grande importância para o nosso desenvolvimento econômico", afirmou o parlamentar.
Para o deputado ainda há muito o que avançar nesse cenário e, por isso, a importância de se debater sobre os principais desafios que o pequeno agricultor enfrenta no campo e ao comercializar seus produtos. “Fortalecer a mão de obra familiar e o cooperativismo é importante para todos."
O deputado estadual Paulo Trabalho (PSL) participou da audiência e salientou a importância de fortalecer aqueles que colocam o alimento na mesa dos goianos e brasileiros. “É necessário ouvir os produtores em suas demandas ", apontou.
O secretário Antônio Carlos destacou que em vista de toda a importância que o cooperativismo e a representatividade da agricultura possuem no tocante ao fornecimento de alimentos à população, é importante uma discussão acerca dos programas federais de fomento ao segmento. “Principalmente o Programa de Aquisição de Alimentos e o Programa Nacional de Alimentação Escolar, onde entendo que existem muitas oportunidades para que o estado de Goiás consiga aderir cada vez mais a essas iniciativas.”
Antônio Carlos disse esperar por uma sensibilização maior de todos produtores da agricultura familiar, para que busquem oportunidades de participarem dessas políticas públicas. “E acima de tudo de participarem do fortalecimento o setor agropecuário no estado de Goiás.”
Superintendente Regional do Banco do Brasil, Felipe Zanella, destacou que a instituição financeira age como agente de fomento da classe e que possui, nesse aspecto, o papel de levar assistência técnica e acesso à tecnologia aos produtores. “Hoje reúnem-se aqui vários agricultores e representantes de vários setores ligados à agricultura. Cabe ao Banco do Brasil fazer um elo entre esses, promovendo acesso aos recursos necessários, através do crédito.”
O presidente da Fetaeg, Alair Luiz dos Santos, destacou que valorizar a agricultura familiar não significa que seja necessário menosprezar o agronegócio, que, diz ele, tem também importância fundamental, principalmente no aspecto de trazer divisas para o país. Ele disse entender a agricultura familiar, como um segmento mais voltado para a produção de alimentos que são consumidos pela população brasileira, e o agronegócio como um segmento de exportação e fortalecedor da balança comercial. “É importante, portanto, desenvolver ambos os setores e permitir que o produtor familiar alcance o financiamento de recursos financeiros, para investimento e custeio, da mesma maneira que a agricultura empresarial alcança.”
Alair Luiz falou ainda sobre a importância de voltarem a discutir sobre a Lei da Agricultura Familiar, que foi sancionada, segundo ele, com veto ao principal artigo do texto, resultando em uma “lei morta”.
O presidente da Emater, Pedro Leonardo de Paula Rezende, destacou que a instituição tem passado por um processo de reestruturação após a posse do governador Ronaldo Caiado (DEM) e que assim que assumiu a presidência foi lhe dada a missão de devolver à Emater o protagonismo de desenvolvimento rural do estado que ela já teve um dia. Ele destacou que o fortalecimento da empresa torna possível o desenvolvimento de ações para o setor da agricultura que por sua vez permite o desenvolvimento econômico do estado.
O representante da Conab de Goiás, Vicente Teixeira, alertou para o fato de que o momento é interessante para a agricultura familiar, com um mercado para ser atendido e, por isso, é importante que os produtores estejam atentos para as demandas. “Temos parceiros como o Banco do Brasil, a Emater, e a Secretaria da Agricultura. Devemos aproveitar os promissores mercados nos estados, municípios e governo federal.”
O presidente da Embrapa Arroz e Feijão, Romeu Pereira dos Santos, falou sobre a história da instituição em Goiás e no país e disse que, atualmente, através dos seus 43 Centros Nacionais de Pesquisa, em particular, pela Embrapa Arroz e Feijão, são realizadas parcerias bem-sucedidas através das quais é possível prestar inestimáveis serviços à agropecuária nacional e à agricultura familiar em particular. Ele destacou que todos eventos os quais visem promover e fortalecer a agricultura familiar e o cooperativismo encontrarão na Embrapa Arroz e Feijão todo o apoio. “Portanto, continuamos nossa parceria com todos os senhores e nos colocamos a disposição para qualquer demanda que o setor possa nos levar.”
Ao abrir a palavra para os demais participantes da audiência, foi possível colher ainda dados sobre a realidade do segmento no estado. A produtora rural Cleusa Ferraz, de Itapuranga, contou do sucesso da feira de produtos orgânicos em seu município. Segundo ela, com participação de mais de 100 produtores rurais, a feira semanal é procurada por muitas pessoas da cidade que demonstram a vontade de participar. “Mas só podem fazer parte os produtores rurais. Não temos atravessadores.”
Especialista em Gestão Ambiental, Jesiel Campos, do Instituto Transformar, contou sobre o trabalho desenvolvido por meio do projeto Casa de Farinha. Ele também comemora os resultados. Afirmou que criou um modelo de governança que conta com produtores, entes públicos como prefeituras, Emater e Banco do Brasil. “Temos criado soluções e entregado resultados. Nosso projeto é referência no Banco Mundial, e estamos conquistando a certificação.”