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Notícias dos Gabinetes
“Vamos usar nossa voz para ensinar a Enel a respeitar o cidadão goiano”, diz Cairo Salim

29 de Novembro de 2019 às 15:06

O deputado estadual Cairo Salim (Pros)comandou nesta quinta-feira, 28, a 23ª audiência pública realizada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades dos serviços prestados pela concessionária italiana Enel. Dessa vez, foi a vez da população de Ipameri relatar as principais dificuldades e reclamações sobre o serviço de fornecimento de energia elétrica na região.

Segundo Salim, a comissão, instalada em março deste ano, ainda não foi concluída porque a sociedade está insatisfeita, e precisa ser ouvida antes da elaboração do relatório final. “Estamos aqui para registrar o descontentamento de vocês com a Enel. O relato popular é fundamental para que possamos exigir o cumprimento dos compromissos firmados entre a empresa e o Governo”, pontuou.

“A Enel não respeita ninguém. Temos bairros e assentamentos ficando dias sem energia. Somos a voz de nossos eleitores, e vamos usar nossa voz para ensinar a Enel a respeitar o cidadão, investir e oferecer serviço de qualidade na cidade e na zona rural. Não queremos favor, pagamos as taxas mais caras do País, seja empresário, produtor, comerciante ou dona de casa. Somos clientes de igual forma e exigimos um serviço de qualidade”, discursou Cairo.

Pior distribuidora de energia do Brasil

De acordo com o ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Enel é a pior distribuidora de energia do Brasil. Atualmente, a empresa italiana controla e administra a distribuição de energia nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Goiás, além de outros 38 países. Considerando a solidez da empresa, o relator da CPI enfatizou que a crise energética de Goiás é fruto do desinteresse e descompromisso da concessionária.

“A Enel tem todas as condições financeiras de fornecer energia de qualidade e não o faz por que não quer. Mas, se quiser continuar monopolizando os serviços energéticos em Goiás, terá que resolver os problemas com rapidez, eficiência e respeito aos consumidores. Juntos, vamos construir um relatório duro e exigiremos mudança de atitude da empresa e respeito ao consumidor”, afirmou.

O parlamentar lamentou a ausência de um representante da Enel ao evento. “Infelizmente, nenhum representante compareceu para tomar nota da realidade de vocês. Mas, todas as reclamações serão informadas por relatório”, disse Salim.

Ipameri

O procurador da Alego, Edmarkson Ferreira de Araújo, apresentou informações relacionadas ao painel de desempenho de distribuição por municípios disponibilizados no site da Aneel. Os dados oficiais da agência, apontam 10.231 unidades consumidoras em Ipameri, com duração máxima de interrupção anual de 20 horas, porém os números revelam estrangulamento de quase cinco vezes mais que o permitido em 2019.

Quanto à média de interrupção aceitável, o limite máximo para Ipameri seria de nove horas por ano, mas ultrapassa 12 horas segundo relatório da Aneel. “Os números, que são oficiais, provam que a Enel não oferece serviço de qualidade desde 2017. A empresa alega investimentos, mas os dados mostram outra realidade o que comprova e justifica as reclamações do cidadão”, destacou.

O vice-presidente do Sindicato Rural de Ipameri, Eduardo Machado, relatou o sofrimento da população local, especialmente, do produtor rural que tem perdido a produção diária por falta de energia. “Na zona rural a falta de energia é muito pior que na cidade, o produtor está perdendo toda sua produção por falta de energia. É um caso de polícia o que estamos vivendo aqui”, relatou Eduardo.

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