A atividade política é, por natureza, coletiva. Não à toa, a busca por alianças partidárias ganha importância estratégica nos meses que antecedem as eleições. Ainda que um nome se destaque entre os vários possíveis, o resultado é produto coletivo. O sistema representativo brasileiro reforça a idéia de qua o partido – e seu conteúdo programático – é o grande articulador dos agentes políticos.

A unidade política nasce de objetivos em comum, contidos nas propostas partidárias para uma nação mais organizada, moderna e democrática. A busca por alianças políticas que ofereçam sustentação para uma candidatura é legítima e necessária. Ninguém governa sozinho. O mandato é um concessão coletiva para a representação política dos cidadãos. Portanto, o candidado deve espelhar os anseios da sociedade e oferecer propostas que permitam o desenvolvimento sustentável com responsabilidade social.

Os projetos políticos também são construções da coletividade. Há dez anos, uma proposta política batizada de Tempo Novo reuniu uma ampla coalização em busca de um objetivo comum: renovar as práticas públicas em Goiás. Foi um iniciativa vencedora. Elegeu dois governadores – Marconi Perillo, por duas vezes, e Alcides Rodrigues – e três senadores – Demóstenes Torres, Lúcia Vânia e Marconi Perillo. Os resultados provaram que o projeto político do Tempo Novo trouxe uma nova mentalidade em gestão pública. Hoje não mais é possível pensar em Goiás como recanto da política tradicional de cabresto. Há uma nova cultura política, em que a população superou os arcaicos modelos populistas e clientelistas por paradigmas baseados em resultados. O gestor público como símbolo da representatividade popular, deve se pautar por várias políticas responsáveis, transparentes e eficientes.

O atual momento político tem sido marcado por questionamentos sobre a unidade da base aliada. Como há uma intensa articulação nos bastidores para a formação e renovação de alianças políticas, muita especulação tem sido levantada sobre a união dos partidos que compõe o projeto do Tempo Novo. Trata-se de um jogo perigoso. Sugerir rixas políticas entre aliados próximos, como o senador Marconi Perillo e o governador Alcides Rodrigues pode desviar o foco do debate que realmente interessa à sociedade: discutir os projetos que melhor atendam a realidade das prefeituras goianas como peça integradora do desenvolvimento em conjunto de todas as regiões do Estado.

A oposição reconhece que a grande força do projeto do Tempo Novo está em sua unidade e coesão. A insistência em fissuras e cicatrizes é a estratégia adotada para tentar enfraquecer a base aliada. O raciocínio é simples: ao lançar o pomo da entre os partidos, os adversários buscam um brecha para esfacelar a unidade do conjunto. Trata-se de um equívoco, pois é uma estratégia política que ignora o debate sobre projetos de desenvolvimento ao focar em suposições e picuinhas.

Neste ano, os 3.791.143 eleitores goianos vão eleger 246 prefeitos, conforme dados divulgados em abril de 2008 pelo Tribunal Superior Eleitora. O calendário eleitoral determina que 30 de junho é o último prazo para as legendas indicarem os candidados por meio de convenções partidárias. Há uma grande quantidade de pré-candidatos na base aliada, o que permite conflito ou falta de consenso é, na realidade, sinal de vigor e renovação das lideranças. Isso somente é possível em um ambiente em que predomine a unidade.

A oposição tenta antecipar uma crise na base aliada, buscando um irreversível cisão. Mas se deixa levar pela suposição e esquece o que diferencia o projeto político do Tempo Novo daquele que havia em Goiás: a metodologia focada na responsabilidade com a coisa pública. A lição do filósofo renascentista Francis Bacon deixa em seu Novum Organum permanece atual em sua fina ironia: “A glória dos antigos, como a dos demais, permanece intacta, pois não se estabelecem comparações entre engenhos e capacidade, mas de métodos. Não nos colocamos no papel de juíz, mas de guia.”

Data: 10/05/2008

Disponível em: www.dm.com.br