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Com presidência de Mauro Rubem, Comissão de Cultura, Esporte e Lazer realizou audiência pública
A Comissão de Cultura, Esporte e Lazer da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) realizou, na manhã desta quarta-feira, 30, audiência pública para debater o planejamento orçamentário para o setor cultural relativo ao exercício de 2024. O encontro teve local no auditório 2, do Palácio Maguito Vilela, e foi presidida pelo deputado Mauro Rubem (PT).
Além do parlamentar, tomaram assento à mesa dos trabalhos: o pró-reitor de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Goiás (UFG), Francisco Guilherme de Oliveira Júnior; o representante da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, Mauro Pereira; o pró-reitor de Extensão do Instituto Federal de Goiás (IFG), William Batista dos Santos; o representante do Escritório Estadual do Ministério da Cultura em Goiás (MINC), Milton José Gonçalves Júnior; o professor da Faculdade de Educação Física da UFG, Wilson Lino; o professor de artes marciais Nilton Antônio; a artista plástica Vânia Ferro; e, de forma remota, o diretor do Sistema Nacional de Cultura, Lindalvo Júnior
Ao iniciar a audiência, Mauro Rubem destacou que o objetivo do encontro era estabelecer dois grupos de trabalho, um focado em esporte e outro em cultura, para acompanhar as políticas públicas voltadas as áreas. “Seja na execução ou no orçamento para o esporte e a cultura, seja cobrar a quem cabe o serviço, prefeitura, Estado ou União. Irrigar a Comissão de Cultura, Esporte e Lazer com propostas de adequação e melhorias nessas políticas e, principalmente, trazer para a seara pública mais força política para os fazedores de esporte e cultura”.
Por fim, o deputado destacou que efetivar as políticas públicas é fundamental para possibilitar que a população tenha acesso à cultura. “Precisamos potencializar aqueles que põem a mão na massa e que fazem a cultura acontecer. Queremos colocar em prática uma lei que determine a aplicação das políticas públicas de acesso aos ambientes de cultura”, encerrou.
Recursos para Goiás
Lindalvo Júnior observou que é imprescindível que o Estado tenha a sua própria lei de cultura e parabenizou a iniciativa da Comissão de Cultura em acompanhar as políticas públicas na área. “O Estado tem o orçamento necessário e, com esse acompanhamento, podemos monitorar a aplicação desse orçamento, pois é preciso entregar esses recursos aos fazedores de cultura e estruturar de forma sistêmica nossas políticas de cultura. É preciso alcançar a perenidade do setor cultural e, por isso, a execução precisa ser bem-feita.”
Milton José Gonçalves Júnior falou de políticas nacionais voltadas para a cultura e como elas fomentam o setor. “O que nós avançamos, nesses últimos dois anos, foi muito grande. O setor cultural cresceu mais que o setor automobilístico no pós-pandemia. O investimento em cultura não é gasto, pois esse dinheiro volta aos cofres públicos por meio de eventos com a sociedade, que fomentam o turismo e a geração de renda”, destacou.
Por fim, o representante do Ministério da Cultura apontou que Goiás foi um dos primeiros estados a receber recursos federais por intermédio da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura e que os valores serão repassados para mais de 200 municípios goianos que aderiram ao programa, que repassou R$ 40 milhões para o Estado.
Na sequência, Vânia Ferro apenas parabenizou as iniciativas de Rubem em favorecimento da Cultura, Esporte e Lazer. Após a fala da artista plástica, o representante da Academia Feminina de Letras também fez uma breve intervenção para ressaltar que é essencial para o funcionamento da cultura a troca de informações e sugestões.
Esforços coletivos
Ao falar sobre esportes, Wilson Lino evidenciou que os esportes de alto rendimento são os que mais recebem recursos, mas em contrapartida o recurso destinado a facilitar o acesso das minorias ao esporte representa uma pequena parcela. Assim, ele apontou que é essencial a colaboração de várias entidades do setor público e privado para a aplicabilidade de políticas públicas efetivas.
“Eu gostaria de chamar atenção para a necessidade de se criar um sistema unificado de acesso ao esporte. Esses programas precisam dialogar e dar perspectiva de qualidade e futuro ao esporte. E possível capilarizar as ações para beneficiar os municípios e valorizar não apenas o que está na mídia. Política pública para um país como o nosso, com tamanhas dimensões, é uma demanda de muita complexidade e por isso precisaremos de todo mundo”, declarou o professor.
Francisco Guilherme de Oliveira Júnior disse que é necessário pensar em parcerias, sobretudo com as instituições de ensino superior. “Por vezes, falta para nós, da cultura e do esporte, principalmente a questão das estruturas. Pensar nessa parceria com o Legislativo e as universidades é muito importante para democratizar o acesso e ter transparência quanto aos recursos, pois também existe a prestação de contas que precisa ser feita. ”
William Batista dos Santos fez suas contribuições em sequência e observou que a instituição já possui atividades desenvolvidas junto a diversos municípios da população goiana e ressaltou que, ao realizar atividade in loco, foi possível observar a perspectiva de quem mais precisa e, portanto, desenvolver as ações necessárias nos pontos de maior demanda.
O último a fazer sua intervenção foi o professor Nilton Antonio, conhecido como Mestre Kalifa. Ele fez uma breve consideração do trabalho que desenvolve junto a jovens em vulnerabilidade social. “Eu e minha equipe ministramos aulas de artes marciais de forma gratuita e com toda a logística necessária. E tudo isso para que esses jovens não caiam no mundo do crime, pois, enquanto eles poderiam estar na rua servindo de 'avião' para o tráfico, eles estão na minha academia treinando”, encerrou. Para esclarecimento, avião é um termo utilizado para designar pessoas envolvidas no tráfico de drogas, responsáveis por intermediar o contato entre o usuário e o traficante.
Após as falas dos integrantes da mesa dos trabalhos, Mauro Rubem retornou com a palavra para reforçar que os grupos de trabalhos poderão ser compostos por qualquer um que se interesse. Até o momento final do encontro, 18 pessoas tinham manifestado interesse em participar do grupo de esporte e 29 no grupo de cultura. Na sequência, a palavra foi franqueada ao público para contribuições e sugestões. Em geral, o público parabenizou a iniciativa da comissão em estabelecer os grupos de trabalho e se colocar à disposição para somar esforços.
Fonte: Agência Assembleia de Notícias
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