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“Fere o processo licitatório”, critica Bia de Lima sobre programa Bolsa Uniforme após golpe aliciando estudantes de colégios militares
A deputada estadual Bia de Lima (PT) voltou a criticar o programa Bolsa Uniforme, após estudantes de colégios militares de Goiás serem alvos de um golpe envolvendo o cartão destinado apenas para os alunos das instituições administradas pela Polícia Militar.
Duas pessoas foram presas pelo golpe na última quarta-feira, 30, e ao menos 60 cartões foram apreendidos pela Polícia Civil de Goiás.
“Desde a concepção deste programa, nos posicionamos contra e alertamos sobre essa possiblidade de fraudes e golpes. O cartão, com crédito de R$ 970, só pode ser usado por alunos dos colégios militares e em locais indicados, apenas 144 lojas credenciadas para a aquisição do fardamento em todo o Estado”, afirmou Bia de Lima.
“O Governo de Goiás assume uma postura de ter dois pesos e duas medidas, privilegiando os alunos das escolas militares. Mais do que isso: cheira muito mal propor um benefício a esses estudantes com o valor duas vezes maior do que para os alunos das escolas regulares. Isso é um problema seríssimo e fere a lisura do processo licitatório”, completou Bia de Lima.
É importante lembrar que, em todo o Estado, existem 82 unidades de colégios militares em 61 municípios. O recurso destinado para o programa Bolsa Uniforme foi de R$ 70 milhões.
Crime
Conforme a Polícia Militar, o crime foi descoberto após alguns alunos não utilizarem os novos uniformes e faltarem às aulas por esse motivo. Alguns deles foram convocados e relataram a situação, passando as características da aliciadora, que foi identificada.
Agora, a Polícia Militar deve realizar uma inspeção geral em todas as escolas do Estado para garantir que, em uma data determinada, todos os alunos estejam com os uniformes totalmente novos, após o recebimento do cartão. A loja envolvida será descredenciada pelo Governo, segundo a corporação.
De acordo com a Polícia Civil de Goiás, o empresário acusado dos crimes tem uma loja conveniada com o Estado, responsável pela venda de artigos militares e dos uniformes para o Colégio Militar de Goiás. A mulher, suspeita de aliciar os alunos, levava os cartões ao suspeito, que registrava as compras como se fossem para uniformes e ficava com, aproximadamente, 25% a 30% do valor. Ela recebia R$ 50, enquanto os estudantes ficavam com o restante, entre R$ 500 e R$ 600.
Caso sejam indiciados e condenados, os envolvidos, que não tiveram a identidade divulgada, podem responder pelos crimes de peculato, associação criminosa e corrupção de menores.