A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) realizou nesta quinta-feira, 05, reunião para tratar sobre as mudanças do Centro de Referência em Diagnóstico e Terapêutica (CRDT), em Goiânia –  unidade da rede municipal de saúde de Goiânia especializada na promoção de saúde, assistência e reabilitação de pacientes com doenças infectocontagiosas, como tuberculose, hanseníase e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). 

O encontro foi realizado pelos núcleos de Direitos Humanos (NUDH) e de Saúde, atendendo à solicitação do deputado estadual Mauro Rubem (PT). A iniciativa teve o objetivo avaliar os impactos e intermediar a busca por soluções para as questões relacionadas a mudanças no funcionamento do CRDT, bem como a sua transferência de localidade, até então localizada no Setor Sul. 

“Nossa maior preocupação é com as pessoas. Elas não podem ficar desassistidas, sem o devido atendimento necessário. A administração pública de Goiânia precisa, imediatamente, dar solução para o problema. O que está em risco é a vida das pessoas. É inaceitável o desmonte do CRDT que há muito tempo foi conquistado e nós queremos uma solução rápida e responsável”, afirmou o deputado Mauro.

Na ocasião foi relatado que os usuários foram pegos de surpresa com o fechamento do CRDT e não houve comunicação ampla sobre a continuidade dos atendimentos. Ainda de acordo com o grupo, havia a preocupação de que a mudança pudesse provocar a precarização do sistema e outras adversidades

Coordenador do NUDH, defensor público Tairo Esperança, garantiu que a DPE está empenhada em buscar uma solução junto aos movimentos e Prefeitura de Goiânia. “A Defensoria Pública é um órgão que atua em defesa das pessoas em situação de vulnerabilidade. No Sistema Único de Saúde (SUS), temos muitas pessoas nessa condição, seja por questões de saúde ou econômicas. Então, o nosso olhar é voltado para garantir que o serviço seja prestado, de forma universal e gratuita”.

A partir da próxima segunda-feira, dia 09, os atendimentos do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e o Serviço de Atenção Especializada (SAE), antes no CRDT, passam a funcionar na Unidade Básica de Saúde (UBS) Cidade Jardim. Outros serviços estarão em outras localidades.

Encaminhamentos

Alguns pontos foram definidos para encaminhamento. O primeiro deles foi a melhora da comunicação e da disseminação de informações sobre as mudanças promovidas no CRDT, que é referência, entre outros tratamentos, para assistência às pessoas com HIV. Com a interrupção dos atendimentos na sede anterior e a consequente distribuição dos serviços para outros locais, consultas deverão ser reagendadas e remanejadas.

Segundo a defensora pública Michelle Bitta é fundamental que seja feita uma busca ativa para informar a esses pacientes sobre novas datas e/ou locais de atendimento. 

Representantes da Saúde Municipal se comprometeram em apresentar as informações sobre os novos locais dos serviços e formas de acesso, bem como fazer busca ativa dos pacientes.

O segundo ponto diz respeito à solução de questões, em que os serviços de farmácia, laboratório e o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e o Serviço de Atenção Especializada (SAE) serão transferidos para o Centro de Saúde Cidade Jardim, que já presta outros tipos de atendimento, mas ainda não possui estrutura adequada nem profissionais treinados especificamente para o escopo do CRDT.

Segundo a superintendente de Gestão de Redes de Atenção à Saúde da SMS de Goiânia, Camila Brum, e a gerente de Atenção Especializada da pasta, Lorena de Oliveira, o município está procurando alternativas para alocar um outro imóvel para o CRDT e garantir o atendimento humanizado mesmo com todas as dificuldades enfrentadas.

Por fim, foi destacada a importância de um planejamento para a criação de um novo espaço, que seja mais adequado às necessidades do CRDT. “Agora, o papel da Defensoria Pública, além de receber essas demandas da comunidade e fazer a ponte com a gestão, é fiscalizar e acompanhar o que for feito”, concluiu o coordenador do NUDH.

“Conseguimos estabelecer um canal de diálogo, e dialogar com a gestão é uma ponte para a resolução dos problemas. A judicialização também é uma possibilidade. Continuaremos conversando e, se for o caso, adotaremos as medidas para que o direito à saúde seja acessível para todas e todos”, sublinhou o defensor Tairo Esperança.

Presenças

Participaram da reunião vereador por Goiânia Fabrício Rosa; a superintendente de Gestão de Redes de Atenção à Saúde da SMS de Goiânia, Camila Brum e Alencar; a gerente de Atenção Especializada da pasta, Lourena de Oliveira; o presidente da Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da OAB-GO, Thiago Linhares; a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde/GO), Néia Vieira; entre outros representantes de entidades e movimentos sociais.

Contato

Para usuários do serviço que não conseguiram participar da reunião e que necessitam de mais informações, o Núcleo Especializado de Direitos Humanos disponibiliza seus canais de atendimento: presencialmente na Unidade Sul (Avenida Cora Coralina, Setor Sul, em Goiânia, pelo e-mail nudh@defensoria.go.def.br ou pelo WhatsApp (62) 3157-1040, em horário comercial.