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Deputado Antônio Gomide promove audiência pública em homenagem ao Dia do Cerrado

O deputado estadual Antônio Gomide (PT) ressaltou a importância da preservação ambiental do Cerrado durante audiência pública em homenagem ao Dia do Cerrado, realizada nesta quinta-feira, 11, na Assembleia Legislativa de Goiás. O evento, promovido pelo parlamentar, contou com a presença da deputada Bia de Lima (PT), do procurador da República, Mário Lúcio Avelar, do prefeito de Colinas do Sul, Onofre Aparecido, do prefeito de Alto Paraíso, Marcos Rinco, da diretora do Laboratório de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento (Lapig), Elaine Barbosa, entre outros pesquisadores e ambientalistas.
Antônio Gomide, que é coordenador das frentes parlamentares em Defesa da Chapada dos Veadeiros e do Bioma Cerrado, salientou que a Assembleia Legislativa quer ser parceira de todos aqueles que desejam somar esforços na luta em favor do Cerrado em pé — nas universidades, nas associações, nas regiões e nos parques estaduais, nacionais ou municipais.
“O Cerrado é a casa de povos há pelo menos 13 mil anos. Povos indígenas, quilombolas, raizeiros, quebradeiras de coco, ribeirinhos, apanhadores de flores e outras comunidades que formam uma sociobiodiversidade única. Apesar disso, o Cerrado segue como o bioma mais agredido do Brasil. Sem a proteção sequer constitucional que é dada à Amazônia, ao Pantanal e à Mata Atlântica, sofre com o desmatamento, a mineração e as queimadas, como as que atingem, neste momento, grande parte de Goiás”, ressaltou o deputado.
O prefeito de Colinas do Sul, Onofre Aparecido, destacou a necessidade de que o Estado volte sua atenção para os municípios da região da Chapada dos Veadeiros, sobretudo por se tratar de uma área considerada pobre. “Nós temos que achar uma solução, porque não pode a nossa região, que é a que mais preserva, ser a mais pobre. Se a pessoa abre um atrativo turístico, logo é fechado: ‘não, aqui é área de APA, não pode’. A única área que não está em APA é a indígena, o resto é 100% APA. Cada hectare desmatado tem que ser compensado em três”, alertou.
A deputada Bia de Lima ressaltou a necessidade de se criar um ambiente de equilíbrio e sustentabilidade. Nesse sentido, ela ponderou sobre a importância de se atribuir valor não apenas à produção agrícola, mas também à preservação ambiental.
A diretora do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Ana Paula de Oliveira, afirmou que é preciso encontrar um meio-termo para solucionar os conflitos dos municípios localizados em áreas de preservação. A saída, segundo ela, está prevista em lei aprovada recentemente, que institui o pagamento por serviços ambientais. Assim, é necessário que seja definido um fundo fixo para garantir retorno às pessoas que vivem nessas áreas.
“Que seja realmente compatível com o esforço de conservação que elas fazem. Acho que poderíamos pensar em um modelo semelhante ao adotado na Costa Rica, um país referência em conservação. Mais de 50% do seu território são unidades de conservação. É uma população com grande consciência da importância da preservação. O país depende muito do turismo, e os cidadãos recebem um pagamento justo pela conservação que realizam”, sugeriu.
A professora Elaine Barboza, coordenadora do Lapig, apresentou resultados a partir de 50 anos de monitoramento do Cerrado goiano. Ela ressaltou que houve uma significativa perda de vegetação florestal de seis milhões de hectares. Nos municípios, a pesquisadora mostrou que há casos de municípios com apenas 4% de vegetação, enquanto outros da região da Chapada dos Veadeiros, como mais de 80% de cobertura vegetal. "No entanto, quando se fala em desmatamento, as regiões com vegetação, do norte goiano, sofrem mais", destacou.